1 de jun. de 2017

Você sabe o que é a Irmandade Muçulmana?





Epoch Times, 01 de junho de 2017. 






É importante saber que o Hamas é a Irmandade Muçulmana na Palestina. Essa organização hierárquica e sacerdotal, que tem sua base principal no Egito, foi aquela que elegeu Mohamed Morsi em 2012. Morsi, conquanto tenha chegado ao poder via eleições, logo quis subordinar as leis do país à sharia, conferindo-se poderes faraônicos acima da incipiente Constituição egípcia. Como reação a tais pretensões autocráticas, cerca de 30 milhões de pessoas saíram às ruas de todas as cidades do Egito em 30 de junho de 2013, na maior manifestação social de toda a história. Para ter uma ideia do que foi esse processo é muito importante assistir o excelente documentário The Square.


O verbete da Wikipedia sobre a Irmandade Muçulmana, conquanto cheio de erros (na tradução em português), é bem razoável. Vou transcrever algumas partes depois de enfatizar um aspecto tenebroso: a aliança dos jihadistas da irmandade com Hitler visando a limpeza étnica na região: o extermínio dos judeus que já viviam na Palestina antes da fundação do Estado de Israel. Nos idos de 1930, o mufti – líder e intérprete oficial da lei islâmica – de Jerusalém, Amin el-Husseini, cortejou os nazistas. Em 1936, quando iniciou sua guerra de terror contra os yishuv (assentamentos) judaicos na Palestina governada por mandato britânico, Amin el-Husseini, por várias vezes, solicitou apoio financeiro aos nazistas, patrocínio esse que começou a chegar em 1937. De 1936 a 1939, as tropas terroristas de Husseini assassinaram várias centenas de judeus. Anos mais tarde, Husseini comentou que se não fosse o dinheiro nazista, sua investida violenta contra os assentamentos judeus teria sido derrotada em 1937. O movimento que ele liderava estava impregnado de nazismo. Seus homens cumprimentavam-se com saudações nazistas e os membros de seu movimento jovem ostentavam os uniformes da juventude nazista.

Vamos ao verbete da Wikipedia:

A Irmandade Muçulmana, (em árabe جمعية الأخوان المسلمون, Jamiat al-Ikhwan al-Muslimun, literalmente “Sociedade de Irmãos Muçulmanos”, conhecida popularmente apenas como الإخوان, Al-Ikhwān, “A Irmandade”) é uma organização islâmica radical e que pretende “retomar” os ensinamentos do Corão, rejeitando qualquer tipo de influência ocidental.

A Irmandade Muçulmana, que luta para estabelecer a sharia (leis do islamismo) como base para governos, também tem o objetivo de unificar os países de população muçulmana e opõe-se às tendências seculares de algumas nações islâmicas (ex: Turquia, Líbano, Egito, Marrocos) assim como rejeita as influências Sufi e o chamado “islamismo moderado”.

Ela tem origem na mesma seita islâmica radical wahabita, sunita, base da sociedade da Arábia Saudita e que inspirou a milícia do Taleban e a rede terrorista Al-Qaeda.

Seu objetivo era o de libertar a pátria islâmica do controle dos estrangeiros e infiéis (kafir) e estabelecer um estado islâmico unificado. Duas figuras exercem uma influência poderosa sobre o pensamento da Irmandade: o seu fundador Hassan al-Banna e o escritor Sayed Outb.

O lema da organização é: “Deus é o único objetivo. Maomé o único líder. O Corão a única Lei. A jihad é o único caminho. Morrer pela jihad de Deus é a nossa única esperança”.

O seu símbolo heráldico são: duas espadas de ouro sob o Alcorão com o slogan “Prepare-se”.

A organização foi fundada por Hassan al Banna, em 1928, e surge após o fim do Império Otomano com a extinção oficial do califado turco, em 1924 em consequência da I Guerra Mundial, numa altura em que o mundo árabe tinha se fragmentado em movimentos nacionalistas que lutavam contra o controle imperialista franco-britânico na região e o sionismo.

