O líder venezuelano Nicolas Maduro discursa em Caracas, Venezuela, em maio de 2017 |
Epoch Times, 29 de julho de 2017
Oposição vê intimidação eleitoral. Alta abstenção diminuiria legitimidade do pleito, dizem analistas
O governo da Venezuela vai conferir a participação de cada beneficiário de seus programas sociais na eleição da Assembleia Constituinte, marcada para este domingo (30). O controle será feito através da apresentação do ‘Carnê da Pátria’ nas seções eleitorais.
“Carnê da Pátria na mão, todo mundo com seu Carnê da Pátria e sua identidade. Na porta das seções eleitorais vamos checar todos os carnês, para saber se todos votaram”, ameaçou o presidente Nicolás Maduro num comício pela Constituinte.
O Carnê da Pátria armazena informações do usuário através de um código QR e provê acesso controlado a alimentos subsidiados e outros benefícios, em meio ao desabastecimento crônico e à inflação galopante no país.
A oposição enxerga a exigência como um mecanismo de controle social e manipulação eleitoral com objetivos políticos.
Maduro declarou que pretende com a nova Constituinte incluir o ‘Carnê da Pátria’ na nova Carta Magna da Venezuela. Segundo ele, 14 dos 30 milhões de venezuelanos possuem o documento.
Em dicurso no dia 6 de julho, o líder venezuelano dirigiu ameaças aos funcionários públicos que não votarem pela Constituinte: “se temos 15 mil em uma reparticao, devem votar os 15 mil, sem desculpas, empresa por empresa, ministerio por ministerio, prefeitura por prefeitura”.
Analistas avaliam que uma alta abstenção diminuiria a legitimidade do pleito, perante os 7,6 milhões de votos contrários à iniciativa obtidos no Plebiscito paralelo realizado pela Mesa da Unidade Democrátiaca (MUD) no dia 16 de julho.
A Constituinte é rejeitada por mais de 70% da população venezuelana, segundo o instituto de pesquisa Datanalisis.
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