Euronews, 08/03/2022
Joe Biden ordena embargo às importações de petróleo e gás russo pelos EUA
O Presidente dos EUA anunciou a proibição de importações de petróleo e gás da Rússia para os EUA. Mais uma represália contra a invasão da Ucrânia. Num discurso proferido na Casa Branca, Joe Biden frisou que isso "significa que o petróleo russo não será aceite nos portos" do seu país.
Por seu lado, o Reino Unido tinha anunciado, também esta terça-feira, que irá eliminar, "gradualmente, a importação de petróleo e produtos petrolíferos russos até ao final de 2022". Uma transição que "dará ao mercado, às empresas e às cadeias de abastecimento mais do que tempo suficiente para substituir as importações russas - que constituem 8% da procura britânica", como referia o ministro britânico dos Negócios e Energias, Kwasi Kwarteng.
Anúncios feitos no mesmo dia em que a Comissão Europeia apresentou o seu plano para diminuir a sua dependência em relação a um fornecedor em quem "não se pode confiar", a Rússia.
imagem arquivo Folha |
Shell fecha as portas na Rússia
É mais um gigante a virar as costas à Rússia: a petrolífera Shell, com sede no Reino Unido, vai deixar de comprar gás e petróleo russos. Ao mesmo tempo, apresentou publicamente desculpas pela aquisição de hidrocarbonetos a Moscou já depois da invasão à Ucrânia.
Prevemos uma subida global do preço dos alimentos, por causa do setor energético. A energia é um dos principais elementos da produção alimentar.
Hosuk Lee-Makiyama
Diretor do Centro Europeu de Economia Política Internacional
O grupo anunciou igualmente o encerramento das estações de serviço na Rússia, entre outras medidas idênticas.
A decisão surgiu pouco antes do anúncio de Joe Biden, que vai impor também um embargo. As consequências globais são assumidas e já estão no horizonte.
"Prevemos uma subida global do preço dos alimentos, por causa do setor energético. A energia é um dos principais elementos da produção alimentar. Não tem apenas a ver com a preparação das refeições ou com o funcionamento do material agrícola. É absolutamente fundamental para transportar as mercadorias entre os mercados mundiais. Temos de ter em conta que, mesmo que não compremos muito do trigo russo ou ucraniano, por exemplo, todos os mercados estão ligados", realça Hosuk Lee-Makiyama, diretor do Centro Europeu de Economia Política Internacional.
A BP, a Eni e a Total anunciaram a retirada dos projetos conjuntos com Moscou.
E o Reino Unido vai pôr sanções às importações russas até ao final do ano.
Natalia Gavrilița |
Primeira-ministra da Moldávia rejeita pedir adesão à OTAN
Com a invasão da Rússia na Ucrânia, a vizinha Moldávia viu-se na linha da frente da crise dos refugiados. Dias após o ataque, o país - que tem uma região separatista com tropas russas - também pediu a adesão à União Europeia. Falámos com a primeira-ministra da Moldávia, Natalia Gavrilița.
Como vê a situação de segurança do seu país com a guerra na Ucrânia? A Moldávia está sob ameaça militar direta da Rússia?
É lamentável o que está a acontecer na Ucrânia. Condenamos a guerra e apoiamos firmemente a independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. Vivemos numa região complexa com questões de segurança também para a Moldávia, especialmente no que diz respeito à região separatista da Transnístria. Mas atualmente não vemos qualquer perigo ou risco de a situação se espalhar à Transnístria. Estamos a prosseguir com os nossos formatos de negociação. A Moldávia é um país neutro. A sua neutralidade está consagrada na Constituição e esperamos que todos atuem de acordo com este princípio.
Nota do editor do blog: Biden liberou também 60 milhões de barris de Petróleo, para cortar a dependência da Rússia. O problema é que essa liberação pode ser um tiro no pé, pois ela depende do compromisso de 30 países, entre eles, os ilustres membros da OPEP, como Venezuela, Irã e Arábia Saudita. A questão é: eles vão cumprir seu compromisso? Ou vão usar ele para conseguir concessões na política externa?
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