14 de mai. de 2018

12 razões para a Turquia ser expulsa da OTAN






Front Page, 11/05/2018








Chegou a hora de nos separarmos do desequilibrado Erdogan. 

A aceitação da Turquia à Organização do Tratado do Atlântico Norte, em outubro de 1951, foi uma bênção para a organização. Embora seu histórico de direitos humanos estivesse longe de ser estelar, era um país firmemente anticomunista, e mantinha um exército formidável, era receptivo à colocação de recursos da OTAN no país, incluindo mísseis balísticos Júpiter nuclear e estava estrategicamente localizado, ladeando a União Soviética. E no sul atuando como uma ponte entre a Europa e a Ásia. 
Embora a Turquia fosse tecnicamente um país muçulmano, seus líderes, seguindo as doutrinas defendidas por Kamal Ataturk, guardavam zelosamente a natureza secular do Estado. A influência religiosa foi mantida a um mínimo e isso foi especialmente verdadeiro para funcionários do governo e parlamentares. De fato, havia uma população judaica significativa na Turquia e a Turquia foi a primeira nação de maioria muçulmana a reconhecer Israel, estendendo o reconhecimento em março de 1949. 

Durante a Guerra da Coreia, a Turquia enviou um contingente considerável para lutar ao lado da coalizão liderada pelos Estados Unidos, e suas tropas se saíram bem em combate. As relações tensas da Turquia com a vizinha Grécia e o seu histórico de direitos humanos provaram ser questões problemáticas para a OTAN, mas foram negligenciadas à luz dos benefícios transmitidos à OTAN pela adesão da Turquia. 

Com a ascensão de Recep Tayyip Erdogan como primeiro-ministro em 2003, a equação começou a mudar. O Partido da Justiça e Desenvolvimento de Erdogan (AKP), uma ramificação da Irmandade Muçulmana, começou a mudar sistematicamente o caráter secular da Turquia, incrementalmente a princípio para não perturbar o Exército turco, mas em um ritmo acelerado nos últimos anos. Agora, o presidente Erdogan consolidou o seu poder e castrou os seus inimigos na imprensa, no judiciário, na oposição política e no exército. 

A Turquia de hoje é muito diferente da Turquia que existia antes da ascensão de Erdogan. A nação é atualmente liderada por um islamita neo-otomano, autoritário e mão pesada que não compartilha nada em comum com os seus parceiros da OTAN, e trabalha com objetivos opostos à OTAN para frustrar os seus objetivos. Em vez de ser um bem, a Turquia tornou-se um obstáculo para a OTAN. Chegou o momento de a OTAN se separar de Erdogan. E aqui está o porquê:

1. Abusos dos direitos humanos: Em 20 de abril, o Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou um relatório detalhando os abusos significativos de direitos humanos na Turquia. Estes incluíam detenções arbitrárias e prisões em massa, tortura, censura à imprensa, redução da liberdade de expressão e desaparecimentos forçados de opositores políticos. O autoritário Erdogan transformou a Turquia numa quase ditadura, onde alguém pode ser preso por crimes duvidosos como “insultar o presidente”. Os opositores políticos e os membros da imprensa são rotineiramente presos sob acusações forjadas de “terrorismo” baseadas nas evidências mais fracas. O Judiciário, outrora independente, foi corrompido e agora é composto por comparsas de Erdogan e mercenários de partidos políticos.


2. O uso de estrangeiros como moeda de troca: Em outubro de 2016, as autoridades turcas deram voz de prisão e mantiveram preso um pastor americano chamado Andrew Brunson por acusações inventadas de terrorismo. As identidades das testemunhas que testemunharam contra Brunson foram obscurecidas. Em fevereiro de 2017, a polícia turca prendeu um jornalista turco-alemão, Deniz Yucel, acusando-o de participar de propaganda pró-terrorista. A polícia turca também deteve dois cidadãos checos acusados de ajudar guerrilheiros curdos e, em março de 2018, os turcos prenderam dois soldados gregos, que devido ao mau temo, erroneamente atravessaram a fronteira do rio Evros. No primeiro caso, os turcos estão exigindo que os tchecos extraditem um líder curdo atualmente em Praga em troca dos dois cidadãos checos e, no segundo caso, os turcos estão exigindo que as autoridades gregas entreguem os soldados turcos que fugiram da Turquia após o golpe de estado fracassado de 2016. A esse respeito, o comportamento turco não é diferente do comportamento do Irã e da Coreia do Norte, que rotineiramente sequestram estrangeiros para uso potencial como forma de barganha. A única diferença é que a Turquia é membro da OTAN e está sequestrando cidadãos estrangeiros dos seus parceiros e aliados.

