Forcing Change, Volume 6, Edição 8.
Nota do Editor: Decidi enfocar nesta edição o papel da educação como um instrumento para a transformação social. Com isto em mente, eu o incentivo a ler também o seguinte artigo:
"Educação e Doutrinação: A UNESCO e as Sete Lições Complexas", em http://www.espada.eti.br/unesco.asp
Tenha em mente que a educação para a transformação social transcende o sistema escolar — ela se tornou uma realidade cultural, impactando a mídia e a indústria do entretenimento, as igrejas, os programas do governo, as práticas empresariais e o Direito. Em outras palavras, precisamos estar alertas e bem informados sobre as mudanças que estão ocorrendo tanto no ambiente escolar quanto na sociedade como um todo. Além disso, precisamos ser cautelosos e fiéis no modo como respondemos aos desafios da cosmovisão.
Nota: A Parte 1 é uma combinação de artigos escritos por minha amiga Berit Kjos. Esses artigos foram escritos alguns anos atrás, porém as informações são tão importantes hoje quando eram quando foram publicados originalmente.
Parte 1
Os Ataques à Fé e à Família: Os Direitos dos Pais, Treinamento Compulsório e Reeducação
Autora: Berit Kjos
"... alguns oponentes do Humanismo nos acusam de querermos derrubar a família cristã tradicional. Eles estão certos; é exatamente isto que queremos fazer." — Associação Humanista Britânica, 1969. [1].
"... se você me der qualquer ser humano normal e algumas semanas, .... posso transformar o comportamento dele do que é agora para qualquer coisa que você queira que seja... Posso transformá-lo de um cristão para um comunista... Podemos controlar o comportamento." – Professor de Psicologia James McConnell, 1966. [2].
"A criança terá o direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá liberdade de buscar, receber e transmitir informações e ideias de todos os tipos, independente das fronteiras..." — Convenção da ONU Sobre os Direitos da Criança. [3].
"Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, arraigados e sobre-edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças. Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo." [Colossenses 2:6-8].
Não se deixe enganar! A Convenção da ONU Sobre os Direitos da Criança, que já tem 21 anos, tem pouco que ver com os direitos pessoais. Ela tem tudo que ver com a mudança de valores e em solapar a família tradicional. Como a Convenção transfere a autoridade dos pais para o Estado, as crianças cristãs estão legalmente livres para rejeitarem as seguras diretrizes familiares. O governo apoiará a escolha delas! Como Hillary Clinton escreveu em seu livro It Takes a Village, nos anos 1990s: "a responsabilidade de criar crianças não é apenas dos pais, como no modelo de família tradicional, mas de toda a comunidade".
Este processo teve início muito tempo atrás. Os marcos incluem a criação da ONU, em 1945 e, começando em 1948, seus relacionamentos consultivos com a nova Federação Mundial para a Saúde Mental. O documento de fundação da Federação, "Saúde Mental e Cidadania Mundial", expôs a agenda da mudança de mentalidade que está por trás das ciências sociais:
"Estudos do desenvolvimento humano indicam a possibilidade de modificações do comportamento humano em toda a vida, especialmente durante a infância e adolescência... Instituições sociais como a família e a escola impõem suas marcas bem cedo... São os homens e mulheres em quem esses padrões de atitude e comportamento foram incorporados que apresentam a resistência imediata às transformações sociais, econômicas e políticas." [4].
A Convenção Sobre os Direitos da Criança foi criada para erodir essa resistência! Por exemplo, o Artigo 14 diz aos pais para "respeitarem o direito da criança à liberdade de pensamento, consciência e religião." Isso pode fazer sentido se os pais forem livres para ensiná-los limites morais e espirituais. Mas, o artigo significa desastre na cultura atual que é livre de limites, que bombardeia nossos filhos com sugestões e imagens pluralistas, promíscuas e pornográficas. O Artigo 14 inclui a seguinte qualificação:
"A liberdade para manifestar a religião ou crenças pode ser sujeita somente às limitações que são prescritas pela lei e são necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral pública, ou os direitos fundamentais dos outros."
Mas quem são esses "outros" que necessitam de proteção? Todos os que desprezam a Bíblia e se sentem ofendidos pelos padrões morais? Isto já está acontecendo! Como um administrador escolar advertiu um aluno: "— Deixe sua fé lá no carro." [5].
O Artigo 15 concede às crianças o direito de "liberdade de associação", enquanto que o Artigo 16 proíbe "interferência com a privacidade delas... ou na sua correspondência." A liberdade delas de escolher escancara as portas para todo tipo de literatura obscena.
Observe a estranha distorção. Com a ratificação da Convenção, o governo termina com os direitos dos pais de definirem limites sensatos e de manterem os padrões morais. A Convenção "libera" as crianças para seguirem os novos flautistas de Hamelin para um mundo de corrupção, pensamento de grupo e controle do governo. Enquanto isso, as crianças cristãs perdem seu direitos fundamentais de expressarem sua fé, pois as crenças e valores cristãos são divisivos demais para o mundo de hoje em transformação.
Este processo de partir o coração é ilustrado por uma família canadense. Como o Canadá ratificou a Convenção Sobre os Direitos da Criança, ele precisa se conformar aos padrões da ONU. [Nota do Editor: Quando um país se vincula a um tratado internacional, como a Convenção Sobre os Direitos da Criança, o país se obriga técnica e juridicamente promover esse mandato.].
"O pai tinha ordenado que a filha... se desconectasse da Internet. Ela não se desconectou, continuou conversando em sites que seu pai tinha tentado bloquear e depois publicou fotos 'inapropriadas' de si mesma on-line, usando o portal na Internet de uma amiga. Como punição, o pai se recusou a permitir que ela participasse de uma viagem organizada pela escola, de modo que a menina de 12 anos recorreu ao sistema judicial do Canadá para conseguir o que queria... ela teve acesso aos tribunais por meio de um defensor público, que a representou na disputa da custódia de seus pais." [6].
"A Corte Superior de Quebec rejeitou a apelação do pai contra a decisão de um tribunal inferior, que disse que a punição que ele aplicou foi severa demais para as atitudes erradas que ele disse que sua filha tinha praticado. O pai está perplexo. [7]."
Esses vereditos enviesados complementam a linguagem enganosa na famosa Declaração Universal dos Direitos Humanos. Observe como ela está em paralelo com a Convenção Sobre os Direitos da Criança. O Artigo 18 da Declaração garante "o direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião." O Artigo 19 afirma "o direito à liberdade de opinião e de expressão...". Mas, o Artigo 29 adverte que "esses direitos e liberdades de forma alguma podem ser exercidos de forma contrária aos propósitos e princípios das Nações Unidas."
Em outras palavras, os "direitos da ONU não serão estendidos àqueles que discordam dos objetivos dela. Entre esses objetivos, podemos citar os seguintes:
- Uma Nova Ordem Internacional governada por globalistas que não foram eleitos e que têm uma agenda socialista.
- O fim da soberania nacional, da verdade absoluta e da família tradicional.
- Solidariedade social e o pluralismo espiritual, mas expurgando os valores cristãos "divisivos".
- Um rede comunitariana de parcerias entre três setores: (1) governo, (2) empresas (3) organizações sociais. Neste último setor estão as organizações comunitárias, igrejas, famílias, etc. Nesta parceria desigual, o governo se torna o "parceiro" controlador. Ele vai definir os padrões, avaliar a adesão, recompensar o "progresso" do grupo e punir os resistentes.
Esta agenda pode parecer boa para os utopistas que põem suas esperanças na transformação global — e que ignoram a duplicidade dos agentes de transformação globalistas pragmáticos e poderosos dos tempos atuais. Hoje, a desinformação "fala" mais alto que a verdade, especialmente para os ouvintes que foram treinados a seguir as emoções, e não os fatos.
Portanto, não é surpreendente que "a linguagem dúplice" seja central na propaganda da ONU. A Declaração Sobre o Papel da Religião, da UNESCO, é um bom exemplo. Ela propõe tolerância e diálogo — mas não mostra tolerância em relação ao Cristianismo. As verdades cristãs imutáveis simplesmente não se encaixam nos requisitos da UNESCO:
"Promoveremos o diálogo e a harmonia entre e dentro das religiões... respeitando a busca pela verdade e sabedoria que estão fora da nossa religião... Convocamos as diferentes religiões e tradições culturais a unirem as mãos... e a cooperarem conosco." [8].
