Equador: quatro organizações criminosas seriam a favor de um acordo de paz

LH, 18/05/2022 

A Comissão de Diálogo Penitenciário pretende especificar uma estratégia para que mais quadrilhas se unam ao acordo de paz.

A Comissão Penitenciária de Diálogo e Pacificação anunciou que quatro organizações criminosas que atuam nas prisões do Equador estão dispostas a iniciar um processo de pacificação .

São os grupos 'Los Tiguerones', 'Los Lobos', 'Los Chone Killers' e Los ¿Latin Kings'; Entre todos eles somariam cerca de 30.000 membros dentro e fora das prisões.

A comissária Claudia Garzón foi nomeada porta-voz para mediar um acordo de paz com organizações criminosas e espera-se que outros participem. Apesar deste primeiro passo, Alfredo Narváez, presidente da Comissão, destacou que "isso não garante que não haverá incidente (prisão), eu teria que dizer que não, mas é um começo".

Em relação a 'Los Choneros', uma das organizações criminosas com mais membros, Narváez destacou que já manifestaram seu desejo de aderir à paz, de parar de lutar. "Isso pode se concretizar nos próximos dias."

Para o processo de paz há quatro pontos a cumprir:

1. Pare os ataques.
2. Criar sistemas de prevenção ao crime nos bairros.
3. Humanizar e dignificar os centros penitenciários.
4. Entregue as armas que existem nas prisões.

O objetivo da pacificação é acabar com o massacre nos presídios que em 2021 deixou mais de 300 presos mortos e em 2022 cerca de 60.

Nota do editor do blog: um dos erros do Equador é o de pedir uma mediação entre organizações criminosas para paz, o que acaba dando legitimidade a esses grupos como atores políticos e  sociais, sem os quais, não é possível manter a ordem social. O governo de Guillermo Lasso comete esse erro de uma forma muito sublime. Ao perder o controle das prisões, o governo admite que perdeu o controle das ruas, pois se grupos sob a guarda do estado impõe suas leis em um ambiente que deveria ser “correcional”, então significa que há ordem começou a ser erodida. Lasso adotou muitas das medidas de “direitos humanos” da ONU, como uma forma de mitigar o problema da “superlotação”, e das condições de vida dos detentos, que segundo os “peritos”, pode brutalizar ainda mais os detentos. Essa abordagem cria um legalismo do estado equatoriano aos padrões internacionais, e sujeita as leis aos padrões dos criminosos, de modo que os trata como cidadãos comuns, ou especiais, com mais direitos quando presos do que quando em liberdade. A punibilidade começa a ser substituída por modelos de socialização “humanitário”, que acaba por terminar na impunidade. Logo isso é adaptado ao âmbito jurídico, e várias benesses são dadas aos criminosos, como forma de cumprir as metas estabelecidas. A população acaba pagando o parto, porque o estado se torna incapaz de punir e manter a ordem pública, e o mecanismo de negociação passa a ser o único caminho. As FARC se apoderaram da Colômbia por causa de ideias fracas como essas, e eu não duvidaria que estivessem por trás da organização desses grupos criminosos, visando a fraqueza de Lasso, e a adoção cega do Equador aos padrões das Nações Unidas.

Artigos recomendados: Equador e Narcotráfico

Fonte:https://www.lahora.com.ec/pais/4-bandas-dispuestas-paz-carceles/