DN, 20 de março de 2018.
Em causa o roubo de dados de 50 milhões de utilizadores da rede social pela Cambridge Analytica
O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, instou hoje o fundador e administrador executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, a prestar contas aos eurodeputados sobre o uso de dados de cidadãos europeus na sequência do escândalo da Cambridge Analytica.
"Convidamos Mark Zuckerberg para vir ao Parlamento Europeu porque o Facebook precisa de clarificar, diante dos representantes de 500 milhões de europeus, que os dados pessoais não são usados para manipular a democracia", escreveu Tajani no Twitter.
We’ve invited Mark Zuckerberg to the European Parliament. Facebook needs to clarify before the representatives of 500 million Europeans that personal data is not being used to manipulate democracy.— Antonio Tajani (@EP_President) 20 de março de 2018
O pedido surge numa altura em que têm saído notícias de que uma empresa com sede no Reino Unido, a Cambridge Analytica, usou indevidamente informação do Facebook para ajudar o candidato republicano Donald Trump a ganhar as presidenciais norte-americanas em 2016. A empresa, acusada de usar a informação de mais de 50 milhões de contas do Facebook, nega qualquer utilização indevida.
O líder da Eurocâmara já tinha anunciado na segunda-feira a sua intenção de pedir responsabilidades.
L’utilizzo illegale dei dati di milioni di utenti Facebook per condizionare risultati elettorali sarebbe una minaccia al funzionamento della democrazia. La politica deve tutelare la privacy dei cittadini dallo strapotere delle piattaforme digitali #CambridgeAnalytica— Antonio Tajani (@Antonio_Tajani) 19 de março de 2018
"As alegações de uso indevido de dados de utilizadores do Facebook é uma inaceitável violação dos direitos de privacidade dos cidadãos", salientou Tajani na segunda-feira.
A consultora Cambridge Analytica obteve, em 2014, informação relativa a mais de 50 milhões de utilizadores do Facebook nos Estados Unidos e usou-a para construir um programa informático destinado a prever as decisões dos eleitores e, por isso mesmo, influenciá-los, revelaram no sábado os diários London Observer e o New York Times.
Uma comissão parlamentar do Reino Unido já tinha anunciado hoje que convocou Mark Zuckerberg para responder sobre o alegado uso de dados da rede social para influenciar indevidamente processos eleitorais.
Por outro lado, a comissária da informação do Reino Unido, Elizabeth Denham, também já disse que vai usar todos os poderes ao seu alcance para investigar o Facebook e a Cambridge Analytica.
A comissária está a tentar obter um mandato para fazer uma busca aos servidores da Cambridge Analytica.
O método de colheita de dados usado pela Cambridge Analytica também motivou investigações por parte da União Europeia, bem como de responsáveis federais e estaduais nos Estados Unidos.
A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC) informou hoje que vai analisar o uso da publicidade política no Facebook, também devido ao alegado uso indevido de dados por parte da Cambridge Analytica.
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