A palavra "cooperar" é um modo benigno de dizer "submeter-se aos novos padrões globais". Além disso, quaisquer resultados abaixo dos padrões dessa "busca pela verdade" serão rapidamente silenciados pelo sempre presente "pensamento de grupo" dialético.
Nenhum Espaço Para os Que Resistem
A Convenção Sobre os Direitos da Criança coloca essa agenda interfé dentro de nossos lares e nas escolas. Seguindo o modelo da ONU, seus "direitos" prometidos estão reservados para aqueles que adotam seus valores socialistas e anticristãos. O Preâmbulo arma o cenário:
"Considerando que importa preparar plenamente a criança para viver uma vida individual na sociedade e ser educada no espírito dos ideais proclamados na Carta das Nações Unidas e, em particular, num espírito de paz, dignidade, tolerância, liberdade e solidariedade..."
Cada um dos artigos da Convenção Sobre os Direitos da Criança listados a seguir abre a porta para justificar ação pelo Estado, ou para impor valores globais como uma substituição aos padrões bíblicos.
Artigo 3. "Os Estados Partes garantem que o funcionamento de instituições, serviços e estabelecimentos que têm crianças a seu cargo e asseguram que a sua proteção seja conforme às normas fixadas pelas autoridades competentes, nomeadamente nos domínios da segurança e saúde, relativamente ao número e qualificação do seu pessoal, bem como quanto à existência de uma adequada fiscalização."
Artigo 9. "Os Estados Partes garantem que a criança não é separada de seus pais contra a vontade destes, salvo se as autoridades competentes decidirem, sem prejuízo de revisão judicial e de harmonia com a legislação e o processo aplicáveis, que essa separação é necessária no interesse superior da criança."
Nota da autora: Poderá a fé inabalável em Deus ser considerada incompatível com esse "interesse superior"?
Artigo 12. "Os Estados Partes garantem à criança com capacidade de discernimento o direito de exprimir livremente a sua opinião sobre as questões que lhe respeitem, sendo devidamente tomadas em consideração as opiniões da criança, de acordo com a sua idade e maturidade."
Artigo 17: "Os Estados Partes reconhecem a importância da função exercida pelos órgãos de comunicação social e asseguram o acesso da criança à informação e a documentos provenientes de fontes nacionais e internacionais diversas, nomeadamente aqueles que visem promover o seu bem-estar social, espiritual e moral, assim como a sua saúde física e mental. Para esse efeito, os Estados Partes devem:"
(c) Encorajar a produção e a difusão de livros para crianças;
(e) Favorecer a elaboração de princípios orientadores adequados à proteção da criança contra a informação e documentos prejudiciais ao seu bem-estar."
O Artigo 17 contém muitos pontos preocupantes. Primeiro, a referência ao "bem-estar espiritual e moral" está baseado em valores politicamente corretos, não em valores cristãos. Segundo, na disseminação dos livros infantis, que tipo de mensagem será divulgada? Hoje, a maioria dos livros infantis faz o leitor imergir em sugestões, imagens, crenças e valores que se chocam com os valores cristãos. Finalmente, de que materiais as crianças serão protegidas? Poderão esses materiais "prejudiciais" incluírem a Bíblia? Mensagens missionárias? Livros tradicionais de história e outras informações que se choquem com a ideologia da ONU? Provavelmente!
Como o objetivo é transformação — estabelecer uma Nova Ordem Internacional — qualquer obstáculo à essa visão já está sendo censurada nas escolas públicas. A Elite Globalista não tem tolerância pelo país livre e soberano que aprendemos a amar!
Nota do Editor. A mensagem transmitida pela autora transcende as fronteiras dos EUA. O pensamento de grupo, a ação coletiva, o pensamento politicamente correto, uma ética global, e a gestão de cima para baixo se tornaram temas dominantes em grande parte do mundo ocidental — onde, no passado, a ética bíblica e a moralidade, o individualismo e a responsabilidade individual, a livre iniciativa e as famílias no modelo tradicional forneceram um fulcro que permitiu a criação de comunidades e nações fortes.
Incitando a Aversão aos Que Resistem
Esta revolução socialista me faz lembrar da ira que surgiu após os ataques à bomba no edifício do governo federal em Oklahoma. Dia após dia, a mídia fazia acusações contra aqueles que eram suspeitos de serem inimigos da unidade americana — aqueles cuja "retórica enraivecida" tinha criado um "clima nacional de ódio e paranoia". Eles iam dos coléricos apresentadores de rádio e "extremistas" até pais cristãos preocupados. "A coalizão deles", escreveu a revista Time, "incluía elementos bem-conhecidos do pensamento da extrema direita: manifestantes contra a carga tributária, pais cristãos que educam seus filhos no próprio lar, teóricos da conspiração... e tipos que procuram viver sem depender de ninguém, que se sentem injuriados com o fato de o governo federal parecer se preocupar mais com os ursos e com os lobos selvagens do que com os seres humanos..." [9].
Aparentemente, o relatório controverso do Departamento da Segurança Interna foi simplesmente a mais recente expressão da agenda socialista. Você se lembra do relatório sobre o "Extremismo de Direita?" Ele sugere que os problemas econômicos, "o retorno dos veteranos militares" e "indivíduos que estão dedicados a uma única questão, como fazer oposição ao aborto ou à imigração" [10] poderiam levar ao "aparecimento de grupos terroristas" e da violência.
Observe o que está acontecendo. Apesar do apelo para a unidade, nossos líderes socialistas estão promovendo a divisão. A razão é que essa intencional vilificação de cidadãos comuns, pacíficos e ordeiros, serve a um propósito útil.
Adolf Hitler compreendeu a importância da divisão social como um mecanismo para a transformação cultural. Ele também estava determinado a separar os seguidores dos resistentes e, nesse processo, solidificou a cosmovisão do Nacional-Socialismo. Lembre-se do que ele escreveu em Mein Kampf:
"A arte dos grandes líderes verdadeiramente populares de todas as épocas consistiu principalmente em... sempre se concentrar em um único adversário... É parte do gênio do grande líder fazer até mesmo adversários muito distantes parecerem como se pertencessem a uma mesma categoria..." [11].
[Nota do Editor: Rotular os críticos de "sabotadores do progresso", permite que os agentes de transformação reúnam o suporte emocional contra os "resistentes". Isto, por sua vez, coloca enorme pressão sobre os opositores. As vozes deles se tornam marginalizadas, pois a vontade coletiva do povo — moldada pela nova cosmovisão — não tolera mais os "antigos valores". Na Alemanha de Hitler, na China de Mao e na União Soviética de Lenin e Stalin, os "resistentes" eram silenciados para o bem geral da nova ordem.].
A Convenção Sobre os Direitos da Criança é um convite, bem como uma maldição. Ela "liberta" nossos filhos e netos para serem Cidadãos do Mundo, imunes ao chamado de Deus e aos valores tradicionais de seus pais. Mas, para aqueles que se recusam a contemporizar, ela significa o fim da liberdade. Cidadãos comuns são demonizados como um inimigo, enquanto que o verdadeiro inimigo se torna um amigo. Thomas Sowell resumiu muito bem:
"Enquanto o resto de nós pode estar preocupado com as gangues mexicanas dos cartéis das drogas em nossas fronteiras... o diretor da Segurança Interna está preocupado com os 'extremistas da direita'... De algum modo, eles simplesmente sabem que vocês, direitistas, estão querendo lançar o terror em algum lugar..."
"O assim chamado 'crime para lavar a honra', praticado por muçulmanos nos EUA... não parece despertar preocupação alguma no Departamento da Segurança Interna... Quando se trata dos brutamontes da ACORN, o Departamento de Segurança Interna aparentemente não vê mal algum, não ouve mal algum e não diz nada." [12].
Salvando a Terra
O Artigo 29 da Convenção Sobre os Direitos da Criança diz: "... a educação da criança deve destinar-se a... (e) Promover o respeito da criança pelo meio ambiente."
