Euronews, 05 de julho de 2017
Por Isabel Marques da Silva
Os eurodeputados renovam a pressão para que os Estados-membros suspendam as negociações de adesão da Turquia à União Europeia.
O referendo constitucional, de abril passado, que visa reforçar os poderes do Presidente Recep Tayyip Erdogan, é um dos principais argumentos usados pela autora do mais recente relatório do Parlamento Europeu sobre o Estado de direito naquele país.
“Caso o governo turco avance com a implementação da nova constituição na Turquia, que põe fim à separação de poderes, tal será contrário aos critérios de Copenhaga necessários para um país aderir à União Europeia e implica a suspensão das negociações que decorrem entre o governo da Turquia e a União Europeia”, disse, à euronews, Kati Piri, eurodeputada holandesa de centro-esquerda.
"Many in #Turkey are fighting for their democratic rights. They are not giving up hope!" —@KatiPiri opens #EPlenary debate | #Adalet pic.twitter.com/QXZR9KoH1q— S&D Group (@TheProgressives) 5 de julho de 2017
Uma das linhas vermelhas é a reintrodução da pena de morte, que foi prometida pelo Presidente após o golpe de Estado falhado de há um ano.
Contudo, como a Turquia é um vizinho estratégico, a União deverá optar por outro tipo de acordo.
“Os Estados-membros desejam manter aberta a comunicação e a cooperação com a Turquia porque há muitas questões em jogo. A Turquia continua a ser um parceiro importante da União Europeia ao nível da economia, da luta contra o terrorismo, da modernização da união aduaneira e da gestão do fluxo de refugiados e migrantes, que são dossiês muito importantes para a União”, explicou, à euronews, Seda Gurkan, professora de Assuntos Europeus na Universidade Livre de Bruxelas.
Uma das maiores críticas da União refere-se à violação dos direitos humanos, nomeadamente as detenções arbitrárias de milhares de alegados dissidentes e opositores declarados do regime.
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