The Local dk, 21 de dezembro de 2016.
Os ataques cibernéticos, os terroristas lobos solitários e a agressão russa estão entre as maiores ameaças à Dinamarca, de acordo com a nova avaliação de risco a longo prazo do Serviço de Inteligência Dinamarquês.
O Serviço de Inteligência da Defesa dinamarquesa (Forsvarets Efterretningstjeneste – DDIS) divulgou na terça-feira o seu relatório nacional de avaliação de risco, advertindo que a Dinamarca ainda é considerada um alvo do terrorismo, e que a nação já está sendo alvo de espiões e criminosos no ciberespaço, assim como da Rússia nos próximos anos.
“A Rússia está realizando uma escalada militar de modernização na sua parte ocidental, e na região do Mar Báltico que tornou-se uma importante área de atrito entre ela e a OTAN”, escreveu o DDIS, acrescentando que as manobras da Rússia "lhe darão a oportunidade de não arriscar um confronto militar direto com a OTAN”.
“A desconfiança da Rússia em relação à OTAN e sua disposição de assumir riscos aumenta, no entanto, o risco de mal-entendidos e erros de cálculo juntos, contribuem para o aumento da insegurança, incluindo na região do Báltico, e a Rússia nos próximos anos continuará a ser um importante desafio de segurança para o Ocidente e a Dinamarca."
O DDIS também alertou que a Rússia não só representa uma ameaça física, mas também no ciberespaço. A agência adverte que a “ameaça cibernética contra a Dinamarca é muito grande e é uma ameaça contínua em que as autoridades e empresas dinamarquesas são continuamente atacadas por tentativas de espionagem cibernética”.
Além da espionagem, a agência também disse que os ataques cibernéticos da Rússia e de outros estados estrangeiros poderiam ser usados para “influenciar a opinião pública” na Dinamarca e em outros países ocidentais.
O relatório de avaliação também disse que a ameaça terrorista na Dinamarca continua “séria” e que os futuros ataques contra o Ocidente serão cada vez mais levados a cabo por lobos solitários, que agem por conta própria, mas que são inspirados por grupos terroristas islâmicos como o ISIS ou a Al-Qaeda.
“Indivíduos do Ocidente que simpatizam com esses grupos estão realizando mais ataques terroristas do que antes, sem treinamento prévio ou controle direto dos grupos terroristas”, diz o relatório.
Embora a Dinamarca não tenha sido alvo de um ataque em grande escala como o que se verificou em Berlim na segunda-feira ou em Nice durante o verão, continua a ser um alvo privilegiado para os terroristas.
“A ameaça terrorista contra a Dinamarca não diminuiu”, disse Lars Findsen, chefe do DDIS, a Ritzau.
Um funcionário do DDIS que falou anonimamente com a agência de notícias disse que os terroristas não esqueceram que a Dinamarca foi a fonte das charges de Maomé em 2005.
“Ainda vemos referências as charges de Maomé, mas outros fatores, como a participação da Dinamarca na coalizão contra o Estado Islâmico, agora desempenham um papel maior na ameaça terrorista”, disse o funcionário.
A avaliação de risco do DDIS pode ser encontrada aqui (em dinamarquês).
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