Essa visão poderia ser boa se não estivesse envolvida em uma agenda política e espiritual. Mas, inúmeros grupos ambientalistas e religiosos estão agora compartilhando suas estratégias para uma nova ideologia centrada na Terra. Muitas igrejas estão persuadidas que as religiões verdes são mais benéficas do que as "obsoletas" certezas da Bíblia. O ex-presidente dos EUA Al Gore lidera o caminho. Considere a seguinte citação de seu livro A Terra na Balança:
"A riqueza e diversidade da nossa tradição religiosa em toda a história é um recurso espiritual que há muito tempo é ignorado pelas pessoas de fé, que frequentemente estão temerosas de abrirem suas mentes a ensinos oferecidos primeiro fora de seus próprios sistemas de crença. Mas, o aparecimento de uma civilização em que o conhecimento se move livremente e de forma quase instantânea por todo o mundo... estimulou uma renovada investigação da sabedoria destilada por todas as fés. Essa perspectiva pan-religiosa pode se provar especialmente importante no que se refere à responsabilidade de nossa civilização global com relação à Terra." (pág. 258-259).
Zombar da verdade é um sinal dos nossos tempos e "temor" se tornou uma acusação comum contra nós. Todavia, dentre todos os habitantes do mundo, os cristãos têm a mínima razão para temer. Nosso Deus soberano reina — mesmo no meio das malignas transformações que estão ocorrendo hoje.
"Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." [Romanos 8:37-39].
"No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais." [Efésios 6:10-12].
Treinamento Compulsório
"Abolição da família! Até os mais radicais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comunistas. Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesa? No capital, no ganho individual. A família, na sua plenitude, só existe para a burguesia, mas encontra seu complemento na supressão forçada da família para o proletário e na prostituição pública."
"A família burguesa desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento, e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento do capital."
"Acusai-nos de querer abolir a exploração das crianças por seus próprios pais? Confessamos este crime. Dizeis também que destruímos os vínculos mais íntimos, substituindo a educação doméstica pela educação social. E vossa educação não é também determinada pela sociedade, pelas condições sociais em que educais vossos filhos, pela intervenção direta ou indireta da sociedade por meio de vossas escolas, etc? Os comunistas não inventaram essa intromissão da sociedade na educação, apenas mudam seu caráter e arrancam a educação à influência da classe dominante." [Manifesto Comunista, de Marx e Engels; 13]
"John Dewey escreveu... que os bolcheviques estavam envolvidos em uma 'interessantíssima experiência sociológica...' usando ideias da educação progressiva e práticas para 'contrabalançar e transformar... a influência do lar e da igreja'." [Dr. Dennis Cuddy. [14].
"Anos antes ele tinha infligido... o materialismo dialético em um mundo já cansado de sofrer. Marx propôs aquilo que tinha de ser feito — a 'inclemente destruição de tudo o que existia.' Essa destruição desarraigaria a religião, a família, a moralidade, e tudo que formou a civilização ocidental... O instrumento aparentemente modesto foi o Instituto de Pesquisa Social (a Escola de Frankfurt)... dedicada ao neomarxismo."
"... o maior mal ocorreu quando a Escola de Frankfurt desembarcou nos EUA, graças a John Dewey e à Universidade de Colúmbia." [15].
Você se lembra da proverbial rã na bacia com água aquecida no fogo brando? Ela finalmente morreu, pois não notou a elevação gradual da temperatura da água.
Poucos viram os primeiros sinais da ideologia neomarxista que invadiu nossas escolas e universidades. Mas, já na primeira década do século 20, quem imaginaria que um principal objetivo da "educação progressiva", de John Dewey, era enfraquecer a família tradicional, substituir a liberdade pelo coletivismo, e substituir o Cristianismo por uma forma evolutiva de solidariedade "espiritual"? [16].
Em seu artigo de 1908, "Religião e Nossas Escolas", Dewey escreveu que as "crenças dogmáticas" estavam desaparecendo. Décadas mais tarde, enquanto presidia a Associação Humanista Americana, ele foi um dos coautores do Manifesto Humanista, de 1933. Observe como suas palavras refletem as igrejas emergentes atuais:
"Qualquer religião que espere ser uma síntese e uma força dinâmica para os dias atuais, precisa ser moldada para as necessidades deste tempo. Estabelecer esse tipo de religião é uma grande necessidade atual." [17].
Façamos o avanço rápido da fita até o século 21. O sempre presente processo dialético agora reina nas igrejas, bem como nas escolas. Nas cidades americanas, "organizadores comunitários" treinados por Saul Alinsky trabalham lado a lado com alunos que fazem seu aprendizado para o serviço em todo o país. Enquanto isso, as famílias cristãs enfrentam uma crescente oposição. Por exemplo:
"Uma menina de dez anos, educada em seu próprio lar, e descrita como cortês, interativa e sociável com seus pares, promissora academicamente e em um nível intelectual igual ou superior ao das crianças de sua idade, recebeu a determinação de um oficial da Corte de New Hampshire de frequentar a escola pública, pois tinha sido vigorosa demais na defesa de sua fé cristã. A decisão... argumentava que a defesa vigorosa que a menina fez de sua religião diante de um conselheiro indicado pelo tribunal sugere que ela não teve a oportunidade de considerar seriamente qualquer outro ponto de vista..."
"Um procurador designado para representar os interesses da criança no processo concluiu que a menina 'parecia refletir a rigidez da mãe nas questões de fé' e que os interesses da menina 'seriam melhor atendidos se ela ficasse exposta ao ambiente de uma escola pública e à diferentes pontos de vista em um tempo em que ela precisa começar a avaliar criticamente múltiplos sistemas de crenças... de modo a selecionar, como uma jovem adulta, qual desses sistema melhor se ajustará às suas próprias necessidades.'" [18].
Você entendeu? O tribunal diz que essa menina cristã — uma excelente aluna — não tem o direito de escolher qual religião melhor se ajusta às suas próprias necessidades até que tenha examinado muitos outros sistemas de crenças. Somente como uma jovem adulta ela saberá o suficiente sobre as diversas religiões do mundo e poderá escolher um sistema adequado.
Será que essa decisão do tribunal se aplica às crianças muçulmanas, budistas ou hindus?
É lógico que não! Na cultura global "progressiva" atual, o "inimigo" é o cristianismo. As outras religiões estão protegidas. Afinal, elas são essenciais para a nova visão de "unidade na diversidade".
Veja: os agentes de transformação consideram o cristianismo bíblico um grande obstáculo para a solidariedade global. Nada erode os valores cristãos mais eficientemente que a imersão em grupos pequenos liderados por facilitadores treinados que guiam os membros diversos rumo à uma unidade pré-planejada no coração e na mente.
A Prática Marxista da PRÁXIS
Mas, há mais manipulação. O caminho para o pluralismo propõe uma mistura estratégica de consenso do grupo (uma TEORIA em evolução) e PRÁTICA coletiva: imersão ativa em uma comunidade com valores morais e sociais diversos. Esse "aprendizado para o serviço" se tornou a norma nas escolas, faculdades e organizações de serviço por toda a parte.
Baseado na Dialética Hegeliana, na ideologia marxista e no gradualismo de Antonio Gramsci, esse processo manipulador se propagou por todo o mundo durante o século 20. Sua mistura de um consenso evolutivo, ou TEORIA e PRÁTICA coletivas, seria chamada de PRÁXIS. O processo sela as novas lições em mentes "abertas", ao mesmo tempo em que solapa todas as formas de certezas tradicionais. Ele leva a mentalidade pública da rocha sólida da Verdade e dos fatos para as areias móveis da opinião coletiva.
Karl Marx mencionou a PRÁXIS pela primeira vez em 1844. De acordo com a definição em linguagem ambígua e evasiva da Enciclopédia do Marxismo, práxis é "simplesmente outra palavra para prática no sentido em que a prática é compreendida pelos marxistas". De acordo com vários documentos marxistas, Marx via a práxis como a contínua interação da "teoria e prática, em que nem a teoria nem a prática são inteligíveis isoladas uma da outra." [19].
