Ministro da Baviera, Horst Seehofer |
The Local De, 04 de janeiro de 2017.
Depois que o ministro do Interior alemão apresentou um plano ousado na terça-feira para centralizar o aparelho de segurança do país, líderes “conservadores” no nível estadual derrubaram a proposta.
O ministro-presidente da Baviera, Horst Seehofer, rejeitou categoricamente o plano do ministro do Interior, Thomas De Maizière, para aumentar os poderes federais na segurança interna.
Os serviços de Inteligência domésticos da Alemanha estão atualmente descentralizados, divididos entre o governo federal e os 16 governos estaduais. Mas Maizière quer transferir os poderes dos estados para Berlim sob o serviço de inteligência federal BfV.
“Só posso dizer-lhe isto: uma desintegração do serviço de inteligência estatal bávaro nunca acontecerá”, disse Seehofer.
Quando perguntado o que ele pensava sobre o nível de competência do ministro do Interior, Seehofer disse que “não dá notas”.
Seehofer, que também lidera a CSU, partido irmão do CDU da chanceler Angela Merkel, tem sido um crítico franco das políticas da chanceler e, em particular, de suas políticas de refugiados.
Merkel apoiou o seu ministro do Interior e companheiro do partido CDU na quarta-feira, de acordo com o seu porta-voz.
“Vivemos em um momento de novos desafios, e a questão central é quais são as respostas desagradáveis a esses desafios. Menos importantes são as questões de se as mudanças organizacionais são agradáveis ou não agradáveis”, disse o porta-voz de Merkel.
“Opor-se e descartar as propostas não é o caminho certo”.
A proposta do ministério do Interior vem na sequência da crítica acalorada dos métodos de segurança do país na sequência do ataque terrorista de Berlim em um mercado de Natal no mês passado.
O principal suspeito, Anis Amri, tinha sido investigado por serviços de inteligência no estado da Renânia do Norte-Vestfália (NRW) por suspeita de planejar um ataque terrorista e tinha sido classificado como uma ameaça de segurança.
Mas quando se mudou para Berlim, em fevereiro de 2016, a falta de comunicação entre os serviços de segurança nos dois estados parece ter contribuído para ele ser capaz de escapar das atenções da polícia.
Ele também foi solicitado a deixar o país em junho de 2016, mas permaneceu livre nos meses em que a Alemanha tentou obter documentos oficiais sobre ele a partir do seu país natal, a Tunísia.
Ainda assim, a insistência de Maizière de que o seu plano poderia ajudar a fechar as lacunas de segurança barrou-se na oposição, mesmo dentro do seu próprio partido.
O ministro do Interior de Hesse, Peter Beuth, do CDU, chamou os planos de reforma de “absurdo” e disse que tais ações rápidas poderiam “minar a confiança dos cidadãos no estado”.
“Isso também questionaria toda a organização de segurança federal”, disse Beuth.
O ministro do Interior do NRW, Ralf Jager, um social-democrata, advertiu que a centralização não traria nenhuma vantagem no combate ao terrorismo.
“Abolir os serviços de inteligência do Estado e criar uma autoridade federal gigante não nos torna melhores na luta contra o terrorismo, mas sim burocratas e desajeitados”, disse Jager.
“Seria completamente errado agora arrancar fora o sistema federal”.
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