Gatestone, 15 de maio de 2018
Por Giulio Meotti
- Os líderes do Partido ISLAM pelo jeito querem transformar a Bélgica em um Estado islâmico. Eles a chamam de "Democracia Islamista" e o ano previsto é: 2030.
- "O programa é confusamente simples: substituir todos os códigos civis e penais pela lei da Sharia. Ponto final". — Revista francesa Causeur.
- "A capital europeia (Bélgica) será muçulmana em vinte anos". — Le Figaro.
A sigla do Partido ISLAM da Bélgica significa "Integridade, Solidariedade, Liberdade, Autenticidade, Moralidade". Os líderes do Partido ISLAM pelo jeito querem transformar a Bélgica em um Estado islâmico. Eles a chamam de "Democracia Islamista" e o ano previsto é: 2030.
Segundo a revista francesa Causeur, "o programa é confusamente simples: substituir todos os códigos civis e penais pela lei da Sharia. Ponto final. Criado na véspera do escrutínio municipal de 2012, o Partido ISLAM obteve de imediato resultados impressionantes. Os números são alarmantes.
O efeito que esse novo partido está provocando, segundo Michaël Privot, especialista em Islã e Sebastien Boussois, cientista político, poderá vir a ser a "implosão do tecido social belga". Políticos belgas, como Richard Miller, já defendem a proscrição do Partido ISLAM.
A revista semanal francesa Le Point traça os planos do Partido ISLAM: o partido deseja "evitar o vício proibindo o funcionamento de casas de jogos (cassinos, casas de apostas) e lotéricas". Juntamente com a autorização do uso do véu muçulmano nas escolas e um acordo sobre os feriados religiosos islâmicos, o partido quer que todas as escolas na Bélgica ofereçam carne halal em seus cardápios. Redouane Ahrouch, um dos três fundadores do partido, também propôs segregar homens e mulheres no transporte público. Ahrouch era membro do Centro Islâmico da Bélgica na década de 1990, um ninho do fundamentalismo islâmico onde se recrutava candidatos à jihad para lutarem no Afeganistão e no Iraque .
O Partido ISLAM sabe que a demografia está do seu lado. Ahrouch salientou que "em 12 anos Bruxelas será composta em sua maioria por muçulmanos". Nas próximas eleições belgas, o Partido ISLAM já se prepara para concorrer com candidatos em 28 municípios. À primeira vista parece irrisório em termos comparativos, uma vez que há 589 municípios belgas, mas mostra o progresso e a ambição do novo partido. Em Bruxelas, o partido estará presente em 14 das 19 legendas.
O mais provável é ser esta a razão do Partido Socialista temer a ascensão do Partido ISLAM. Em 2012 o partido já mostrou sua força ao concorrer em apenas três distritos de Bruxelas, elegendo um representante em dois deles (Molenbeek e Anderlecht), perdendo apenas por uma margem apertada na cidade de Bruxelas.
Dois anos mais tarde, nas eleições parlamentares de 2014, o Partido ISLAM tentou expandir a sua base eleitoral em duas circunscrições eleitorais, a cidade de Bruxelas e Liège. E mais uma vez, os resultados foram impressionantes para um partido que defende a introdução da Sharia, lei islâmica, na Bélgica. Em Bruxelas, eles conquistaram 9.421 votos (quase 2%).
Este movimento político, pelo que se sabe, começou em Molenbeek "toca dos radicais belgas", uma "incubadora de recrutadores para o Estado Islâmico do Iraque e do Levante". Seus jihadistas aparentemente estavam planejando desfechar ataques terroristas em toda a Europa e até mesmo no Afeganistão. O colunista francês Éric Zemmour, jocosamente sugeriu que, em vez de bombardear Raqqa, na Síria, a França deveria "bombardear Molenbeek". No momento em Molenbeek 21 autoridades municipais de um total de 46 são muçulmanas.
"A capital europeia", salienta o Le Figaro, "será muçulmana em vinte anos".
"Cerca de um terço da população de Bruxelas já é muçulmana", assinalou Olivier Servais, sociólogo da Universidade Católica de Lovaina. "Os praticantes do Islã, devido a sua alta taxa de natalidade, deverão ser maioria" em quinze ou vinte anos. Desde 2001... Mohamed está no topo da lista dos nomes dados aos meninos nascidos em Bruxelas".
O Partido ISLAM trabalha em um ambiente propício. Segundo o prefeito de Bruxelas, Yvan Mayeur, todas as mesquitas da capital europeia já estão "nas mãos dos salafistas". Há poucas semanas, o governo belga encerrou o arrendamento, de longo prazo, da maior e mais antiga mesquita do país, a Grande Mesquita de Bruxelas à família real saudita, "como parte do que as autoridades dizem ser uma campanha para combater a radicalização". Autoridades salientaram que a mesquita, era uma "gleba do extremismo".
Um relatório confidencial do ano passado revelou que a polícia havia descoberto 51 organizações em Molenbeek com suspeitas de ligações com o jihadismo.
Será que já não chegou a hora da Bélgica acordar da letargia?
Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
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