28 de jan. de 2022

Multiculturalismo e ilusionismo midiático




Somos, a princípio, todos seres sensoriais somente, e desde pequenos recebemos os estímulos certos para conseguirmos evoluir (no sentido prático) e crescer mais aptos. Isso nos ajuda a compreender melhor o mundo a nossa volta, a sobrevivermos principalmente socialmente. Adquirimos intelecto, e aprendemos a discernir intenções. Porém, nem tudo o que apela aos sentidos, as necessidades, faz bem, por exemplo: ser bombardeado por um conceito, ou uma marca o tempo todo não é bom. As técnicas de exposição de certas ideias ou produtos por meio da propaganda são muitas vezes extravagantes para nós, mas nós temos em mente no nosso consciente a existência daquele produto, ou daquela ideia, quando por coincidência tivermos que tomar alguma atitude que se relacione com ela. 

Quando rejeitamos um produto e seu marketing, nós fazemos isso porque não atribuímos valor. Mas no mundo moderno isso mudou abruptamente: hoje os algoritmos sabem exatamente como extrair de você aquilo que você deseja, ou aquilo que já tem, e que cedo ou mais tarde terá de trocar; uma mistura do conceito de Pirâmide de Maslow e Merchandising.  


A Psicologia entrou em todos os aspectos da vida humana, e ela é onipresente: desde a Educação, até mesmo a propaganda e nosso entretenimento. Em um mundo onde esses apelos são constantes, fica cada vez mais difícil saber se estamos sendo condicionados, ou fazendo escolhas racionais, com base em um entendimento amplo. A mídia de massa tem um efeito devastador dez vezes maior do que as instituições acadêmicas quando se trata de mudar percepções. Este caso, por exemplo, nos mostra bem como essas técnicas funcionam. 

Na Suécia, não existiam tiroteios de gangues, nem sequer haviam gangues. A Suécia sempre foi um país homogêneo étnica e culturalmente. Mas após adotar o Progressismo como bandeira, o país passou a relativizar não só sua cultura (cristã) e adotar o Secularismo, mas também sua visão sobre si mesma. Logo ser sueco não tinha a ver com falar a língua, ter costumes, ser a favor de uma democracia descentralizada e uma sociedade organizada pelas suas instituições tradicionais, as famílias e as comunidades. Ser sueco era ser contra tudo o que torna a Suécia diferente de outras culturas, ser sueco significava ver o mundo do ponto de vista da luta de classe, e da Teoria Crítica. 

A Suécia não só rebaixou sua cultura a um mero louvor ao colonialismo e escravagismo, a qual estava fadada a desconstrução em favor dos oprimidos, mas também rebaixou a etnicidade geral, como sendo uma fonte inata do comportamento opressivo, e de todos os males do mundo. Ser branco era nascer manchado de culpa, portanto, isso seria corrigido através de políticas afirmativas de identidade, e promoção de direitos humanos não só de um grupo, mas de todos os grupos possíveis dessa característica de oprimidos. Logo a homogeneidade sueca poderia ser curada com a imigração de diferentes etnias, bem como a cultura criou-se então o salvador Multiculturalismo, que não dá status especial a cultura alguma a qual os imigrantes devam seguir. Vivam sua própria cultura, este é o lema. 

O resultado dessa enfadonha política pode ser visto nesta manchete. Porém, o Economist não dirá que esses tiroteios são causados por pessoas de origem estrangeira, e que eles não são suecos, uma vez que não vivem como suecos, pois o Multiculturalismo prega exatamente isso: não existe uma cultura sueca, a cultura sueca é Multicultura. Então, quando estrangeiros não integrados na sociedade começam um tiroteio, meios de comunicação como o The Economist os chamam de suecos. Quando os estupros, tiroteios, assassinatos e atentados começam, eles não são chamados de imigrantes desordeiros não integrados em bairros desfavorecidos, mas simplesmente de suecos. 

A imprensa e os acadêmicos, que então não conseguiam achar problemas maiores para se empenhar na sua “luta” constante por emancipar os oprimidos, agora conseguiram o que queriam: um grupo de deslocados auto-estigmatizados que causam problemas a sociedade. Em um país homogêneo, isso não seria possível, pois o bem-estar escandinavo criou os cidadãos para serem hedonistas e empenhados em causas progressistas por pura sinalização de virtude, e uma sociedade em busca e identidade para se autoafirmar. Um país rico não produz problemas sociais, e não se pode acusar a sua riqueza e o individualismo pelo infortúnio de uma parcela da sociedade a qual não existe. Não havia suecos nos anos 60 a 80 mendigando nas ruas, atirando uns nos outros, ou batendo carteira no metrô e roubando supermercados. Na Suécia daqueles tempos, esse tipo de coisa era impossível. Não mais: agora os problemas sociais foram importados, e os sociólogos agora têm para onde apontar os problemas; problemas que eles criaram, e cuja sociedade sueca paga, não só com recursos públicos, mas com a vida. 

As mesmas políticas estão sendo aplicadas na Europa hoje. Acho que os europeus já são bem crescidinhos para saber que AK-47 não vem da Suécia, e que suecos não falam albanês, ou em sérvio. Portanto, eu acredito que a essa altura já devem saber que trazer problemas para a Suécia na forma de requerentes de asilo não integrados, e chamá-los de suecos após cometerem atos de terror correspondendo a sua má fé com os anfitriões, não os torna suecos, e nem os problemas um fenômeno cultural sueco, mas uma fabricação progressista. Isso sim é uma "construção social", só que propagandística.  

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