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22 de ago. de 2018

Os ingênuos defensores de teorias socialistas precisam acordar para a realidade

Multidão se aglomera na Praça da Vitória, em Bucareste, na Romênia, no 32º aniversário da Revolução Russa



Epoch Times, 22 de agosto de 2018 



Por Ilena Johnson 


Socialismo e comunismo criam sociedades repressivas


Na adolescência, eu tinha que frequentar todos os anos aulas de doutrinação sobre “socialismo científico.” Essa ciência artificial foi inventada por Karl Marx e Friedrich Engels como uma teoria para explicar o processo de transformar a sociedade do capitalismo ao comunismo, definindo as “leis” da revolução que ocorreria e descrevendo as táticas que seriam utilizadas pelo “proletariado” contra a “burguesia”.

Eu vi meus colegas quase dormindo em suas carteiras, sabendo perfeitamente bem que a teoria que era discutida na aula não tinha nada a ver com a realidade.


A retórica constante sobre como devíamos transformar o socialismo de teorias utópicas em “ciência” através do “materialismo histórico” era ouvida ao mesmo tempo que o roncar dos estômagos vazios. Disseram-nos que se uníssemos o socialismo científico com a agitação do proletariado, os trabalhadores se tornariam uma classe revolucionária consciente e o comunismo seria construído.

Sabendo quantas pessoas já morreram tentando escapar de países socialistas opressores, fico impressionada com quantos “idiotas úteis” hoje defendem esse sistema político e econômico que matou milhões de pessoas que inocentemente acreditaram nos marxistas.

Talvez a minha experiência ajude os outros a entender o que é “socialismo”.

Igualdade

O socialismo engloba os sistemas econômicos e sociais definidos pelo controle dos meios de produção e da propriedade social. A propriedade social pode ser pública, coletiva ou cooperativa.

As doutrinas socialistas se concentram na oposição ao individualismo e na instalação da “igualdade e solidariedade”, e perseguem uma variedade de objetivos econômicos. São divididas em vários tipos de socialismo, como o socialismo marxista, o comunismo ou o “socialismo utópico”, o socialismo libertário, o socialismo reformado e a social democracia.

O socialismo que eu experimentei nos ofereceu igualdade na miséria, igualdade de exploração e igualdade de condenação à prisão se não obedecêssemos os líderes do Partido Comunista. E certamente não havia justiça para o “proletariado”. Obedecíamos e aceitávamos nosso destino e as decisões tomadas pela elite comunista que nos dominava.

O socialismo afirma estar organizado em torno do interesse coletivo e não do interesse de um grupo de indivíduos, e é projetado para entregar o poder ao povo. Dizer que essa teoria é uma piada é generosidade da minha parte.

Não tínhamos poder nenhum, e se tentássemos reclamar disso — ou de nossa parcela dos meios da produção — corríamos o risco de dar de cara com o cano de uma arma na mão de um policial, o qual era apenas representante dos bandidos bem alimentados, bem pagos e bem armados do Partido Comunista. Nós sequer tínhamos uma espingarda de caça, já que todas as armas de fogo haviam sido confiscadas muito antes do Estado tomar o controle total das nossas vidas.

Bens em comum

Uma economia socialista defende um Estado administrador supremo de todos os bens comuns. O Estado é responsável por garantir que “cada indivíduo tenha condições de viver, de perpetuar a espécie, de desfrutar a vida, de ter dignidade e respeito por si mesmo e os outros, de encontrar a felicidade e participar do bem-estar da nação”. Essa é a retórica socialista enlatada.

A realidade socialista que eu experimentei era bastante diferente. O Estado dizia a cada cidadão o quanto ele podia comer, através da produção e distribuição inadequadas de alimentos; dizia o quanto podia consumir de outros bens, através de planos quinquenais inadequados cujos objetivos eram sempre alcançados e ultrapassados no papel, enquanto a mercadoria se tornava escassa no mercado e era de má qualidade, porque ninguém realmente se importava. As pessoas fingiam trabalhar e o Estado fingia pagar-lhes “salários dignos”. As pessoas complementavam sua renda e seu acesso a alimentos com atividades no mercado negro e roubando do trabalho, trocando por coisas que eles precisavam.

O Estado nos dizia através do planejamento central comunista quanta eletricidade, aquecimento e água podíamos consumir, cortando o abastecimento por várias horas todos os dias; dizia quanta propriedade privada podíamos acumular através de sua polícia da economia sempre vigilante que batia nas portas e confiscava tudo o que considerava excessivo; e dizia quantos remédios podíamos ter, esvaziando as farmácias.

O Partido Comunista inclusive lançou normas legais nos anos 80 a respeito de quantas calorias por dia cada pessoa podia consumir. Era quase impossível encontrar uma pessoa obesa a menos que tivesse algum outro problema de saúde.

Um vídeo feito em 1989 mostra o ditador socialista Nicolae Ceausescu visitando um mercado de Bucareste e uma padaria. No filme, as prateleiras estavam cheias de comida, pão, pastelaria, salame, queijos, carne, açúcar, azeite e outros produtos que os cidadãos pobres disputavam em filas intermináveis todos os dias.

