Euronews, 14 de março de 2017.
Por Rodrigo Barbosa.
O Parlamento britânico aprovou definitivamente a legislação que permite à primeira-ministra Theresa May iniciar o processo de “divórcio” com a União Europeia.
Depois de uma sessão que se prolongou noite dentro, a Câmara dos Lordes acedeu finalmente a dar “luz verde” ao texto confirmado durante a tarde pelos Comuns, que tinham suprimido as emendas que exigiam que o governo assegurasse ou direitos dos cidadãos comunitários e davam aos deputados poder de veto nas negociações entre Londres e Bruxelas.
Um porta-voz de Downing Street garantiu que o calendário de May não será afetado pelo anúncio da chefe do governo escocês, Nicola Sturgeon, que indicou que vai submeter na próxima semana ao parlamento da Escócia a proposta para realização de um novo referendo sobre a independência do Reino Unido.
May diz que a “falta de visão exibida pelo Partido Nacional Escocês é lamentável, encaminhando a Escócia para mais incerteza e divisão […] quando a maioria do povo escocês não quer um segundo referendo. Em vez de fazer jogo político com o futuro do país, o governo escocês devia focar-se em oferecer boa governação e serviços públicos”.
Em Londres, várias centenas de manifestantes protestaram ontem contra o acionamento do artigo 50 do Tratado de Lisboa e pela defesa dos direitos dos cerca de três milhões de cidadãos comunitários que vivem no Reino Unido.
A Primeira-ministra britânica, Theresa May, fez um discurso no Parlamento, depois da câmara dos Lordes ter aprovado o projeto de lei do Brexit que permite que o governo acione o artigo 50, do Tratado de Lisboa, para que o Reino Unido possa sair da UE: “vou voltar a este parlamento antes do final do mês quando desencadear formalmente o Artigo 50 e der início ao processo através do qual o Reino Unido vai deixar a UE.”
Theresa May enfatizou questões de segurança, controlo das fronteiras e a exploração de vulnerabilidades nestas questões por parte de organizações de crime organizado e terroristas. Falou de uma nova relação com a União Europeia e do estabelecimento de novos acordos comerciais.
Disse que é altura de união do povo britânico, para que se possa desenhar um futuro brilhante para o país. Teceu ainda algumas palavras relacionadas com a posição do governo da Escócia e reitera que este não é o momento ideal para políticas de divisão: “não é a altura ideal para fazer jogos políticos ou criar incerteza e divisão… É um momento de união do nosso país, para honrar a vontade do povo britânico e para moldar um futuro melhor e um Reino Unido melhor.”
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