Em outras palavras, o grupo precisa continuamente confirmar suas teorias em evolução gradual com uma prática correspondente. Os membros do grupo precisam estar preparados para contemporizar para o bem do consenso (a TEORIA evolutiva), e então PRATICAREM suas novas visões por meio de algum tipo de ação em grupo ou serviço — seguido por um tempo de REFLEXÃO em grupo... O processo é repetido indefinidamente.
Nem todos os grupos se encaixam nesse molde. Muitos grupos cristãos estão enraizados em fatos, verdade e certeza. Eles buscam Deus, não MUDANÇA! Eles atuam com base na Palavra de Deus, não nas opiniões populares. A esperança deles não pode ser extinta pelas opiniões mutáveis do mundo:
"A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu." [Hebreus 6:19].
A Visão Marxista do Cristianismo — A "Religião" do Seu Tempo
Para Karl Marx, o Cristianismo era detestável! Ele o odiava! Como as várias expressões do Cristianismo tinham se propagado pela Europa, elas deveriam ser erradicadas. Portanto, em sua Crítica à Filosofia do Direito de Hegel, ele escreveu:
"A religião não faz o homem, mas, ao contrário, o homem faz a religião: este é o fundamento da crítica irreligiosa... A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. Ela é o ópio do povo." [20].
A partir de uma perspectiva comunista, faz sentido. Mas, a partir de uma perspectiva bíblica, é uma bobagem! Marx acreditava na MUDANÇA contínua. Os cristãos creem na Verdade imutável, o que se choca com essa progressão dialética. O Cristianismo não pode ser espremido para dentro do processo revolucionário marxista. O marxismo também não pode ser colocado dentro das igrejas de Deus sem perverter a verdade e a fé. Os dois são incompatíveis!
A Enciclopédia do Marxismo interpreta a palavra "absoluto" de um modo conveniente para suas teorias em evolução:
"... o progresso do conhecimento nunca chega a um fim, de modo que o absoluto é relativo. Entretanto, mesmo uma verdade relativa pode conter certo grau da verdade absoluta total, de modo que há um absoluto dentro do relativo." [21].
Essa distinção é importante. Longe da Verdade imutável de Deus, não há esperança concreta ou certeza para se firmar, porque o desejo infindável do homem de redefinir a realidade não conhece limites. Poucos exemplos são mais perturbadores que as distorções da Palavra de Deus nas igrejas pós-modernas atuais.
Treinando a Juventude na Práxis Marxista
Uma pesquisa na Internet das faculdades americanas expõe rapidamente a aceitação e popularidade da Práxis. Considere a Universidade de Wisconsin. A página na Internet sobre "Pedagogia do Aprendizado Para o Serviço" parece ser bem inocente. Ela parece refletir a tradição cristã de amor e serviço pelos pobres e necessitados, mas, na verdade, encaixa-se perfeitamente na fórmula marxista para a mudança: Diálogo Facilitado (estabelecendo um OBJETIVO transformacional pré-planejado) ou TEORIA + PRÁTICA (experiência prática que muda os valores) = PRÁXIS. O sítio na Internet afirma o seguinte:
"O processo de reflexão crítica é um elemento essencial do aprendizado para o serviço. Ele expande o aprendizado do aluno conectando o serviço e as experiências acadêmicas. Ele vincula a TEORIA com a PRÁTICA." [22].
O verdadeiro propósito é a MUDANÇA calculada. Independente se as tarefas dos alunos envolvem abrigos para os sem-teto, questões sobre drogas e dependência, organização da comunidade, assistência médica, ou questões ambientais, eles serão levados para um envolvimento emocional com aqueles que "sofrem", sejam eles seres humanos, animais, ou o "frágil planeta Terra". Eles aprendem a avaliar a realidade por meio de sentimentos subjetivos, que podem ser facilmente manipulados. Como os alunos na infame Escola do Governador, fundada por Bill Clinton no Arkansas, eles são treinados para verem a vida de uma perspectiva irracional — e frequentemente revolucionária.
Quando os alunos são imersos em contextos moralmente "diversos" que zombam dos valores bíblicos, provavelmente emergirão com uma preocupante familiaridade com a corrupção inesquecível. Eles aprendem a "tolerar" as práticas que zombam do nosso Deus, a se solidarizar com aqueles que enfrentam as dolorosas consequências das escolhas ruins, e aceitar os males sociais como uma condição normal.
A transformação real nos valores do aluno será normalmente medida por avaliações feitas antes e depois de cada experiência de aprendizado para o serviço. Essas avaliações são fundamentais para documentar a eficácia do programa. O sítio na Internet do Minnesota State Colleges and Universities mostra o significado de "reflexão" e "avaliações":
"O aprendizado para o serviço não é voluntariado. A reflexão permite que os alunos pensem criticamente sobre suas experiências, incluindo como a experiência os afetou emocionalmente e como seus valores podem ter mudado."
"As avaliações dos alunos poderão incluir avaliações pré-serviço e pós-serviço..." [23].
Essa estratégia transformacional pode parecer gentil e compassiva para seus inúmeros apoiadores, mas virtualmente imuniza a maioria dos participantes contra as diretrizes morais de Deus. E aqueles que não seguirem com os valores em transformação pagarão o alto preço de avaliações e notas ruins.
Julea Ward, uma aluna cristã na Universidade do Leste de Michigan, foi expulsa da escola de graduação "por não afirmar o comportamento homossexual como aceitável". [24]. Embora não estivesse envolvida no "aprendizado para o serviço" formal, ela ilustra a atitude geral da universidade em relação aos valores cristãos.
A sedutora PRÁXIS é agora a norma nos programas "aprendizado para o serviço" desde as escolas primárias até a faculdade — e continuando na vida adulta. Com os planos de serviço universal do presidente Obama, poucos escaparão da manipulação transformadora de mentes.
Redefinindo os Direitos e a Liberdade
A menina de 10 anos citada anteriormente ilustra uma batalha que está ocorrendo na Alemanha desde os dias de Hitler. Devem os pais ter o direito e a autoridade de educar seus filhos de acordo com a fé cristã? A Convenção Sobre os Direitos da Criança tem o objetivo de acabar com esse direito. Logicamente, na Alemanha moderna, os pais nunca tiveram esse direito:
"Uma audiência crítica está agendada na Alemanha, na guerra daquele país contra aqueles que educam seus filhos nos lares, para determinar se uma família pode continuar a controlar a educação de seu filho de 14 anos, de alto desempenho... Os Schmidts foram multados em cerca de $18.300 por educarem seu filho em casa e, como não estão em condições de pagar todas as multas, ficaram sujeitos à penhora de seus bens no lar por parte do governo. O teste de ambas as crianças mostrou que elas têm extraordinárias capacidades acadêmicas... Os testes também mostraram que elas são competentes socialmente. Isto é crítico, pois os alemães ainda acreditam que as crianças educadas no próprio lar são socialmente retardadas, o que comprovadamente não é verdadeiro..."
"Acredita-se que várias centenas de famílias alemãs eduquem seus filhos no próprio lar. Virtualmente todas elas estão enfrentando algum processo judicial, ou estão vivendo de forma clandestina. Uma família até fugiu para os EUA..."
"Um dos primeiros atos de Adolf Hitler quando assumiu o poder foi criar um Ministério da Educação governamental e dar-lhe o controle de todas as escolas e das questões relacionadas com a educação... Em 1937, o ditador disse: '... colocamos diante de nós mesmos a tarefa de inocular nossa juventude com o espírito desta comunidade de pessoas em uma idade muito precoce... Este Novo Reich... pegará os jovens e lhes dará sua própria educação e sua própria criação.'" [25].
Da mesma forma que os cristãos perseguidos em todo o mundo, precisamos fazer uma escolha: agradaremos o mundo e seguiremos seus caminhos — ou agradaremos a Deus e seguiremos Seu caminho? Como nosso país está rapidamente abraçando os ideais marxistas, os cristãos que se recusarem a se conformar poderão em breve enfrentar a ira do mundo. (Leia o artigo DB123, "Da Liberdade da Família ao Controle Global — Parte 1").
