SIC, 19 de julho de 2017
A mãe do ativista chinês Huang Qi, fundador do portal "64 Tianwang", disse que o filho está gravemente doente e poderá morrer na prisão, informou hoje a organização não-governamental Human Rights China.
Huang Qi, que dirige a plataforma distinguida no ano passado pela organização Repórteres Sem Fronteiras com o prémio de liberdade de imprensa, foi detido em várias ocasiões por denunciar abusos do poder político.
Desta vez, o ativista está detido desde finais de 2016, acusado de "revelar segredos de Estado ao estrangeiro", por ter partilhado um documento do Governo Municipal de Mianyang, na província de Sichuan, no referido portal.
Ao todo, o ativista já esteve preso mais de oito anos.
"Em resultado dos espancamentos e outros abusos que sofreu durante períodos de detenção", Huang sofre de acumulação de líquido no cérebro, uma doença cardíaca reumática e insuficiência renal crónica, que requerem medicação diária, de acordo com a Human Rights China.
Depois de, na semana passada, o dissidente chinês e Nobel da Paz Liu Xiaobo ter morrido enquanto cumpria uma pena de 11 anos, a mãe de Huang Qi, Pu Wenqing, está "especialmente preocupada" e receia que o filho também morra na prisão, acrescentou o mesmo comunicado.
Liu morreu aos 61 anos, vítima de um cancro terminal, sob custódia da polícia, e sem que as autoridades lhe permitissem ser tratado no estrangeiro, como desejava.
A Human Rights China denunciou, também, que as autoridades de Sichuan ameaçaram em numerosas ocasiões Pu Wenqing, que pediu publicamente a libertação do filho por razões humanitárias.
O portal "64 Tianwang" ajuda pessoas a encontrar familiares desaparecidos e difunde informação relacionada com a defesa dos direitos humanos e assistência a grupos vulneráveis.
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