O seu fundador era um professor egípcio que, na época, denunciava “a doença que reduziu a Ummah (comunidade muçulmana) ao seu estado atual”, o que o motivou, juntamente com outros cinco jovens – todos na faixa dos vinte anos – a criar a Irmandade.

Limitada inicialmente à reforma moral e espiritual, a Irmandade cresceu de modo impressionante e tornou-se a mais importante organização político-integrista do mundo. Entre os anos 30 e 40, contava com cerca de 500 mil membros no Egito, além de afiliados em todo Oriente Médio. Quando a II Guerra Mundial terminou, a Irmandade era uma força política expressiva no Egito e jogou papel fundamental na luta contra a antiga ordem colonial dos britânicos e franceses.

Essa estrutura [não se sabe bem se inspirada nos “camisas negras” de Mussolini] chegou a organizar um braço paramilitar (cujo slogan era “ação, obediência, silêncio, fé e luta”). Na realidade, constituía um aparato secreto (al-jihaz al-sirri) e uma agência de inteligência para coordenar ataques terroristas e assassinatos.

Em 1948, [a IM] começou a desempenhar papel central na mobilização de voluntários para lutarem na guerra contra os sionistas na Palestina, para impedir a criação de um estado judeu…

[Com o assassinato do fundador Banna, a irmandade não pode ser destruída]. Passando à liderança do ainda mais radical Sayyid Qutb, ele continuou a lutar pela tomada do poder e reorganizou-se…

A Irmandade Muçulmana, afastada pelo então presidente Gamal Abdel-Nasser de qualquer influência no novo regime que ajudou a implantar, aderiu à luta armada para derrubá-lo. Em fevereiro de 1954, a Irmandade foi tornada ilegal e em outubro do mesmo ano seus membros tentaram assassinar Nasser.

Em 1954, o presidente Gamal Abdel-Nasser proibiu a Irmandade após culpá-la por uma fracassada tentativa de assassinato contra ele. Líderes foram executados e milhares de seus membros presos, muitas vezes submetidos a tortura. Qutb, seu principal líder, foi sentenciado a dez anos de prisão.

O seu sucessor Muhammad al-Mahmud al-Hudeibi, gerindo o seu movimento de forma politicamente mais moderada, em 1973, estabelece um acordo com o novo presidente da república do Egipto, Anwar Sadat, ao renunciarem formalmente ao uso da violência. Isso inicialmente deu ao grupo algum espaço de manobra, embora tenham sido presos muitos deles. Após o assassinato de Sadat, em 1981, foram libertados por Hosni Mubarak, que assumiu o poder no Egito…

O Hamas

O Hamas foi criado em 1987, no início da Primeira Intifada, pelos xeques Ahmed Yassin, Abdel Aziz al-Rantissi e Mohammad Taha da ala palestina da Irmandade Muçulmana do Egito.

Em meados de 1980, a Irmandade Muçulmana palestina evoluiu sob a influência do xeque Ahmed Yassin, que pregava a luta armada contra o “ocupante hebreu”. Seu braço armado são as Brigadas Izz al-Din al-Qassam e alguns observadores consideram o Hamas como uma organização de fins militares que prospera a partir de uma rede filantrópica.

As primeiras ações armadas do Hamas ocorrem com o início da Primeira Intifada. Inicialmente atacam rivais palestinos e depois, os militares israelenses. Posteriormente suas ações passaram a ter como alvo tanto os militares como os civis israelenses. Entre abril de 1993 e 2005, o Hamas promoveu ataques suicidas que visavam essencialmente a população civil, a exemplo dos ataques realizados contra o Dizengoff Center, em 1996, e contra a pizzaria Sbarro, em 2001

Augusto de Franco é escritor, palestrante e consultor 

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