Essa abundância toda havia sido entregue momentos antes, e cuidadosamente arrumada para a visita do ditador. Assim que ele se foi, a comida foi removida, deixando as mesmas prateleiras vazias e escuras, do jeito que o “proletariado” estava acostumado a ver.

Os empregados da padaria pareciam envergonhados, de pé com seus macacões brancos, aplaudindo o amado líder como se ele fosse uma estrela de rock. O culto à personalidade tinha que ser alimentado constantemente por uma multidão que fingia adorá-lo, que era forçada a ficar no sol, ou sob chuva ou neve para aplaudi-lo onde quer que resolvesse aparecer.

No socialismo não existe propriedade privada, dizem aqueles que simpatizam com ele. Nos vinte anos em que vivi a transição do socialismo ao comunismo, as elites tinham sua propriedade privada enquanto o proletariado não tinha nada. O Estado dirigido pelo Partido Comunista controlava tudo, inclusive o que as pessoas podiam falar.

O sempre astuto teórico e pensador parasita Karl Marx, que vivia às custas da generosidade de seus amigos e patronos ricos, escreveu que o socialismo é uma transição imperfeita entre o capitalismo e o comunismo, onde os bens e o dinheiro são distribuído desigualmente de acordo com o trabalho feito.

Na realidade, o trabalho dos médicos e do proletariado era pago mais ou menos igualitariamente, eliminando assim o incentivo de passar anos na universidade para se tornar um médico. Os Democratas e as pessoas de esquerda dizem hoje que é obsceno que um médico ganhe muito dinheiro e que as consultas deviam ser gratuitas.

Duas classes

“Socius” em latim significa “camarada” ou “aliado”. Era preciso ter muito cuidado com quem você se aliava, para não acabar na cadeia ou morto. “Comunis” em latim significa “compartilhado”. Na prática, ninguém compartilhava nada no comunismo, exceto a miséria e a pobreza. Embora nos livros se descreva que o comunismo não tem classes, na realidade ele tem duas: o proletariado (a maioria) e a elite dominante (os membros do Partido Comunista).

No socialismo não há “igualdade de oportunidades”, para usar um eufemismo dos democratas. Não há “segurança econômica”, mas insegurança. Não há um salário decente, mas um salário suficiente apenas para sobreviver.

O socialismo e o comunismo criam sociedades repressivas. Não há “cuidados de saúde universais”, há racionamento de saúde. Não há “bem público”, apenas o “bem” do Partido Comunista, e produtos especiais em lojas especializadas apenas para o Partido Comunista. Há educação pública gratuita misturada com doutrinação forçada da teoria marxista.

Nós definimos a civilização ocidental pela nossa humanidade. No comunismo, a vida não tinha valor a menos que fosse daqueles que estavam no poder. Se um bebê nascia com uma deficiência curável, o Estado não gastava nenhum recurso para salvá-lo. O recém-nascido era deixado sem cuidados, esperando a morte.

Os estudantes eram vacinados na escola com as mesmas 3 ou 4 seringas e agulhas fervidas todas as manhãs em latas enferrujadas, não em um recipiente apropriado para esterilização. A hepatite corria desenfreada. Os hospitais lavavam e utilizavam as mesmas ataduras novamente.

Os funcionários dos hospitais, dos enfermeiros e enfermeiras até os médicos, tinham que ser subornados para que os pacientes tivessem um atendimento adequado. O atendimento médico e os remédios eram gratuitos, mas as famílias tinham que fornecer lençóis, toalhas, atenção ao paciente o tempo todo, alimentos e remédios comprados no mercado negro. O paciente que não tinha família para cuidar dele ficava deitado em uma cama de metal, desacompanhado por semanas, até que melhorava por si mesmo ou morria.

“Pequenas doses” de socialismo

H.G. Wells, o prolífico escritor britânico de ficção científica que se descrevia como socialista à esquerda de Stálin, entrevistou o infame ditador soviético durante três horas em 23 de julho de 1934. A entrevista foi gravada por Constantine Oumansky, chefe do Gabinete de Imprensa do Comissário de Assuntos Externos.

O tema da entrevista era contar o que Stálin estava fazendo para “mudar o mundo”. Wells disse a Stálin que ele estava tentando ver o mundo através dos olhos do “homem comum”, não dos olhos de um político ou burocrata.


Indicando a Stálin que “os capitalistas devem aprender com você para entender o espírito do socialismo,” Wells disse que estava ocorrendo uma profunda reorganização nos Estados Unidos, a criação de uma “economia planejada, ou seja, socialista”. Ele tinha testemunhado a construção de prédios de escritórios em Washington, novos órgãos reguladores do Estado e a criação de “um Serviço Civil muito necessário”.

O líder soviético Nikita Khrushchev disse em 1959: “Não podemos esperar que os norte-americanos saltem do capitalismo para o comunismo, mas podemos ajudar seus líderes eleitos a dar aos norte-americanos pequenas doses de socialismo até que de repente despertem e descubram que estão vivendo no comunismo”.

Hoje, as “pequenas doses” do socialismo tornaram-se doses maiores e estão sendo impulsionadas por políticos, pela mídia e pelo meio acadêmico.

O conteúdo desta matéria é de responsabilidade do autor e não representa necessariamente a opinião do Epoch Times

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