Fique alerta para esta transformação. A pressão para contemporizar nossos valores bíblicos tem início na escola primária, ou até antes. Uma vez que a âncora da Verdade seja removida, a maioria das mentes jovens seguirá as correntes mais fortes. Amigos, não permitam que essa âncora se vá. Orientem seus filhos! E treine-os a confiar, seguir e estar em comunhão com nosso maravilhoso Pastor:
"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." [Romanos 12:2].
Reeducação
"O propósito da educação e das escolas é modificar o pensamento, as emoções e ações dos estudantes." – Benjamin Bloom. [26].
"À medida que a influência do lar e da igreja diminuem... as escolas precisam começar a propiciar adequadamente o desenvolvimento emocional e moral das crianças... A escola... precisa assumir uma responsabilidade direta pelas atitudes e valores do desenvolvimento da criança. Os conselheiros tutelares, os psicólogos, os assistente sociais, e os profissionais da área de saúde devem todos se projetar agressivamente sobre a comunidade, enviar trabalhadores para os lares das crianças..." — Comissão Conjunta Sobre Saúde Mental das Crianças. [27].
"Uma proposta para um novo currículo de Estudos Sociais nas escolas públicas do Texas remove a menção de Natal em uma lição da sexta série, substituindo-a por um festival religioso hindu..." – Houston Chronicle. [28].
"... a ruptura das famílias tradicionais, longe de ser uma crise, é na verdade um... triunfo para os direitos humanos contra o patriarcado." [líder do Fundo da ONU Para a População] [29].
A família cristã tradicional tem sido um obstáculo contínuo para a visão globalista da solidariedade. Há mais de 60 anos que as Nações Unidas e seus gurus em saúde mental lutam com afinco para erradicar aquelas antigas "certezas venenosas" que estão diante do caminho deles. Eles parecem estar ganhando terreno!
Desde que Adolf Hitler proibiu a educação no próprio lar 70 anos atrás, os pais alemães enfrentam batalhas muito difíceis. Agora, outros países estão seguindo o mesmo sistema. Observe as atitudes do governo nos seguintes exemplos:
"Uma audiência crítica está prevista na Alemanha na guerra daquele país contra aqueles que educam seus filhos no próprio lar para determinar se uma família pode continuar a controlar a educação de seu filho de alto desempenho, de 14 anos... 'Um dos direitos fundamentais dos pais é o direito de educar seus filhos de acordo com suas próprias crenças religiosas'." [30].
Esse "direito fundamental" está sendo rapidamente substituído por "direitos coletivos" ou de "comunidade", definidos pelo governo. O fato de aquelas crianças educadas no próprio lar terem "capacidades acadêmicas extraordinárias" e serem "socialmente competentes" não importa. O sistema global em ascensão não quer líderes cristãos "competentes". Não na Suécia, não nos EUA — em parte alguma do mundo!
"Um juiz da Carolina do Norte ordenou que três crianças frequentem as escolas públicas neste próximo trimestre porque a educação no lar que a mãe deles forneceu nos últimos anos precisa ser 'desafiada'. Entretanto, os testes realizados mostraram que as crianças estão acima dos seus níveis de graduação — em quase dois anos... O juiz... explicou que seu objetivo... é garantir que elas tenham uma 'educação melhor balanceada.'... o juiz também disse que a escola pública 'preparará essas crianças para o mundo real e para o nível superior' e permitirá a 'socialização' delas." [31].
Essas táticas de socialização "funcionaram bem na União Soviética. Baseadas no Processo Dialético marxista/hegeliano, elas incluíam o pensamento coletivo, a pressão manipuladora dos pares, a negação dos absolutos, uma desavergonhada "tolerância" para a imoralidade e uma intolerância irracional pelas visões contrárias.
Os resultados podem ser desastrosos. Os estudantes treinados para escarnecerem das diretrizes de Deus e para se conformarem à multidão são qualquer coisa menos livres. A maioria é logo dirigida pelas novas noções evolutivas que solapam toda a verdade e as certezas. Livres das restrições morais, muitos ficam presos às suas próprias lascívias, obsessões e, finalmente, ao desespero.
Uma Escola-Modelo para os Líderes do Futuro
A "Escola do Governador" de Bill Clinton — uma das muitas criadas nos EUA durante os anos 1980s — demonstra resultados trágicos. Durante as seis semanas nas férias do verão, ela isolava alunos selecionados de faculdades no Arkansas do mundo exterior e os imergia na ideologia progressista, em literatura sensual, em diálogo de grupo e emoções místicas — tanto reais quanto imaginadas. [32].
"Estudantes, me façam um favor", pediu a autora Ellen Gilchrist, uma palestrante convidada pela escola. "Ignorem totalmente seus pais. Ouçam o que eles dizem, mas em seguida os esqueçam. A razão é que vocês precisam começar a usar seus próprios materiais, os próprios materiais que vocês têm." [33].
O objetivo dela era libertar os estudantes dos valores familiares "obsoletos", não promover a independência pessoal. Eles precisam rejeitar os caminhos antigos e passar a ter "a mente aberta" — prontos para aceitarem as práticas impensáveis que bombardeariam suas mentes. Ao chegar o momento de deixarem a Escola do Governador, seus sonhos utópicos pareciam mais reais do que o mundo real. Como os resultados planejados da lavagem cerebral soviética, eles tinham sido privados da verdade, dos fatos e da realidade. Com as consciências cauterizadas, com novos ideais e novas emoções voláteis, eles enfrentariam o mundo antigo que tinham deixado para trás seis semanas antes.
Os agentes de transformação marxistas que estão por trás dessa mudança são numerosos demais para listar, mas o psicólogo comportamental Kurt Lewin nos dá uma fórmula simples. Vinculado aos infames institutos de pesquisa psicológica em Londres (o Instituto Tavistock) e da Alemanha (Escola de Frankfurt), Lewin se mudou para os EUA quando Adolf Hitler iniciou seu reinado. A influência de Lewin se propagou dentro do MIT e de outras universidades, depois pavimentou o caminho para o "treinamento em sensibilidade" e a formação dos Laboratórios de Treinamento Nacional que prepararam as táticas de transformação e os livros-textos para as escolas públicas.
Lewin delineou seu programa com uma fórmula de 3 etapas:
- DESCONGELAR as mentes. Questionar os modos antigos por meio do diálogo facilitado (sob a direção de um facilitador), pressão dos pares e "experiência" de grupo — real ou imaginada.
- MOVER os estudantes para o novo nível. Usando a dissonância cognitiva (confusão mental, moral e emocional), pressão dos pares, e consenso manipulado para as lealdades dos modos antigos para o novo.
- CONGELAR as mentes do grupo no novo nível. As novas visões se tornam a norma. Elas parecem boas! As visões antigas se tornam ofensivas, bem como erradas! [34].
Para os estudantes, a transição de volta para a realidade — para o lar, a família e a vida normal — foi dolorosa. Para uns, foi letal.
"Quando voltei para casa, escrevi uma nota de suicídio para mim mesmo", confessou LeAndrew Crawford. "Não querendo na verdade me matar, mas querendo matar a realidade daquilo que a sociedade tinha me ensinado durante tanto tempo... Eu estava totalmente deprimido, pois minha família simplesmente não parecia minha família... Eu não queria estar de volta." [Veja a Nota de Rodapé 33].
Brandon Hawk se matou depois de menos de um ano. Ouvindo a respeito de sua morte, outros pais preocupados contactaram os pais dele.
"Eles veem a mesma coisa em seus filhos que vimos em Brandon", o pai explicou. "Eles simplesmente se afastam e deixam a família." [Veja a Nota 33].
Mas, Brandou não foi o único que escolheu a morte em vez da vida. Após o terceiro suicídio, um comitê da Assembleia Legislativa do estado do Arkansas realizou algumas audiências que expuseram alguns dos problemas. Talvez o depoimento mais revelador tenha sido o da mãe de Brandon, que leu as anotações no diário de seu filho. Em sua primeira página, ele escreveu:
"'As mães são as melhores pessoas que existem e minha mãe é a melhor mãe do mundo.' Mas, três semanas mais tarde, ele escreveu: 'Minha mãe tem a mente tão fechada que acho que teremos um impasse em algumas questões em breve.' E a página final ele escreveu: 'Após eu voltar do feriado prolongado do Dia da Independência, meus amigos e eu podíamos ver que tínhamos subitamente sido transformados em livre pensadores'." [Veja a Nota de Rodapé 33.].
