Euronews, 02 de maio de 2017.
Por Rodrigo Barbosa.
O [ditador] presidente venezuelano, Nicolás Maduro, aproveitou a mega-marcha de apoiantes organizada por ocasião do Dia do Trabalhador para convocar a eleição de uma Assembleia Nacional Constituinte cidadã.
O órgão terá como função redigir uma nova Constituição, que substituirá a de 1999 com o objetivo, segundo Maduro, de obter a “paz da República”.
O presidente venezuelano declarou que “exercendo esse direito, pode convocar uma Assembleia Nacional Constituinte com o objetivo de transformar o Estado”. Maduro defendeu que “é preciso transformar o Estado, em particular a Assembleia Nacional apodrecida que existe atualmente”.
Apesar do presidente ter "garantido" que uma parte da assembleia constituinte será eleita pelo povo, a oposição – que controla o Parlamento – já rejeitou a convocatória, denunciando a intenção de Maduro de “reforçar o golpe de Estado e aprofundar a grave crise” que vive [impuseram] a Venezuela.
O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, afirma que “sem exagero ou dramatismo, trata-se do mais sério golpe da história venezuelana. Nicolás Maduro está a dissolver a democracia e a república. Face a isso, a Unidade Democrática e os deputados apelam ao povo venezuelano para que se rebele”.
Impedidos de marchar na direção do local onde se encontrava o presidente, manifestantes da oposição envolveram-se em confrontos com as forças de segurança no lado oposto de Caracas.
O último mês de manifestações anti-Maduro e para exigir eleições gerais saldou-se em 29 mortes e mais de 400 feridos.
Caracas é, mais uma vez, palco de manifestações.
Por toda a capital da Venezuela, várias pessoas protestaram contra o facto de Nicolas Maduro ter, convocado, na segunda-feira, a população para eleger uma Assembleia Nacional Constituinte cidadã.
#CARACAS Tear gas and petrol bombs on the streets of Venezuela as opposition to President Nicolas Maduro mounts. pic.twitter.com/2Usu6pd94k— D'Santiago יְהוֹשֻׁע (@AmrJhs18) 2 de maio de 2017
O presidente justifica que a reforma do Estado está incluída nas suas “atribuições constitucionais”, e que a convocatória permitirá redigir uma nova Constituição, de modo a obter “a paz da República”.
Para os insurgentes, esta é mais uma arbitrariedade do chefe de Estado.
“Maduro deu mais um pontapé na Constituição com o objetivo de convocar, unilateralmente, uma assembleia constituinte com seus partidários, marginalizando mais de 80% dos venezuelanos que estão contra este regime”, afirma um manifestante.
Para os críticos, a nova Constituição será redigida à medida do Governo.
A nova lei fundamental será desenhada por 500 delegados, metade partidários do regime. Segundo o mandatário do atual líder, 250 pertencerão à estrutura comunal que tem defendido o chavismo, os restantes 250 serão eleitos por voto direto e secreto em vários municípios.
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