Euronews, 07 de dezembro de 2016.
Por Nelson Pereira.
A China pediu esta quarta-feira que os Estados Unidos impeçam a presidente de Taiwan de transitar em território americano, reagindo à notícia de que Tsai Ing-wen teria planeado encontrar-se em janeiro em Nova Iorque com membros da administração de Donald Trump.
O presidente eleito dos Estados Unidos desencadeou na sexta-feira uma tempestade diplomática por ter tido uma conversa telefónica com a chefe de Estado taiwanesa, ignorando o compromisso de Washington de não manter relações oficiais com as autoridades da ilha.
Pequim considera Taiwan uma província chinesa, não aceitando a separação política declarada pela ilha em 1949.
No seguimento da conversa telefónica de Donald Trump com Tsai Ing-wen, o diário taiwanês “Liberty Times” informou que a presidente do Taiwan poderia encontrar-se com membros da equipa de Trump por ocasião da sua passagem por Nova Iorque durante um trânsito aéreo a caminho da América Central. Estas informações não foram confirmadas pela presidência taiwanesa, mas vieram aumentar a irritação de Pequim..
Em resposta, a diplomacia chinesa pediu a Washington que não autorize a entrada de Tsai Ing-wen em território norte-americano:
“O princípio da unidade territorial chinesa é o fundamento político necessário para que todos os lados possam desenvolver uma cooperação mutuamente benéfica com a China. As vantagens mútuas das relações e cooperação entre a China e os países de maior relevo só podem crescer sem problemas se for respeitada esta importante premissa política importante”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lu Kang.
Trump no Twitter, Branstad em Pequim
No domingo, o presidente norte-americano usou o Twitter para responder ao protesto diplomático da China, criticando a política monetária do país ( desvalorizarizando o Yuan, Pequim enfraquece a competitividade da economia americana) e as pretensões territoriais do governo chinês no mar do Sul da China, uma importante via de comércio marítimo.
“A China perguntou-nos se não havia problema em desvalorizar a sua moeda e impondo grandes taxas aos produtos que vendemos para o país deles, ou se podia construir um enorme complexo militar no meio do mar do Sul da China? Não me parece”, escreveu Trump no Twitter.
Did China ask us if it was OK to devalue their currency (making it hard for our companies to compete), heavily tax our products going into..— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 4 de dezembro de 2016
their country (the U.S. doesn't tax them) or to build a massive military complex in the middle of the South China Sea? I don't think so!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 4 de dezembro de 2016
Na conferência de imprensa desta quarta-feira, o porta-voz da dilpomacia chinesa não teve só palavras amargas para Washington: Lu Kang acolheu com agrado a notícia de que Donald Trump quer apontar como embaixador dos Estados Unidos em Pequim o governor do Estado de Iowa, Terry Branstad, que classificou como
“um velho amigo” da China.
Durante uma visita de Xi Jinping ao Iowa em 2012, nove meses antes de assumir a liderança do país, Branstad referiu-se ao político chinês como um “amigo de longa data”
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