Speisa, 15 de novembro de 2017
Existem muitos que foram banidos por períodos mais curtos ou longos de tempo pelo Facebook depois de publicarem conteúdo politicamente incorreto, mas esse tipo de ação raramente afeta os jornalistas em um dos jornais mais importantes da Europa.
A premiada jornalista alemã Brigit Kelle contou a sua história no jornal alemão Die Welt nessa quarta-feira. Após o lançamento de uma nova boneca Barbie com hijab, ela escreveu um comentário sarcástico em seu mural, que Ken [boneco que faz par com a Barbie] poderia açoitá-la [a Barbie] caso não estivesse usando o seu hijab.
A reação veio instantaneamente. Kelle foi contatada pelo Facebook, que afirmou que o seu post foi excluído e que ela foi banida da rede social por sete dias.
“É preciso entender que eu tinha atacado pessoas pertencentes a uma comunidade religiosa, e isso não é permitido. Os muçulmanos também têm o direito de exercer livremente a sua religião e tradições”, ela escreveu sarcasticamente.
Kelle continua se perguntando se ela foi muito negativa, já que a roupa repressiva das mulheres agora se encontram em muitas cores finas. Ela deveria ter aprendido com os seus colegas no Die Zeit, que realmente escreveram que a boneca Barbie se “libertou” com o seu novo visual? Ela reconhece que concordaria com isso sob tortura. Mas, na ausência disso, ela pergunta se você realmente deve se tornar mais feio para ser livre, já que os islâmicos e certas feministas parecem concordar.
A jornalista alemã, no entanto, se recusa a “certificar-se”, (Halal), como o Facebook parece ter feito.
“Aqueles que apontam que este lenço é um símbolo político, que manifesta a submissão e a desigualdade entre homens e mulheres, agora são considerados pelo Facebook como racistas islamofóbicos e odiosos. Gostaria de lembrá-lo de escritoras, blogueiras e ativistas em países muçulmanos que ocasionalmente arriscam suas vidas pela liberdade das mulheres. As bonecas Barbie veladas não são um sinal de tolerância ou diversidade, mas um golpe para todas as mulheres corajosas que precisam e merecem o nosso apoio”.
Kelle agora está processando o Facebook, e seu advogado conseguiu reduzir a proibição para 24 horas. Claro que 24 horas é demais, mas é aparentemente importante para o Facebook que uma penalidade simbólica seja, pelo menos, dada. Usuários VIP, como importantes jornalistas que se queixam de proibições, simplesmente recebem uma versão leve da submissão. Outros terão que cumprir a sentença de “prisão” do Facebook completa – de acordo com a Shariah.
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