Euronews, 25 de junho de 2018
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi reeleito para um novo mandato de cinco anos, nas eleições antecipadas que assinalam a passagem do sistema parlamentar em vigor para um sistema presidencial em que o chefe de Estado concentra a totalidade do poder executivo.
As autoridades eleitorais na Turquia indicaram esta segunda-feira de manhã que Recep Tayyip Erdogan conseguiu a maioria de votos, o que lhe garante a vitória na primeira volta.
Os resultados oficiais só devem ser conhecidos mais tarde, mas, segundo a agência de notícias estatal Anadolu, Erdogan foi reeleito com 52,6% dos votos e o principal candidato da oposição, Muharrem Ince, do partido social-democrata CHP obteve 30,7%.
Num discurso em Ankara, em frente à sede do seu partido, o AKP, perante milhares de apoiantes, Erdogan assinalou a vitória: "o vencedor destas eleições é a democracia, é a vontade do povo e de toda a nação. O vencedor destas eleições é cada um dos 81 milhões de cidadãos".
Erdogan, que lidera a Turquia há 15 anos, consolida o poder também no Parlamento, conseguindo a maioria de assentos graças à aliança com a formação de extrema-direita MHP
A declaração de vitória de Erdogan surgiu depois do principal partido da oposição, o CHP (social-democrata), ter afirmado que a sua própria contagem dos resultados parciais indica que é inevitável uma segunda volta das presidenciais.
Mesmo antes da proclamação do chefe de Estado, os apoiantes já tinham começado a celebrar a vitória agitando bandeiras turcas nas ruas de Istambul e, após as suas declarações, eram audíveis buzinas de automóveis, segundo a agência francesa AFP no local.
"A Turquia, com uma taxa de participação de perto de 90%, deu uma lição de democracia ao mundo inteiro", afirmou Erdogan.
O Presidente turco convocou em abril estas eleições presidenciais e legislativas antecipadas inicialmente previstas para novembro de 2019.
Após estas eleições, entra em vigor a nova Constituição, aprovada em referendo no ano passado, que dá poderes executivos alargados ao Presidente e diminui as funções fiscalizadoras do Parlamento. O cargo de primeiro-ministro é abolido.
Erdogan defende a necessidade de tal medida para garantir a estabilidade na cúpula do Estado, mas os seus opositores acusam-no de querer monopolizar o poder com esta transformação.
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