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Euronews, 26/02/2022
Ao terceiro dia da invasão russa da Ucrânia, as forças afetas ao Kremlin já levam dois a tentar tomar a capital Kiev, mas parecem estar a ser travadas por uma forte resistência dos militares ucranianos e das milícias civis da cidade, que continuam a lutar contra a agressão ordenada na madrugada de quinta-feira por Vladimir Putin.
Os Estados Unidos vão contribuir para o pacote de armamento a enviar por alguns países europeus para a Ucrânia. A ajuda vai incluir armas antitanques, armas ligeiras, armaduras de proteção e diversas munições, anunciou o Departamento de Defesa norte-americano, falando de um reforço adicional de 350 milhões de dólares autorizado pelo Presidente Joe Biden.
A Força Aérea do Brasil tem dois aviões KC-390 Millenium prontos para uma possível operação de resgate de cidadãos brasileiros retidos na Ucrânia.
A Força Aérea Brasileira (FAB), sob orientações do Ministério da Defesa e coordenação do Ministério das Relações Exteriores (MRE), colocou de prontidão duas aeronaves KC-390 Millennium para possível transporte de brasileiros evacuados da Ucrânia. pic.twitter.com/G7VnMbdMsp
— Força Aérea Brasileira 🇧🇷 (@fab_oficial) February 26, 2022
"As aeronaves são do mesmo modelo das utilizadas noutras missões humanitárias internacionais", explicou a FAB, sem revelar detalhes da operação que estará a ser preparada.
Na sexta-feira, a embaixada brasileira na Ucrânia já tinha anunciado ter arranjado acesso a um comboio de Kiev para Chernivtsi, no ocidente do país sob invasão russa.
As forças russas adiantaram a destruição de uma importante barragem ucraniana, na região de Kherson, na boca do rio Dniepre, e admitiram ter havido um ciberataque para neutralizar o portal da Roscosmos, a agência espacial russa.
"O ataque DDoS ao portal da Rscosmos partiu de Lviv e envolveu uma rede de bots sediada em servidores de vrios países", informou a Roscosmos, garantindo que os técnicos conseguiram identificar o "pirata".
A rede social Twitter informou que está a par de algumas estarem a "sofrer restrições de acesso" a plataforma e garante estar "a trabalhar para manter a rede segura e acessível".
Na sexta-feira, a Rússia já havia restringido o acesso à Facebook, acusando a rede social de estar a servir de apoio a organizações anti-Kremlin. "Cidadãos russos comuns estão a usar a nossa aplicação para se exprimirem e para organizar atividades. Queremos que continuem a fazer-se ouvir", afirmou o vide-presidente do Facebook, Nick Clegg.
A Alemanha levantou um embargo que tinha a armas letais para a Ucrânia para permitir o envio dos Países Baixos cerca de 400 lançadores de granadas, os populares RPG em cenários de guerra.
A decisão germânica está a ser entendida como uma mudança de grande impacto na estratégia de assistência europeia à Ucrânia.
O primeiro-ministro do Reino Unido revelou ter falado ao telefone com o homólogo neerlandês. Boris Johnson disse ter agradecido a Mark Rutte "a forte cooperação no assegurar do fornecimento de ajuda de defesa à Ucrânia".
O líder britânico disse ainda ter falado com o neerlandês sobre o SWIFT "e a necessidade de ação urgente para excluir a Rússia" deste sistema bancário de pagamento, medida que pode ter repercussões em alguns países da União Europeia e que por isso está a ter alguma resistência à aplicação.
França, Itália, Grécia, Chipre e Hungria também se mostram favoráveis à exclusão da Rússia do sistema Swift.
O presidente da Ucrânia disse ter falado com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, a quem agradeceu a ajuda. "A coligação anti-guerra está a funcionar", escreveu Zelenskyy.
Resposta russa às sanções
A Rússia anuncia entretanto respostas às sanções ocidentais. O presidente adjunto do Conselho de segurança russo, Dmitry Medvedev, admite que a Rússia pode nacionalizar bens de pessoas registadas nos Estados Unidos, na união Europeia e noutras jurisdições agora inimigas do Kremlin.
Dmitry Peskov, o porta-voz do Kremlin, reforçou que a Rússia será capaz de mitigar os danos provocados pelas sanções ocidentais.
O Kremlin está também analisar os passos a dar na sequência da expulsão da Rússia do Conselho da Europa, revelou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. "Os que iniciaram e apoiaram esta decisão errónea vão ter de aguentar a total responsabilidade pelo colapso do espaço comum legal e humanitário no continente", lê-se no comunicado de Maria Zakharova.
A Rússia anunciou o fecho do espaço aéreo às companhias aéreas da Roménia "devido a decisões pouco amigáveis das autoridades de aviação romenas", anunciou a Rosaviatsiya.
Por outro lado, a Lituânia também decidiu fechar o respetivo espaço aéreo a companhias russas a partir deste sábado à noite, devido à invasão e bloqueando assim o acesso do enclave russo de Kalinegrado à Ucrânia.
A Ucrânia decidiu, entretanto, alargar a todo o fim de semana o recolher obrigatório noturno já em vigor em Kyiv, estando a medida agora em curso até às 08 horas da manhã desta segunda-feira (menos duas horas em Lisboa).
O ministro do Interior da Polónia estima que pelo menos 115 mil pessoas já atravessaram a fronteira, oriundas da Ucrânia, desde o início da invasão russa.
Um número que o Alto Representante das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, diz já ultrapassar as 150 mil, mas incluindo também a Hungria, a Moldávia e a Roménia.
Lewandowski, um exemplo também fora de campo. pic.twitter.com/Aeum50n2Nd
— B24 🇺🇦 (@B24PT) February 26, 2022
As seleções da Polónia e da Suécia já se mostraram indisponíveis em defrontar a Rússia nos jogos de apuramento do "playoff" para o Mundial 2022. Os polacos têm o duelo com os russos marcado para o final de março e os suecos, de acordo com o sorteio, podem encontrar os russos depois no jogo decisivo.
O Manchester United e o Watford posaram esta tarde com um cartaz a pedir "Paz" em seis idiomas diferentes antes de se enfrentarem em mais uma jornada da Liga inglesa de futebol. O desporto têm-se associado aos apelos para o fim da guerra e algumas organizações, como a UEFA, já tomaram decisões a penalizar a Rússia.
Com a agência russa TASS a noticiar o avanço das tropas russas na capital ucraniana, devido à alegada rejeição ucraniana de negociar, o Presidente da Ucrânia afirmou que a Turquia vai impor um bloqueio à entrada de navios militares russos no Mar Negro.
Volodymyr Zelenskyy tem estado muito ativo nas redes sociais, ora com publicações escritas ora com vídeos de locais emblemáticos de Kiev, e na referida publicação agradeceu ainda a ajuda humanitária que lhe terá sido também garantida pelo homólogo Recep Tayyp Erdogan.
Do lado turco, não houve qualquer confirmação dessas garantis de apoio referida por Zelenskyy. Apenas foi confirmado que ambos os presidentes falaram por telefone "sobre a intervenção militar russa e os últimos desenvolvimentos".
A Rússia também disse não ter recebido qualquer indicação turca sobre alterações no acesso naval ao Mar Negro.
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