Times of Israel, 25 de novembro de 2016.
Por Dov Lieber.
A cooperação militar tinha estado sob o radar; a milícia xiita empurra credenciais como sendo um exército convencional.
A – Rússia e o Hezbollah começaram uma coordenação militar “oficial” na Síria, a pedido de Moscou, de acordo com um relatório publicado na quinta-feira em um site de notícias pró-Hezbollah.
O site libanês pró-Hezbollah Al-Akhbar informou que os funcionários do Hezbollah reuniram-se com “altos” oficiais russos na perigosa cidade de Aleppo, na semana passada naquilo que foi a primeira reunião oficial direta entre os dois lados desde o começo da campanha militar de Moscou, que resolveu envolver-se na guerra civil síria.
A reunião, supostamente organizada pela Rússia, teria estabelecido uma comunicação “contínua” e canais de compartilhamento de informações entre os dois lados sobre o que está acontecendo no campo de batalha, o que inclui planos para o futuro.
A Rússia está especialmente interessada na coordenação com a infantaria do Hezbollah no terreno, em Aleppo, onde ataques aéreos são menos eficazes na cidade densamente povoada, disse o relatório.
A milícia apoiada pelo Irã é estimada como tendo 5.000-8.000 combatentes na Síria, mas alguns analistas acreditam que o número poderia ser maior.
Já houve clara coordenação entre o Hezbollah e a Rússia, bem como entre a Rússia e outras milícias xiitas na Síria, disse Michael Horowitz, diretor de Inteligência no Prime Source, uma consultoria geopolítica com sede no Oriente Médio, acrescentando que não se surpreendeu com o relatório.
A decisão de divulgar as relações entre o Hezbollah e Moscou como “oficial” provavelmente deriva do aumento do desejo do Hezbollah de se descrever como um exército convencional, disse Horowitz. Ele observou que o relatório de quinta-feira segue o primeiro desfile militar do Hezbollah na Síria em meados de novembro, durante o qual a milícia ostentava o seu avançado armamento russo e americano.
A nova coordenação oficial entre Moscou e o grupo terrorista xiita não afetará a postura aberta pela guerra do Hezbollah contra Israel, disse o relatório.
Likud MK Avi Dichter, ex-chefe da agência de segurança Shin Bet, alertou em 16 de novembro que os interesses russos no Oriente Médio não coincidem com os de Israel e do Estado judeu e que devem ser vigilantes quanto a crescente influência russa na região, apesar do aprofundamento nas relações diplomáticas entre Moscou e Jerusalém.
Considerando que Israel considera o Irã, o patrono do Hezbollah, e o seu maior inimigo na região e que prioriza defender-se contra o grupo terrorista libanês, “A Rússia não vê o Irã e os seus representantes de acordo com o nível de ameaça que representam ou transmitem em direção a Israel”, disse Dichter em uma entrevista à Reuters, acrescentando que “vê o Hezbollah positivamente como lacaio do Irã na Síria e no Líbano, [e está] apoiando a atividade da milícia xiita no Iraque e na Síria”.
Israel teria executado numerosos ataques aéreos na Síria desde que a guerra civil começou, em uma tentativa para parar o contrabando de armas avançadas para o Hezbollah, mas se absteve de se envolver no conflito mortal que envolve o país.
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