Outra mãe testificou: "Meu filho retornou da Escola do Governador e sua linha favorita era: 'Não existem absolutos; não existem absoluto.'" [Veja a Nota de Rodapé 33.].
Não foi necessário muito tempo para modificar as mentes e corações dos estudantes, não é mesmo? Todavia, poucos professores e pais estão cientes desta agenda subversiva.
Em 1982, o professor Benjamin Bloom, um psicólogo comportamental conhecido mundialmente, definiu "bom ensino" como "desafiar as crenças fixas dos estudantes e fazê-los discutir os problemas." [35]. (Parece como Kurt Lewin, não é mesmo?) Ele acrescentou:
"A evidência coletada até aqui sugere que uma única hora de atividade em sala de aula, sob certas condições, pode produzir uma grande reorganização nos comportamentos cognitivos, bem como afetivo (atitudes, valores e crenças)." [36].
A evidência mais reveladora que esse esquema realmente "funciona" vem daqueles que participaram na Escola do Governador, de Bill Clinton. À luz das rápidas transformações atuais, faz sentido lembrar os testemunhos deles, conforme registrados no vídeo documentário intitulado The Guiding Hand (A Mão Orientadora):
1. ISOLAR OS ESTUDANTES DOS VALORES DA FAMÍLIA TRADICIONAL.
"Durante as seis semanas... eles não puderam ir para casa, exceto para passar o feriado do Dia da Independência. Eles foram aconselhados a não telefonarem para casa... Eles podem receber correspondência, mas são incentivados a terem o mínimo contato possível com o mundo exterior." (Shelvie Cole, mãe de Brandon).
"Eu achava que não precisava falar sobre aquilo. Não sei o porquê. Talvez porque deveríamos ficar aqui e o fato que não podíamos sair... Ninguém... que tinha ido antes iria conversar comigo sobre o assunto. (Kelly Wood, ex-aluna).
A "eficácia" dessa separação compulsória pode ajudar a explicar por que (1) os agentes de transformação educacional querem colocar crianças de 3 anos em programas na pré-escola e (2) por que "Obama diz que as crianças americanas passam muito pouco tempo na escola". [37].
2. REFORÇAR NOVOS VALORES PROGRESSISTAS E ANTICRISTÃOS.
"Assistimos a filmes como Milk — A Voz da Igualdade, sobre um político e ativista homossexual. Aprendemos sobre a vida dos homossexuais — aquelas coisas que seus pais dizem: 'Isto é errado... Você não deveria assistir a esse tipo de filme, pois isso simplesmente não é correto..." [LeAndrew Crawford, ex-estudante).
"Os instrutores demolem o sistema da figura de autoridade e... ajudam os estudantes a estabelecerem outra... Eles convencem os estudantes que 'Vocês são a elite. A razão por que vocês não serão compreendidos quando voltarem para casa — por seus pais, seus amigos, seus pastores ou qualquer outra pessoa — é por que vocês foram treinados para pensar de um modo com o qual eles não conseguem lidar'... Esse elitismo intelectual e cultural lhes dá o direito... de dizer, 'Sabemos melhor do que vocês'." (Mark Lowery, ex-diretor de publicidade da Escola do Governador.)
3. ENFATIZAR O ENSINO CENTRADO NAS EMOÇÕES (afetivo, não cognitivo):
"Em vez de aprender que 2+2=4, as crianças terão de responder o que acham de 2+2. Atualmente, temos um movimento nas escolas do nosso estado do Arkansas chamado Reestruturação, em que eles estão tentando eliminar o aprendizado substantivo e mais objetivo para essa área subjetiva das emoções." (Mark Lowerly).
"Você acharia que existem alguns desafios acadêmicos... em preparação para a faculdade... O principal livro-texto do qual posso me lembrar tem o título Zen and the Art of Motorcycle Maintenance (Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas), um livro totalmente sobre definições da religião hindu." (Steve Roberts, ex-aluno).
4. MOLDAR UMA ESPIRITUALIDADE PESSOAL TOTALMENTE INCLUSIVA:
"Em muitos lugares... até mesmo em acampamentos cristãos, você tem aquela ênfase em 'O que estou fazendo de errado?'...Posso conversar com Deus! Eu e Deus somos um, o mundo é um. Salte para cima e para baixo, você sabe, apenas gire em volta."
"Era como aquela ideia dos bahá'is. Você tem o Islã, a Fé Bahá'i, o Cristianismo... Eles são todos tipos de árvores, mas por baixo, o sistema de raízes cresce junto e é o mesmo deus." (Steven Allen, aluno).
5. INSTILAR AS CRENÇAS-ALVO — UMA 'NOVA' AGENDA SOCIAL E POLÍTICA:
A próxima citação se encaixa com a experiência de Bill Clinton. Ele foi selecionado como um potencial futuro líder — um Acadêmico de Rhodes — merecedor da doutrinação requerida:
"Acho que o objetivo total da Escola do Governador é inscrever de 350-400 alunos durante as férias de verão, e escolher dentre eles 4, 5, ou 6 estudantes que possam ser líderes políticos e então moldar suas mentes nesse raciocínio mais progressista e humanista... Para serem considerados intelectuais... você precisa ser um pensador progressista..." (Mark Lowery, ex-diretor).
"Eles estão trazendo uma agenda política sob o disfarce de excelência acadêmica... Foi algo muito bem orquestrado, bem organizado, foi manipulador e transformador das mentes." (Steve Roberts).
"Temas proeminentes promovidos por essa escola incluem homossexualidade radical, socialismo, pacifismo e uma hostilidade consistente em relação à civilização e cultura ocidentais, especialmente os fundamentos bíblicos." (Jeoffrey Botkin)
6. CONSTRUIR A FIDELIDADE À NOVA COMUNIDADE:
"Você podia se vestir de qualquer forma que quisesse. Tivemos pessoas praticamente nuas. Era realmente bem liberal... havia uma terrível quantidade de imprecações." (Mike Oonk, ex-aluno).
"Os estudantes... dizem: 'Este é o lugar perfeito. Nunca vou querer ir para casa.' Eu mesmo me peguei dizendo isso várias vezes. (Mike Oonk) [Veja a Nota Final 33.].
Doutrinar os estudantes com crenças diversas, valores socialistas, sonhos utópicos e amor idealizado leva à enganação, à desilusão, à corrupção e ao caos. Mas, isso se encaixa com o plano de batalha para a transformação global perfeitamente bem. Os agentes de transformação de hoje necessitam do caos e da crise para justificar suas ações opressivas. Não somente isto destrói a antiga ordem social, mas dá a ilusão de uma liberdade recém-encontrada — dos valores e das restrições morais da família. [38].
"Seria impossível para mim descrever para vocês o quão emocionante e incomum é esta aventura educacional", disse Bill Clinton. [Veja a Nota de Rodapé 33.].
Não foi emocionante para os estudantes reprogramados que voltaram para casa. Mas, esse problema poderá em breve ser solucionado. Por meio do "aprendizado para o serviço" e outros projetos de reaprendizado de longo prazo, os estudantes de hoje poderão ficar enraizados no novo ambiente — mesmo se dormirem em casa.
É para esta situação que caminhamos, caros amigos! Durante este último ano, três estudantes em uma faculdade bem conceituada na Califórnia cometeram suicídio — uma das muitas consequências da confusão mental dos tempos atuais. Uma noite, enquanto pais desesperados se reuniam com os administradores escolares para buscarem soluções, um quarto estudante tentou o suicídio em um entroncamento ferroviário próximo. Ele foi tirado dos trilhos segundos antes de o trem passar por ali. [39].
Permanecendo Firmes Nesta Guerra Social e Espiritual
A escola não ofereceu soluções reais. Mas, nosso Deus oferece! Guarde as seguintes diretrizes em seu coração:
- Ore! Jesus disse: "Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." [João 15:5].
- Prepare-se. "No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo." [Efésios 6:10-11].
- Capacite seus filhos para discernirem o mal e resistirem à contemporização. "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes." [1 Coríntios 15:33].
