Euronews, 31 de outubro de 2016.
Por Nelson Pereira.
A polícia turca prendeu esta segunda-feira o Chefe de Redacção do quotidiano de oposição Cumhuriyet, Murat Sabuncu, e foram emitidos 13 mandatos de captura em nome de outros jornalistas e responsáveis do jornal, informam os média turcos.
Segundo um comunicado da procuradoria geral em Istambul, vários dirigentes do jornal e da fundação Cumhuriyet, proprietária do diário, são alvos de uma investigação por suspeita de atividades em ligação ao movimento do líder religiosos Fethullah Gülen, acusado de ser o organizador do golpe de Estado falhado de 15 de julho passado, e ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Cumhuriyet dayanışması: Özgür basın susturulamaz! #CumhuriyetGazetesi https://t.co/DJJo40T1rM pic.twitter.com/wXW7yFAJAM— cumhuriyet.com.tr (@cumhuriyetgzt) 31 de outubro de 2016
O jornal Cumhuriyet é conotado com a oposição de centro-esquerda e nunca foi bem visto pelo regime do presidente Erdogan. Numa reportagem publicada em maio de 2015, o diário revelou que, em janeiro de 2014, os serviços secretos turcos utilizaram um camiões de ajuda humanitária para transportar armas para os jihadistas do Daesh na Síria. O regime desmentiu a notícia e em resposta Can Dündar e Erdem Gül, respetivamente o diretor e o responsável pela delegação em Ancara do jornal Cumhuriyet, foram acusados em novembro de “divulgação de segredos de Estado”. Gül foi condenado a cinco anos de prisão e Dündar a cinco anos e 10 meses.
Can Dündar era um dos candidatos ao Prémio Sakharov deste ano.
O golpe de Estado falhado de 15 de Julho deu ao chefe de Estado pretexto para apertar ainda mais esse controlo, encerrando jornais, despedindo e prendendo jornalistas e caricaturistas. Desde julho, foram fechados 45 jornais, 15 revistas, 29 editoras, 16 emissoras de televisão e 23 estações de rádio.
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