FPG, 17/02/2022
Por John Stossel
As empresas nos dizem que apoiam a justiça social.
"Acredite em algo, mesmo que isso signifique sacrificar tudo", diz o ex-pivô dos 49ers (time de futebol americano) Colin Kaepernick em um anúncio da Nike.
"Fale pelas pessoas que não são ouvidas", diz a propaganda da NBA.
"Tudo bobagem de relações públicas corporativas", diz a jornalista Melissa Chen em meu novo vídeo.
"Bobagem", diz ela, porque a NBA claramente não quer que seus funcionários (e atletas) critiquem a injustiça - muito menos se essa injustiça for na China.
Daryl Morey, gerente geral do Houston Rockets, twittou: "Lute pela liberdade, fique com Hong Kong".
Bom para ele. A China esmagou a liberdade em Hong Kong.
Mas a China não gostou nada de ouvir um executivo da NBA dizer isso. A TV chinesa parou de transmitir os jogos dos Rockets. A NBA, então, aparentemente disse a seus jogadores e suas agências para calar a boca. Morey apagou seu tweet e, em vez disso, twittou que “não pretendia cometer nenhuma ofensa”.
A própria NBA também se desculpou com a China, dizendo que estava "desapontada" com o tweet "inapropriado" de Morey. Lebron James chamou Morey de "desinformado". James Harden disse: "Nós amamos a China ($$$)".
"A China é capaz de forçar essas empresas... a realmente concordar com sua ideologia", reclama Chen.
Essa ideologia é muitas vezes grotesca. Os EUA e outros países acusam a China de cometer genocídio contra um grupo minoritário majoritariamente muçulmano, os uigures.
A China os aprisiona em "campos de reeducação". Imagens de satélite vazadas mostram homens vendados, com as mãos amarradas nas costas, no que parece ser um campo de concentração.
"Eles são forçados ao trabalho escravo", diz Chen.
Alguns uigures que escaparam dizem que foram torturados.
Mas, embora a NBA veicule anúncios que dizem: "Fale pelas pessoas que não podem ser ouvidas", claramente não quer que seus jogadores, treinadores ou executivos digam nada sobre o genocídio uigure.
Chamath Palihapitiya, sócio do Golden State Warriors, foi excepcionalmente honesto quando disse: "Ninguém se importa com o que está acontecendo com os uigures... Temos a responsabilidade de cuidar primeiro do nosso próprio quintal (bolso)".
Mostrei seu comentário para Chen.
“Empresas como Apple, Nike e Coca-Cola têm parte de sua cadeia de suprimentos originada dessa região”, ela respondeu. "Nessas áreas, os uigures são forçados a participar do trabalho escravo."
Hollywood também não se importa. O filme "Mulan" foi filmado na mesma região onde os uigures são torturados. Nos créditos, a Disney deu "agradecimentos especiais" aos departamentos governamentais em Xinjiang, onde o abuso ocorre.
O ator de "Velozes e Furiosos 9", John Cena, promovendo seu filme para as pessoas em Taiwan, disse: "Taiwan é o primeiro país que pode assistir F9".
O que havia de errado com isso?
"Ele teve a audácia de aludir ao fato de que Taiwan era um país", diz Chen, "e não um território de propriedade da China".
Eu não sei o que a China disse a Cena ou à Universal Pictures, mas logo Cena estava nas mídias sociais chinesas, de joelhos para a China, dizendo "desculpe" repetidamente. "Eu cometi um erro... Eu realmente amo e respeito o povo chinês... Eu cometi um erro", ele implorou.
Chen chama isso de patético. "Eu acho que o governo chinês realmente tem muito prazer em saber que eles podem realmente forçar indivíduos e empresas a capitularem à sua própria ideologia política."
Apenas um jogador da NBA tem princípios suficientes para apontar a hipocrisia da NBA: a estrela do Boston Celtic, Enes Kanter Freedom. Ele critica os jogadores que não se manifestam porque temem perder negócios com os chineses.
"Direitos humanos e direitos básicos são muito mais importantes do que qualquer acordo que você possa oferecer", diz ele. Ele perde contratos lucrativos de calçados porque às vezes exibe mensagens em seus tênis, tais como "Free Tibet" e "Stand With Taiwan". Ele denuncia a opressão uigur chinesa.
Portanto, a China não transmitirá mais os jogos do Celtics.
Mas Freedom continua se manifestando, chamando a atenção de hipócritas como a Nike, que promove causas de justiça social nos Estados Unidos, mas mantém silêncio sobre as violações de direitos humanos na China.
A imprensa raramente aponta a hipocrisia, diz Chen, porque "isso expõe a estrutura woke da NBA".
É claro que as empresas existem para ganhar dinheiro. Devemos esperar que eles deem as costas ao mercado chinês?
"Absolutamente", diz Chen. "O mínimo que podemos fazer é fazer um balanço de sua covardia e reconhecer que eles estão participando de uma hipocrisia descarada."
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Fonte:https://www.frontpagemag.com/fpm/2022/02/groveling-china-john-stossel/
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