- Confie em Deus, não em si mesmo. "Ah! nosso Deus, porventura não os julgarás? Porque em nós não há força perante esta grande multidão que vem contra nós, e não sabemos o que faremos; porém os nossos olhos estão postos em ti." [2 Crônicas 20:12].
- Informe e advirta a todos que queiram ouvir. "Livrando-te deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio, para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim." [Atos 26:17-18].
- "Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo." [1 Coríntios 15:57].
- "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." [Romanos 12:2].
Parte 2
Citações Sobre Educação Para a Transformação
1. "Sugeri que os livros-texto sejam reescritos em termos de relações dos direitos humanos e não a partir dos atuais ângulos nacionalistas e separatistas... A todos esses, gostaria de acrescentar que um dos nossos objetivos educacionais imediatos precisa ser a eliminação do espírito competitivo e a substituição por uma consciência cooperativa." — Alice Bailey (uma líder ocultista que influenciou Robert Muller, fundador do Currículo Essencial Mundial, das Nações Unidas), Education in the New Age (Lucis Trust), pág. 74.
2. "As instituições educacionais exercem uma parte importante na maioria das sociedades como agentes do controle social, mudança cultural e, não menos importante, na seleção social." — A. H. Halsey, "Education and Social Selection", Power and Ideology in Education (Oxford University Press, 1977), pág. 167.
3. "... como o mundo hoje está no processo de se tornar unificado, e como um grande objetivo da UNESCO precisa ser ajudar na rápida e satisfatória realização desse processo, a UNESCO precisa prestar atenção especial à educação internacional — a educação como uma função de uma sociedade mundial." — Julian Huxley [primeiro diretor-geral da UNESCO], UNESCO: Its Purpose and Its Philosophy (Public Affairs Press, 1947), pág. 29-30.
4. "A tarefa da educação para o futuro imediato é ajudar em ativar uma ética de sensitividade planetária que nos ajude na prática de disciplinas que nos protejam do fascínio da nossa mórbida cultura de produção... Precisamos passar de um senso de realidade e valor centrado no homem para um que esteja centrado na Terra." — Budd Hall e Edmund Sullivan [Professores de Aprendizado Transformacional], "Transformative Education and Environmental Action in the Ecozoic Era", Empowerment for Sustainable Development (International Institute for Sustainable Development, 1995), pág.102.
5. "... a educação global precisa transcender as realizações materiais, científicas e intelectuais e alcançar deliberadamente as esferas morais e espirituais." — Dr. Robert Muller [ex-funcionário de alto escalão da ONU e desenvolvedor do Currículo Essencial Mundial], New Genesis: Shaping a Global Spirituality (World Happiness and Cooperation, 1982), pág. 8.
6. "O princípio da unidade da humanidade precisa ser adotado de todo o coração por aqueles em cujas mãos estão as responsabilidades pela tomada de decisões, e seus dogmas relacionados — incluindo o conceito da cidadania mundial — precisa ser propagado tanto por meio dos sistemas educacionais quanto da mídia." — Jaime Duhart [representante da Comunidade Internacional Baha’i], "Social Priorities of Civil Society: Speeches by Non-Governmental Organizations at the World Summit for Social Development" (UN NGLS, 1996), pág. 2.
Parte 3
Engenharia Social para a Transformação Global
Autor: Carl Teichrib
"Cinquenta anos é um tempo amplo o suficiente para alterar o mundo e sua população quase além do ponto em que eles possam ser reconhecidos. Necessários para a tarefa são: um sólido conhecimento da engenharia social, uma clara visão do objetivo visado — e poder." — Arthur C. Clarke, Childhood's End. [1].
"Uma sociedade mundial não pode ser obra do acaso. Como não existem precedentes, ela não pode ser tradicional neste estágio em seu desenvolvimento. Ela somente pode ser deliberativa e experimental, planejada e construída com objetivos específicos e com a ajuda de todo o conhecimento disponível com relação aos princípios da organização social. A engenharia social é uma nova ciência." — Scott Nearing, United World [2].
Sem dúvida, uma das grandes ferramentas para a engenharia social está na esfera da educação pública. Esta não é uma declaração genérica que minimiza o papel da educação, mas o reconhecimento que ela realiza uma função especial em criar a transformação social. Considere a seguinte afirmação de Naresh Singh, diretor de programa no Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD):
"A educação tem sido avançada como significativa em produzir mudanças nas atitudes, no comportamento, nas crenças e valores... De modo a redirecionar o comportamento e valores rumo à mudança institucional para o desenvolvimento sustentável, existe a necessidade de investigar as opções estratégicas em relação às filosofias educacionais, o âmbito para propagação e adoção e os grupos que mais provavelmente estarão susceptíveis à transformação." [3].
Tudo isto aponta para uma transição radical que está ocorrendo agora — uma transição que enfatiza o "pensamento global" e "normas planetárias". De acordo com a literatura do IISD, "A tarefa da educação para o futuro imediato é ajudar em ativar uma ética de sensitividade planetária... Precisamos passar de um senso de realidade e valor centrado no homem para um senso que esteja centrado na Terra." [4].
Esse "papel da transição global" para a educação geral é uma plataforma fundamental para a UNESCO, a Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas. O primeiro diretor-geral da UNESCO, Julian Huxley, delineou claramente qual seria o escopo educacional para a organização:
"A UNESCO precisa constantemente testar suas políticas com relação ao critério de avaliação do progresso evolucionário. Um conflito central dos nossos tempos é aquele entre o nacionalismo e o internacionalismo, entre o conceito de muitas soberanias nacionais e uma soberania global..." .
"A moral para a UNESCO é clara. A tarefa dela de promover a paz e a segurança nunca poderá ser totalmente realizada pelos meios atribuídos a ela — educação, ciência e cultura. Ela precisa contemplar alguma forma de unidade política, seja por meio de um único governo mundial ou não, como os únicos meios certos para evitar a guerra... Entretanto, a unidade política mundial é, infelizmente, um ideal remoto e, além disso, também não se encontra dentro do âmbito de competência da UNESCO. Mas, isto não significa que a UNESCO não possa fazer muito para promover a paz e a segurança. Especificamente, em seu programa educacional, ela pode enfatizar a necessidade final de unidade política mundial e familiarizar todos os povos com as implicações da transferência da soberania plena das nações separadas para uma organização mundial. [5]
Em 1968, a UNESCO, junto com o Fundo do Século Vinte (agora chamado Fundação do Século) e a Fundação Ford, ajudaram a iniciar um novo organismo educacional sediado em Genebra, na Suíça, a Organização Bacharelado Internacional (http://www.ibo.org). [6].
Originalmente, a OBI foi criada para fornecer uma base educacional comum para os estudantes internacionais que seria aceitável para as universidades de todo o mundo. Com isto em mente, o currículo da OBI tem há mais de 35 anos enfatizado que seus estudantes alarguem sua compreensão das várias culturas, idiomas e pontos de vista.
Compreender os pontos de vista, as culturas e idiomas dos outros é uma tarefa nobre — isto é algo que eu mesmo tento fazer e instilar em meus filhos. Mas, por baixo da filosofia da OBI há alguma coisa mais profunda. De acordo com George Walker, diretor-geral da OBI, "a educação internacional oferece às pessoas um estado mental: uma mentalidade internacional. Você tem de modificar o modo de pensar das pessoas." [7]. Portanto, "os estudantes desenvolvem uma conscientização sobre as questões morais e éticas e um senso de responsabilidade social... promovido pelo exame das questões locais e globais." [8].
Ao avançar a mentalidade internacional, a OBI endossou a Carta da Terra — uma declaração centrada no planeta Terra que venera a unificação política, ética, moral e espiritual global. Algumas personalidades, como Mikhail Gorbachev, chegaram ao ponto de comparar a Carta da Terra com "aqueles 10 ou 15 mandamentos que todos nós conhecemos... aqueles famosos testamentos..." [9].
Fornecendo a iniciativa da Carta da Terra com suporte avançado, a OBI concordou em se tornar uma parceira da Carta da Terra, junto com grupos como a Associação dos Cidadãos Mundiais, Amigos da Terra, Assembleia Global dos Povos, Rede de Ação pelas Florestas Tropicais, o ramo americano da Associação das Nações Unidas, a o Parlamento Mundial das Religiões. [10]. Além disso, um dos vice-diretores-gerais da OBI, Ian Hill, é membro do Comitê Consultivo para Iniciativas na Educação, da Carta da Terra.
