Epoch Times, 18 de dezembro de 2017.
Por Alana Schetzer
A polícia australiana disse no domingo que deteve um homem acusado de trabalhar no mercado negro para vender componentes de mísseis e carvão em nome da Coreia do Norte. Esse é o primeiro caso legal na Austrália envolvendo a venda de armas de destruição em massa.
O homem foi acusado de duas violações sob a Lei (de Prevenção à Proliferação) de Armas de Destruição em Massa de 1995, que visa conter a proliferação dessas armas, segundo a polícia, e de outras quatro violações sob as determinações das sanções das Nações Unidas (ONU) e da Austrália contra a Coreia do Norte.
O homem de Sydney foi identificado pela Australian Broadcasting Corporation e outras mídias como Chan Han Choi, de 59 anos, que viveria na Austrália por mais de 30 anos e é de ascendência coreana.
Ele foi preso no subúrbio de Sydney, em Eastwood, no sábado, e deveria enfrentar o tribunal no domingo, informou a polícia no sábado. Ele chamou a atenção das autoridades no início deste ano, disse a Polícia Federal Australiana (AFP).
“Este homem era um agente leal à Coreia do Norte, que acreditava que estava agindo para servir um propósito patriótico mais alto”, disse o vice-comissário da AFP, Neil Gaughan, a repórteres.
“Este caso é totalmente distinto do que já vimos em solo australiano”, disse ele.
A polícia alegará que o homem tentou negociar a venda de componentes de mísseis, incluindo software para sistemas de orientação de mísseis balísticos, bem como intermediar a venda de carvão para terceiros na Indonésia e no Vietnã.
Gaughan disse que o comércio poderia envolver “dezenas de milhões de dólares” se fosse bem-sucedido.
A Coreia do Norte, com escassez de dinheiro, sofreu uma nova rodada de sanções mais rígidas da ONU neste ano, após intensificar seus programas de mísseis e nuclear, desafiando a pressão internacional.
As tensões aumentaram dramaticamente na Península Coreana devido aos lançamentos de mísseis balísticos e o sexto e mais poderoso teste nuclear da Coreia do Norte, bem como exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos, os quais o regime norte-coreano considera como uma preparação para a guerra.
Pyongyang afirmou que o último lançamento de um novo míssil balístico intercontinental em novembro poderia alcançar qualquer parte dos EUA
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, pediu a Coreia do Norte na sexta-feira para realizar uma “suspensão continuada” de seus testes de armas para permitir diálogos sobre seus programas de mísseis e nuclear.
No entanto, a Coreia do Norte mostrou pouco interesse em negociações até ter a capacidade de atingir o continente americano com um míssil capaz de carregar uma ogiva nuclear, tecnologia que muitos especialistas dizem que eles ainda não possuem.
Gaughan disse que o homem detido estava em contato com altos funcionários norte-coreanos, mas nenhum componente de míssil entrou na Austrália. Ele também disse que não havia indícios de que indústrias da Indonésia ou do Vietnã estivessem envolvidas na tentativa de vendas de carvão.
“Este é mercado negro de pessoa para pessoa”, disse Gaughan.
“Estamos alegando que toda a atividade ocorreu no exterior, e foi puramente outra tentativa desse homem de negociar bens e serviços como forma de aumentar a receita do governo da Coreia do Norte”, disse ele.
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