MM, 13 de fevereiro de 2019
Os Estados Unidos indiciaram hoje uma ex-agente dos serviços de informações norte-americanos suspeita de ter fornecido informações secretas ao regime de Teerão, em particular sobre os seus antigos colegas.
Monica Elfriede Witt, 39 anos, é acusada de ter desertado para o Irão em 2013 por motivos "ideológicos", referiram diversos altos responsáveis norte-americanos no decurso de uma conferência de imprensa em Washington.
Mónica Witt é suspeita "de ter revelado ao regime iraniano um programa de informação confidencial e a identidade de um agente dos serviços de informações norte-americanos, colocando em perigo a sua vida", especificou John Demers, ministro adjunto da Justiça.
Foi emitido um mandado de captura internacional contra a norte-americana, que está em fuga.
Quatro iranianos também foram acusados por terem efetuado ataques informáticos contra pelo menos oito antigos colegas de Witt, em 2014 e 2015.
São ainda suspeitos de terem tentado introduzir programa viral nos seus computadores, com a ajuda de um falso perfil na rede social Facebook em nome de um deles, concebido devido às informações fornecidas por Witt.
O ministério do Tesouro (Finanças) anunciou por sua vez sanções contra a empresa iraniana New Horizon e seus responsáveis, acusados de terem organizado conferências que serviram de plataforma para recrutar Witt.
Foram ainda adotadas sanções contra uma empresa iraniana suspeita de ter participado em ciberataques.
"É um dia triste para os Estados Unidos quando um dos seus cidadãos trai o país. É ainda mais triste quando se trata de um membro das forças armadas", declarou Demers.
Segundo a ata de acusação, Mónica Witt trabalhou entre 1997 e 2008 para a força aérea, onde aprendeu a língua farsi e foi enviada por diversas vezes ao Médio Oriente como agente de contraespionagem. Entre 2008 e 2010 permaneceu como consultora do ministério da Defesa.
Em 2012 deslocou-se ao Irão para uma conferência intitulada "Hollywoodismo", que segundo este documento judicial era financiado pelos Guardas da Revolução e difundia uma mensagem antiamericana.
Em paralelo, uma jornalista americano-iraniana, Marzieh Hachemi, foi presa em 13 de janeiro nos Estados Unidos mantida sob detenção durante dez dias para ser envolvida como testemunha num dossiê judicial em curso e perante um "grande júri" em Washington.
E Mónica Witt foi indiciada em 8 de fevereiro por um "grande júri" na capital federal.
Nascida nos Estados Unidos sob o nome de Melanie Franklin antes da sua conversão ao islão e o casamento com um iraniano, Hachemi vive no Irão onde desde há 25 anos é uma das caras mais conhecidas da cadeia anglófona Press TV.
No seu regresso a Teerão, denunciou as condições de detenção, sem divulgar detalhes sobre o caso que motivou a sua prisão.
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