Nota
Salvini tem ganho notoriedade desde que começou o seu movimento na Itália dentro do Lega Nord, assim como outros partidos [e políticos] anti-imigração, e anti-União Europeia. Ele e seu partido passaram por alguns anos infrutíferos em sua empreitada em busca de tornarem-se os representantes políticos de um eleitorado cansado. Porém, vale ressaltar [mais uma vez] que, Salvini em matéria de política externa, ou geopolítica, não pode ser considerado realmente uma boa opção. Não só ele declarou seu apoio a uma parte do eixo do poder global, a Rússia – como pode ser visto abaixo nas recomendações – como se juntou a uma coalizão de partidos europeus eurocéticos com a mesma inclinação pró-russa. A Rússia atualmente tem interesse na expansão do Irã para todo o Oriente Médio; se dizer anti-imigração, e anti-Islã, ao mesmo tempo em que apoia o regime russo que alimenta o Irã é no mínimo um contrassenso.
Outro líder dessa coalizão, do M5S [MoVimento 5 Estrelas], Beppe Grillo, já declarou que “a Rússia é um parceiro econômico contra o terrorismo, não um inimigo”. O seu "parceiro contra o terrorismo” parece não ligar em ajudar o Irã, que é considerado o maior patrocinador do terrorismo no Mundo pelo Departamento de Estado norte-americano, além de outros países-parceiros. Berlusconi dispensa apresentações; suas declarações públicas em louvor a Rússia remontam a era Bush. Só a título de curiosidade: em uma de suas declarações mais recentes [2017] ele declarou que “tenho esperanças de que as sanções contra a Rússia sejam levantadas o mais rapidamente possível”. Não é difícil ver que Berlusconi no poder [com seu partido Força Itália] representa uma grande vantagem para Putin. No papel, a coalizão parece uma coisa boa, mas como um todo ela é um desastre. Ao passo em que o Irã se fortalece com o seu ramo xiita na Síria e no restante do Oriente Médio, resolver os problemas de imigração não será o suficiente para parar uma força político-militar islâmica em ascensão. Os “salvadores” italianos ignoram isso, ou fingem que não veem.
Giorgia Meloni, Matteo Salvini e Berlusconi |
Euronews, 10 de maio de 2018.
Ainda não foi desta que a Itália resolveu o impasse político em que mergulhou há mais de dois meses. Matteo Salvini, o líder da Liga do Norte, o partido de extrema-direita que mais assentos conquistou nas últimas legislativas, declarou que foram dados "passos significativos" nas conversações. No entanto, pede mais tempo, até ao próximo domingo, para poder anunciar uma solução governativa.
Um dos principais obstáculos parece ter sido resolvido. Silvio Berlusconi, com quem Salvini tem uma aliança eleitoral, decidiu afastar-se e deixar caminho aberto nas negociações entre a Liga do Norte e o Movimento Cinco Estrelas, liderado por Luigi Di Maio.
Nota: a loira ao lado de Salvini se chama Giorgia Meloni, uma protegida de Berlusconi. Há alguns anos, eu e vários outros brasileiros nos solidarizamos com a indignação da então ministra Meloni, que não aceitava a não-extradição do terrorista condenado, Cessari Battisti, protegido pelos bandidos do STF. No entanto, o mundo é cheio de ironias; eu, mais tarde, descobri quem realmente é Meloni, uma castrada e serviçal de Berlusconi e opositora das sanções impostas contra a Rússia pelos seus crimes cometidos na Ucrânia. Se você caiu no conto do vigário de algumas personalidades ou sites noticiosos [alternativos] de direita, a respeito dessas figuras, eu sinto dizer, mas, você foi enganado, ou pelo equívoco, ou pela má-fé dos mesmos. Cabe a você se informar sobre o tipo de direita europeia que fala sobre soberania e fronteiras seguras, mas apoia e até recebe de um país que invade outro, simplesmente por poder e vantagem geoestratégica.
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