3. Apoio ao Estado Islâmico: Parece absurdo sugerir que a Turquia apoiasse o Estado Islâmico à luz dos ataques terroristas perpetrados por ele em solo turco, mas esse era de fato o caso. Inicialmente, o governo Erdogan acreditava que compartilhava interesses comuns com o grupo terrorista. Ambos eram sunitas e compartilhavam ódio pelos curdos, pelos xiitas e pelos assads. Como tal, Erdogan foi um meio pelo Estado Islâmico pode se sustentar durante seus anos de formação. Funcionários de inteligência turca ajudaram os terroristas do Estado Islâmico com armas e logística, e o governo turco comprou barris de óleo do Estado Islâmico proporcionando assim ao grupo terrorista um fluxo constante de financiamento para apoiar suas atividades. Os turcos também permitiram que agentes do Estado Islâmicos conhecidos cruzassem livremente suas fronteiras e impediram os esforços dos Estados Unidos para apoiar os curdos contra o Estado Islâmico durante a batalha de Kobani. Claro, os turcos logo aprenderam amargamente que não podiam controlar a fera que ajudaram a criar. No entanto, Erdogan e seus capangas foram parcialmente responsáveis pela ascendência do grupo.

4. Apoio ao Hamas: O Hamas é uma organização terrorista totalmente reconhecida como tal pelos Estados Unidos, Israel, União Europeia, Canadá, Japão, Egito e Arábia Saudita, sem a distinção entre suas alas militar e “política”. No entanto, a Turquia manteve excelentes relações com o grupo sedento de sangue. Isso se deve ao fato de que tanto o AKP quanto o Hamas estão intimamente ligados à Irmandade Muçulmana e professam ideologias semelhantes. A Turquia permitiu que os terroristas do Hamas operassem livremente, recrutassem e angariassem fundos dentro de suas fronteiras. O assassinato e sequestro de três jovens judeus na junção do Gush Etzion no verão de 2014 foi o resultado de um plano elaborado e financiado por agentes do Hamas na Turquia. O Hamas continua a canalizar dinheiro para os seus agentes na Cisjordânia e Faixa de Gaza através de seus escritórios na Turquia, como evidenciado pela recente prisão de Omar al-Kiswani, um terrorista do Hamas que recebeu 150 mil euros de seus manipuladores do Hamas na Turquia.

5. Enganosa e indigna de confiança: Os laços turco-israelenses, que nunca foram bons sob Erdogan, tiveram um declínio acentuado após a captura do navio Mavi Marmara, em 2010, e o assassinato de 10 terroristas turcos que tentaram atacar os comandos navais durante a operação. Laços políticos foram todos cortados. No entanto, houve uma cooperação limitada entre os serviços de inteligência israelense e turcos. Mas no que só se pode ser descrito com um ato flagrante de perversidade, o chefe de inteligência da Turquia, Hakan Fidan, traiu os 10 agentes israelenses dando os seus nomes, todos cidadãos iranianos, que trabalhavam disfarçados no Irã, condenando-os a morte e destruindo o elo de espionagem. Fidan obteve aprovação de Erdogan antes de cometer este ato monstruoso. Foi um ato sem precedentes, considerando que a inteligência israelense e turca já havia desfrutado de um relacionamento de 50 anos mutuamente benéfico. Se a inteligência turca é capaz de se envolver em tal traição, é uma aposta certa que a Turquia está entregando segredos da OTAN para os seus aliados próximos, Rússia e Irã.

6. Aquisição de armas incompatíveis: Em tempos de guerra, espera-se que os membros da OTAN ajam de forma coesa e unificada para enfrentar os desafios comuns. Para esse fim, espera-se que os membros da aliança adquiram sistemas de armas e subsistemas compatíveis. Em termos leigos, essas plataformas precisam reconhecer e se comunicar umas com as outras para que as coisas funcionem sem problemas. Até recentemente, este foi o caso até que a Turquia decidiu comprar unilateralmente os mísseis S-400 russos antiaéreos em um acordo no valor de US $ 2,5 bilhões. A plataforma não é compatível com as plataformas da aliança. Os protestos dos Estados Unidos e outros membros da OTAN foram amplamente ignorados. Além disso, a Rússia ainda é vista como a maior ameaça convencional à paz no continente europeu, mas a aquisição dos S-400 da Turquia deu à indústria de defesa russa um impulso significativo, o que, naturalmente, não é bom para a OTAN.

7. Extorsão por meio de imigrantes: Em várias ocasiões, Erdogan ameaçou inundar a Europa com imigrantes sírios e iraquiano na Turquia, se suas exigências de extorsão não fossem atendidas. Ele exigiu o acesso sem visto para cidadãos turcos a nações da União Europeia, exigiu a entrada da Turquia na União Europeia e exigiu bilhões de euros em extorsão de países da União Europeia. Considerando o péssimo histórico de direitos humanos da Turquia, a filiação islamita e a estreita afiliação com grupos terroristas islâmicos, essas demandas estão além do absurdo.

