Euronews, 23 de novembro de 2016.
A poucos dias da segunda volta das primárias da direita francesa, os ataques sobem de tom.
O ex-primeiro-ministro da era Chirac, Alain Juppé, acusa o rival, François Fillon, de preparar um programa “radical” com reformas excessivas e de recolher os votos da extrema-direita. Em termos da política externa, Juppé considera que Fillon é demasiado próximo de Moscovo:
“Entrar em negociações com a Rússia não significa dizer sim a tudo, mas sim dizer-lhes a verdade. Um país não pode anexar parte de outro e violar leis internacionais, como aconteceu com a Crimeia. Quando acordos, como o de Minsk, são assinados para restabelecer a paz na Ucrânia, devem ser respeitados. É verdade que há fraquezas do lado ucraniano, mas também sabemos que a Rússia atiça os separatistas.”
Fillon não esconde as boas relações com o presidente russo, Vladimir Putin, quando era primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy, tendo classificado em várias instâncias o “número um” do Kremlin de “líder admirável”, e promete relançar as relações entre Paris e Moscovo, atualmente geladas:
“Ouço como os amigos do meu rival me acusam de ter vontade de normalizar as relações com a Rússia, com mais cooperação e honestidade. Deixo-os andar à volta do assunto, mas tomarei todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos franceses e irei recorrer à ajuda de todos os países disponíveis para derrotar o Estado Islâmico.”
O escrutínio do próximo domingo decidirá quem será o candidato dos conservadores para as presidenciais francesas de 2017. Uma das últimas sondagens dá a vitória a Fillon, com 65 por cento dos votos.
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