DN, 17 agosto de 2017
Pauline Hanson e o seu partido querem banir uso da burqa em espaços públicos na Austrália. Procurador-geral condenou atitude
O Senado australiano discute hoje uma proposta da "extrema-direita" para proibir o uso da burqa. Na defesa da proibição, a líder do partido de "extrema-direita" One Nation, Pauline Hanson, decidiu entrar no senado com uma burqa vestida.
Uma encenação que lhe valeu a condenação por parte do procurador-geral, George Brandis. O que lhe valeu um aplauso de pé por parte dos partidos da oposição [pró-islã].
Pauline Hanson acabou por tirar a burqa, antes de começar o seu discurso a favor da proibição. Num depoimento online, a senadora defendeu que "a necessidade de banir a cobertura total da cara em público é uma questão importante para a Austrália moderna".
Num discurso emotivo, George Brandis alertou a senadora da "extrema-direita" para o risco de estar a alienar cerca de 500 mil australianos que seguem [a Sharia] a religião muçulmana. "Ridicularizar essa comunidade, encurralá-la a um canto, gozar com os seus trajes [obrigatórios] religiosos, é uma coisa terrível e peço-lhe que reflita no que acabou de fazer", sublinhou o procurador-geral australiano. Acrescentando que a burqa não vai ser banida.
Must watch: Attorney-General George Brandis tears strips off Pauline Hanson and her call to ban the burqa #auspol pic.twitter.com/GDF5yQOcDy— Jane Norman (@janeenorman) 17 de agosto de 2017
A oposição criticou a postura de Pauline Hanson. "Uma coisa é usar roupa religiosa como gesto sincero de fé, outra completamente diferente é usá-la como um número aqui no Senado", referiu a senadora do Labor Penny Wong.
Esta não é a primeira vez que a senadora, eleita pela primeira vez para o parlamento em 1996, se vê envolvida em polémicas. Em 2016, disse que a Austrália estava "afogada em muçulmanos". Em junho, foi obrigada a desculpar-se depois de ter defendido que as crianças autistas fossem afastadas das salas de aula.
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