8. Divergência sobre a Síria: Conforme observado, a Turquia ajudou o Estado Islâmico militarmente, logisticamente e economicamente e, em 2014, frustrou os esforços dos Estados Unidos para ajudar as forças curdas a combater os ataques do Estado Islâmico contra a cidade curda de Kobani. Em janeiro de 2018, forças turcas invadiram a região noroeste de Afrin, na Síria, e lutaram contra as Forças Democráticas da Síria, um grupo intimamente ligado aos Estados Unidos e responsável em grande parte pela derrota do EL na Síria. A agressão turca foi motivada por ambições imperialistas e irredentistas. Antes de invadir, os turcos consultaram os russos, mas prestaram pouca atenção aos protestos americanos e alemães. A invasão da Turquia, chamada obscenamente de “Operação Ramo de Oliveira”, foi uma violação do direito internacional e quase causou um confronto direto com as forças dos Estados Unidos estacionadas nas proximidades de Manbij. Por suas palavras e ações, a Turquia deixou claro que os seus interesses geopolíticos estão com a Rússia e o Irã, e não com a OTAN.


9. Burlando as sanções internacionais: Sob as ordens de Erdogan, a Turquia ajudou o Irã a burlar as sanções impostas internacionalmente com o objetivo de forçar o regime a abdicar de suas atividades de proliferação nuclear. Em um plano elaborado por Erdogan, os bancos estatais turcos estavam empregados em um complicado esquema envolvendo a troca de ouro por petróleo iraniano, na ordem de bilhões de dólares. Os comparsas de Erdogan recebiam subornos pesados ao longo do percurso. Uma tentativa da polícia turca de expor as ilegalidades foi anulada por Erdogan.

10. Retórica antissemita e antiocidental: Erdogan frequentemente agride Israel e os membros da aliança. Seus discursos inflamados são muitas vezes acompanhados de conotações antissemitas, teorias, teorias conspiratórias loucas e belicosidade. Erdogan comparou Israel a Alemanha nazista, alegou que Israel cometeu genocídio contra os palestinos, e alegou que Israel tramou o golpe que derrubou o líder egípcio da Irmandade Muçulmana, Mohammed Morsi, e acusou o de “lobby da taxa de juros” internacional, um eufemismo para os judeus ricos, de fomentar os tumultos no Gezi Park em 2013. Os membros da Aliança não foram poupados de sua ira carregada de conspiração. A Alemanha, a França, a Holanda, a Grécia e os Estados Unidos foram todos submetidos a seu vitríolo desequilibrado. Após uma onda de ataques racistas muçulmanos contra cristãos e judeus franceses, um esforço foi feito por autoridades francesas proeminentes para remover versos do Alcorão que faziam referência à violência contra não-muçulmanos. Em vez de reconhecer o problema e buscar uma solução, Erdogan respondeu referindo-se ao Ocidente como “Vil” e atacou os escritos judaico-cristãos. Seu total desdém pelo Ocidente foi claramente demonstrado no ano passado, quando fez a seguinte declaração; “Nossa preocupação não é o que George, Hans ou Helga dizem. Nossa preocupação é o que Hatice, Ayse, Fatma, Ahmet, Mehmet, Hasan, Huseyin dizem, o que Alá diz”.

11. Agressão contra a Grécia: A Turquia continua a iniciar agressões contra o membro da Aliança, a Grécia. Em março, foram presos dois soldados gregos que erroneamente cruzaram a fronteira devido ao mau tempo. Aeronaves turcas violam rotineiramente o espaço aéreo grego e seus navios atacaram embarcações gregas perto de áreas disputadas do Mar Egeu. Houve pelo menos dois desses incidentes hostis neste ano. Acrescente isso a cobiça expressa de Erdogan pelo território grego, um expansionista e de temperamento desequilibrado, e temos uma receita para uma guerra total entre a Grécia e a Turquia, o que acaba prejudicando a coesão da aliança da OTAN.
12. Ocupação do Norte do Chipre: Em 1974, as forças turcas invadiram o Chipre e ocuparam a parte norte da ilha mediterrânea. Os turcos apelidaram sua invasão militar beligerante de “Operação da Paz”, um nome impróprio, se é que houve alguma. Durante o curso de sua agressão, a Turquia deslocou cerca de 200.000 cipriotas gregos de suas casas. Além disso, os turcos implantaram colonos turcos da Turquia continental na ilha em um esforço para criar um desequilíbrio étnico. As ações da Turquia no Chipre não são diferentes das dos iranianos na Síria, que estão limpando etnicamente grandes áreas da Síria e substituindo áreas sunitas vagas por xiitas. Constatou-se que a Turquia violava o artigo 8 da Convenção Europeia sobre os Direitos Humanos, que trata do deslocamento populacional. A Turquia também pode estar violando o Artigo 49.


Cada uma dessas transgressões, sozinhas, é motivo de preocupação. Coletivamente, no entanto, elas são condenáveis. As nações soberanas, é claro, são livres para perseguir seus próprios interesses nacionais. Erdogan escolheu um caminho virulentamente antiocidental que se distancia muito do da OTAN. Ele demonstrou que não é nada além de um bandido desequilibrado, propenso à conspiração e profundamente antissemita. Já é hora da OTAN educadamente mostrar a porta a Erdogan e expulsar a Turquia da Aliança. 

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