Epochtimes, 28 de abril de 2017.
Por Jane Gray.
Repórteres Sem Fronteiras dizem que tem havido "uma tendência preocupante de movimentos contra a liberdade de imprensa" globalmente
O Reino Unido caiu dois lugares no Índice de Liberdade de Imprensa Mundial de 2017 devido à “legislação de vigilância extrema”, uma proposta para uma nova Lei de Espionagem e a apreensão do passaporte de um jornalista sírio pelas autoridades de fronteira britânicas.
Publicado pelos Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Índice classificou a liberdade de imprensa do Reino Unido em 40º dentre 180 países. A Noruega ocupa o topo da lista seguida pela Suécia e Finlândia, enquanto que na parte inferior estão o Turcomenistão, a Eritreia e a Coreia do Norte.
Rebecca Vincent, diretora do departamento do Reino Unido para os RSF, disse que houve “uma tendência preocupante de movimentos contra a liberdade de imprensa no Reino Unido este ano”.
Ela descreveu a Lei de Poderes de Investigação, mais popularmente conhecida como Lei de Bisbilhotice, como “a legislação de vigilância mais extrema na história do Reino Unido”.
“[Esta lei] foi citada com aprovação pelo regime chinês ao defender suas próprias leis ‘antiterrorismo’”, disse o comentarista Roy Greenslade na publicação do Índice em 26 de abril.
A Lei de Poderes de Investigação foi aprovada em dezembro passado, apesar das críticas de grandes empresas de tecnologia e de defensores da privacidade. Ela dá ao governo britânico a capacidade de interceptar milhões de comunicações dos cidadãos britânicos.
Uma proposta para uma Lei de Espionagem é igualmente alarmante, disse Vincent. “Uma nova Lei de Espionagem tornaria mais fácil rotular jornalistas como ‘espiões’ e prendê-los por até 14 anos por simplesmente obterem informações vazadas.”
Vincent também citou o caso de Zaina Erhaim, uma jornalista síria premiada que foi detida e interrogada pelas autoridades de fronteira do Reino Unido no aeroporto de Heathrow em setembro de 2016. As autoridades apreenderam seu passaporte, que havia sido sinalizado como tendo sido roubado pelo regime de Assad.
“A liberdade de imprensa ainda é uma flor frágil aqui na Grã-Bretanha e requer proteção constante para florescer”, disse Greenslade.
Ele acrescentou: “Deveria haver uma defesa do interesse público em todas as leis, deveria ser um direito que nós na Grã-Bretanha defendêssemos.”
A classificação rebaixada do Reino Unido se encaixa numa tendência global mais negativa no índice. Os EUA, Chile e Nova Zelândia também tiveram classificações inferiores este ano.
A Polônia caiu sete posições no Índice para 54º lugar. Burundi, Egito e Bahrein se juntaram à “lista negra”, os países de cor preta que são descritos como enfrentando uma “situação muito séria”.
Cuba é o mais hostil à liberdade de mídia do que em qualquer outro país no hemisfério ocidental, caindo dois lugares para 173º, mesmo após a morte de Fidel Castro.
Eles se juntam a outros países como China, Vietnã e Laos, regimes comunistas totalitários que são “buracos negros de notícias e informação”, de acordo com os Repórteres Sem Fronteiras.
Jornalistas cidadãos e blogueiros na China foram processados e encarcerados por criticar o regime comunista.
“Continuamos preocupados com a tendência de deterioração da liberdade de imprensa tanto a nível global como no Reino Unido, particularmente agora com a aproximação de uma eleição geral. Uma mídia vibrante e um sólido debate público são essenciais para o processo democrático”, disse Vincent.
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