Thomas De Maiziére |
The Local De, 03 de janeiro de 2017.
O ministro do Interior, Thomas de Maizière, anunciou na terça-feira sua intenção de centralizar o aparato de segurança da Alemanha, trazendo uma ampla gama de poderes para Berlim.
Em um artigo a convite do Frankfurt Allgemeine Zeitung, De Maizière disse que pretende estender o controle sobre várias agências de segurança chaves a Berlim.
Por razões históricas, incluindo uma rejeição das reformas centralizadoras do partido nazista, mas também devido ao longo histórico de poder descentralizado da Alemanha, muitas competências de segurança ainda permanecem ao nível dos dezesseis Lander (Estados).
Embora o ministro do Interior tenha sinalizado a sua intenção de abolir os serviços de inteligência dos estados e entregar os seus poderes ao BfV, o serviço de inteligência federal.
O político do partido "conservador" União “Cristã” Democrática (CDU), da chanceler Angela Merkel, disse também que pretende construir a BKA – a versão alemã do FBI – e transformar a polícia federal em “uma verdadeira força policial federal”.
“Para tornar o nosso país, e a Europa como ela é, seguros contra as crises, considero esta revisão necessária”, escreveu ele.
A declaração de De Maizière parece ser uma admissão de que a atual estrutura de segurança da Alemanha não conseguiu impedir um ataque a um mercado de Natal lotado em Berlim, que matou 12 pessoas em dezembro.
Desde que o ataque terrorista foi reivindicado pelo Estado Islâmico, e Anis Amri surgiu como o principal suspeito tendo sido investigado pelos serviços de inteligência no estado de Renânia do Norte-Vestfália (NRW) sob a suspeita de planejar um complô terrorista sendo considerado como uma ameaça à segurança.
Mas quando se mudou para Berlim, em fevereiro de 2016, a falta de comunicação entre os serviços de segurança nos dois estados parece ter contribuído para ele ser capaz de escapar as atenções da polícia.
Ele não foi visto por quase dois meses antes de realizar o seu ataque mortal.
NRW desde então passou a criticar os políticos como picaretas que os acusaram de não ter feito uma investigação suficiente do risco que Amri representava.
“Precisamos de regras consistentes e um melhor controle das pessoas classificadas como ameaças à segurança”, disse o ministro do Interior, acrescentando que as agências de segurança “devem ser controladas a nível federal”.
Ele acrescentou que as buscas de fugitivos devem ser conduzidas pela polícia federal, que “trabalhará ao lado da polícia estadual, mas será a autoridade central para procurar aqueles que estão na Alemanha ilegalmente”.
Atualmente, a polícia federal alemã tem uma responsabilidade limitada, estando restrita à guarda das fronteiras do país e rotas de transporte interestaduais.
O ministério também propôs a criação de “centros de deportação” perto de grandes aeroportos operados a nível federal.
As pessoas que foram ditas para deixar a Alemanha poderiam ser alojadas nestes antes de sua deportação, ele sugeriu.
O ataque de Amri ao mercado de Natal de Berlim levou a um debate renovado sobre a deportação, pois foi-lhe dito para deixar o país em junho de 2016, mas ele permaneceu livre nos meses em que a Alemanha tentou obter documentos oficiais sobre o seu país, a Tunísia.
A proposta de De Maizière já foi criticada pelos sociais democratas (SPD), parceiros de coligação do governo liderado pela CDU.
O líder do SPD, Sigmar Gabriel, disse que “criar cidades e comunidades animadas e boas, e garantir o emprego, promover a cultura e investir em segurança social e na educação” são tão importantes e até melhor do que arquitetar a segurança do país.
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