LifeSiteNews, 05 de julho de 2017
Por Davy Mainwaring
05 de Julho de 2017 (LifeSiteNews) – Um anúncio divulgado em um grande jornal na Holanda feito por mais de 200 médicos holandeses começa da seguinte forma, “[Auxílio suicídio] para alguém que não pode confirmar que quer morrer? Não, não faremos isso. Nossa reticência moral em acabar com a vida de um homem indefeso é muito grande”.
Os médicos, muitos dos quais atualmente servem como provedores de suicídios assistidos, estão se opondo ao crescimento não verificado da eutanásia em seu país, onde as pessoas que tiveram sua capacidade mental reduzida devido à demência estão sendo sacrificadas.
A lei atual permite que os médicos façam a eutanásia sem consentimento verbal se uma declaração de vontade escrita já tiver sido fornecida antecipadamente. Além disso, um médico também deve determinar primeiro se o paciente está numa situação de sofrimento insuportável. Mas com a capacidade mental reduzida, os pacientes muitas vezes não conseguem confirmar seu pedido eutanásico – feito anos antes – como sendo ainda válido.
Um ponto de virada
Os alarmes começaram a soar para esses médicos alguns anos, quando uma mulher idosa foi eutanasiada contra a sua vontade.
Aos 80 anos sofrendo de demência. Ela supostamente havia pedido mais cedo para ser sacrificada “no momento certo”, mas em seus últimos dias ela expressou o seu desejo de continuar vivendo.
Apesar de mudar de ideia sobre acabar com a sua vida, sua médica colocou um sedativo em seu café. Quando isso não foi o suficiente, a médica pediu ajuda aos membros da família para segurar a paciente [na ocasião] com dificuldades por ela estar resistindo, para que ela [a médica] pudesse administrar a injeção letal.
“Ninguém tem o direito de mudar de ideia?” Perguntou Alex Schadenberg, diretor executivo da Euthanasia Prevention Coalition. Ele disse a LifeSiteNews no início deste ano: “Eles vendem isso como uma escolha autônoma, mas aqui está uma mulher que diz 'não, eu não quero', e mesmo assim eles colocaram sedativo em seu café, e depois administraram a injeção letal”.
“É uma falsa compaixão”, ele continuou Schadenberg. “É matar pessoas, basicamente, por uma falsa ideologia, que trata a eutanásia como sendo de alguma forma boa, quando na realidade é exatamente o oposto do que realmente é”.
Em 2016, um médico holandês foi inocentado por um juri por irregularidades cometidas na supervisão de eutanásia. O presidente desse juri expressou a esperança de que o caso vá para o tribunal – não para que o médico possa ser processado, porém, para que um tribunal possa estabelecer um precedente sobre o alcance da forma como os médicos atuam em tais casos.
Problemas com a nova legislação
Esse caso continua sendo recente nas mentes dos holandeses como sendo “inovador”, uma nova legislação que está sendo feita pelos legisladores do país.
Legisladores nos Países Baixos agora propuseram a “Lei da Vida Completa” que permitiria que qualquer pessoa de 75 anos ou mais fosse sacrificada mesmo se estiver saudável. Se a legislação passar, será um grande passo em direção ao objetivo final de tornar a eutanásia disponível para qualquer adulto que quiser.
Alexander Pechtold, líder do partido político holandês D66, disse: “É de minha opinião pessoal que, em nossa civilização, morrer é considerado um direito individual. Você não pediu para ser trazido ao mundo.” Ele explicou que nessa nova legislação seria dado mais um passo para a disponibilidade universal da eutanásia, parte de um processo de ganhos incrementais constantes nas últimas décadas.
A cultura da morte da Bélgica penetrando na Holanda.
Conforme relatado por Schadenberg há vários anos, de acordo com dados disponíveis, mais de 1.000 mortes belgas foram apressadas sem o pedido explícito em 2013.
Schadenberg citou o artigo do ético belga Freddy Mortier da Associated Press:
“Mas Mortier não estava feliz, no entanto, que havia ' rapidez nas mortes sem o pedido explícito dos pacientes', que só pode acontecer quando um paciente é incapacitado ou quando perde a consciência e é incapaz de fazer um julgamento racional, o que situou-se em 1,7% dos casos em 2013. Na Holanda, esse valor foi de 0,2%”.
A Holanda parece estar seguindo o mesmo caminho da vizinha Bélgica, com essa estatística de 0,2% subindo rapidamente. Em 2009, 12 pacientes com demência foram eutanásicos. Em 2016, 141 casos relatados. E para aqueles com doenças psiquiátricas, não houve casos em 2009, mas 60 em 2016.
Boudewinj Chabot, um psicoterapeuta e proeminente apoiador da eutanásia, disse em junho que as coisas estão “ficando fora de controle”. Ele continuou: “[L] o aumento rápido... A efusão financeira do setor de saúde prejudicou a qualidade de vida desses tipos de pacientes. É lógico concluir que a eutanásia vai disparar [aumentar]”.
Na América do Norte, Alex Schadenberg adverte: “As pessoas precisam reconhecer que a eutanásia ou as leis de suicídio assistido serão abusadas. A morte assistida será sua escolha ou será imposta a você?”.
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