Propagando esse novo "testamento" global, a OBI procurou modos de incorporar a Carta da Terra nas seguintes áreas de currículo: Teoria do Conhecimento, Sistemas Ambientais, Ciência do Meio Ambiente, Tecnologia e Transformação Social, Estudos da Paz e dos Conflitos, Ciência Experimental, Filosofia, Geografia, História, Matemática e nas Artes. [11].
Nada disso seria muito relevante se a OBI fosse uma pequena entidade atuante em algum canto esquecido do mundo — mas, ela não é. No ano de 2004, cerca de 1.300 escolas em todo o mundo foram autorizadas a oferecer os programas da OBI — nos EUA e no Canadá, cerca de 650 escolas estavam vinculadas com a organização, com 473 somente nos EUA. Hoje, os programas se expandiram para 3.461 escolas em 143 países, alcançando mais de 1.049.000 estudantes com idades entre 3 e 19 anos."
Além disso, a OBI está vinculada com diversas funções da ONU, além da Carta da Terra e da UNESCO, diante da qual tem status consultivo. Exemplos dessa parceria com a ONU incluem: trabalho preparatório para o Encontro de Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento Sustentável, atividades dentro de diversas Escolas Internacionais da ONU, e envolvimento com vários programas-modelos. [12]. Basicamente, a OBI é uma organização com considerável ação de "transformação social" nos níveis locais e nacionais por meio de seus programas educacionais e, no nível internacional, por trabalhar com parceiros globais.
O financiamento para o organismo também reflete esta abordagem global-local-global. Durante o mês de outubro de 2003, em uma demonstração de suporte monetário, o Departamento da Educação dos EUA premiou a OBI com 1,17 milhão de dólares. De acordo com uma nota para a imprensa emitida pela OBI, esses fundos do contribuinte norte-americano deveriam ser especificamente canalizados para a criação de programas em "seis parcerias em escolas de nível médio e faculdades" em áreas menos privilegiadas nos estados de Massachusetts, Nova York e Arizona." [13].
Financiamento adicional para a OBI vem dos governos de outros países importantes, incluindo a Grã-Bretanha, Japão e Canadá. Fundos também são encaminhados via contribuições da Fundação Goldman Sachs, Fundação Andrew W. Mellon, a Agência para o Desenvolvimento Internacional do governo dos EUA, a Fundação Armand Hammer, Escola Armand Hammer Para um Mundo Unido, a Escola Internacional das Nações Unidas, a Fundação New York Times, Gulf Canada, IBM, Organização Mundial do Comércio, e muitas outras. [14].
Avançando a ideia de uma plataforma educacional internacional, o professor Azim Nanji, diretor do Institute of Ismaili Studies, fez um discurso para a OBI em 5 de maio de 2003, declarando que as pessoas precisam ver as coisas em termos mais amplos do que apenas Estados-nações e democracia ocidental progressista. Adicionalmente, ele declarou que quando as crenças religiosas das pessoas se tornam um veículo para agendas políticas e sociais, isto é um abuso da religião. [15].
De certo modo, acho que a ironia desta proposta passou despercebida. Ao endossar e incorporar a Carta da Terra, a OBI está descaradamente promovendo uma agenda pseudo-religiosa e espiritual — um conceito de transformação social internacional que está entrelaçado com as aspirações de governança global, com o fortalecimento da ONU e com as filosofias religiosas centradas na Terra. A própria UNESCO, como parte da base fundamental da OBI, endossa uma versão quase religiosa da educação internacional por meio do trabalho de um ex-funcionário de alto escalão da ONU, Robert Muller (já falecido).
Em 1989, Robert Muller recebeu o Prêmio Educação para a Paz, da UNESCO, por seu trabalho em desenvolver o Currículo Essencial Mundial. Frederico Mayor, diretor-geral da UNESCO naquele tempo, enalteceu Muller como "um inovador na educação" e elogiou o livro dele, New Genesis: Shaping a Global Spirituality (Novo Gênesis: Moldando uma Espiritualidade Global), dizendo que ele "oferece ao mundo um modelo para uma nova visão espiritual do destino humano." [16].
De acordo com o livro:
"... a humanidade está buscando nada menos que sua reunião com o 'divino', sua transcendência para formas cada vez mais elevadas de vida. O hindus chamam nosso planeta Terra de Brahma, ou Deus, pois eles corretamente não veem diferença entre a Terra e o divino. Essa antiga e simples verdade está lentamente raiando outra vez sobre a humanidade. O florescimento total dela será a grande, real e nova história da humanidade, pois estamos prestes a entrar na nossa era cósmica e nos tornar aquilo que sempre almejamos ser: o planeta de Deus." [17].
Previsivelmente, o Currículo Essencial Mundial, criado por Muller, segue essa veia do Novo Gênesis-Nova Era. Na verdade, o Currículo Essencial Mundial é realmente mais do que uma filosofia da educação do que um currículo real: uma filosofia firmemente enraizada em conceitos de Nova Era de divinização do homem e "espiritualidade da Terra". Colocando tudo isto junto, Muller explicou: "Sim, a educação global precisa transcender as realizações materiais, científicas e intelectuais e alcançar deliberadamente as esferas morais e espirituais." [18].
De acordo com Muller:
"Precisamos gerenciar nosso planeta de modo a permitir que um fluxo infindável de seres humanos admitidos ao milagre da vida possam preencher suas vidas física, mental, moral e espiritualmente como nunca antes foi possível em toda nossa evolução. A educação global precisa preparar nossas crianças para a chegada de uma era planetária independente... e feliz." [19].
Lucile Green, que foi uma ativista de longa data pró-governo mundial e uma amiga de Robert Muller, descreveu essa nova "era planetária" em suas memórias, Journey to a Governed World (Jornada a um Mundo Governado):
"O item mais urgente na agenda planetária é definir os limites da liberdade e da ordem nas questões supranacionais e globais. Uma Constituição Mundial é necessária, que combine as realizações de ambos os hemisférios: isto é, as limitações constitucionais e uma Carta de Direitos do Ocidente, e uma cosmovisão ampla do Oriente." [20].
Outro contemporâneo de Muller, William D. Hitt, escreveu em seu livro The Global Citizen (O Cidadão Global): "Como cidadãos globais, precisamos de um novo modo de pensar." [21].
Aqui está o ponto crucial da transformação social global: um "novo modo de pensar" que ligue a educação internacional, a ética global, a unidade política internacional e o aparecimento de uma "espiritualidade planetária". Este é o desejo de moldar o homem de acordo com a imagem do homem. É o desejo de relançar a história e os esforços humanos para se conformarem a uma versão utópica e centralizada de uma "sociedade mundial" — uma sociedade moldada pela propaganda, por aquilo que é politicamente correto em termos planetários, e uma imagem exaltada, porém falsa, do homem e da natureza. Finalmente, ao contemplar o movimento rumo a essa sociedade mundial e o papel da propaganda da "educação internacional", considere as palavras de Scott Nearing, um ávido socialista e proponente do governo mundial durante os anos 1940s:
"A conversão de um continente de bairristas para um continente de nacionalistas em algumas gerações precisa ser considerada uma das mais sensacionais realizações dos tempos modernos. A doutrinação funciona. As lealdades humanas podem ser rapidamente transferidas pela experiência acoplada com a propaganda."
"Os processos de secularização estão construindo um grande número e variedades de experiências mundiais. Milhões de seres humanos, respondendo à essas experiências, já têm uma consciência mundial, uma mente mundial, e estão preparados para funcionarem como cidadãos em uma sociedade mundial. Esses seres humanos passaram e se graduaram na escola do nacionalismo. Eles são mundialistas. Eles aguardam com impaciência o aparecimento de uma comunidade mundial." [22].
À medida que a linha entre educação, o "politicamente correto" e a propaganda se torna cada vez mais indistinguível, é essencial que atravessemos esse labirinto global com sobriedade, com a mente lúcida e uma compreensão das forças que estão moldando nosso século 21.
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