The Local SC, 28 de outubro de 2016.
Um em cada dez alunos nos subúrbios do nordeste de Gotemburgo simpatizam com organizações extremistas religiosas, de acordo com uma pesquisa realizada pela organização sueca sem fins lucrativos, Varken Hora Eller Kuvad.
“Eu estava completamente chocado quando vi o resultado. Eu talvez tenha imaginado 1%. Estou sem palavras”, Guluzar Trhan Selvi, agindo como gerente do projeto da Varken Hora Eller Kuvad, disse ao jornal sueco Goteborgs-Posten (GP).
A coordenadora nacional do governo sueco contra o extremismo violento disse que não estava extremamente surpresa com os números, no entanto.
“O estudo foi realizado em algumas das áreas onde sabemos que há pessoas que viajaram para participar do Jihad na Síria”, disse Hillevi Engstrom.
E a MP insistiu que é bom que mais fatos sobre o apoio a organizações extremistas venham à luz.
“Você tem que apresentar todos os fatos e depois começar o trabalho de prevenção, e falar sobre o igual valor de todos os direitos humanos na escola. E também tem a ver com a alienação. Muitas pessoas têm a sensação de que não pertencem à sociedade”, ela acrescentou.
Robert Hannah, um MP sueco dos liberais de centro-direita que cresceu no nordeste de Gotemburgo, disse que o estudo confirmou como a cidade está dividida.
“O estudo prova o que já sabemos há muito tempo: Gotemburgo é uma das cidades mais segregadas na Europa”, disse ele.
“Em alguns bairros segregados de Gotemburgo os radicais islâmicos estão envenenando as crianças a acreditar que o genocídio do Estado Islâmico contra os cristãos e Yazidis está certo e que o terrorismo é uma coisa boa. Você pode ouvir a gíria religiosa em quase todas as escolas nesses bairros hoje em dia. Por exemplo, a palavra ‘kaffir’, que é um termo depreciativo usado pelo Estado Islâmico e outros, e as pessoas que deixaram os bairros para se juntar ao Estado Islâmico que são consideradas heróis por alguns”, acrescentou.
A pesquisa traz a resposta dos 1.200 alunos do ensino médio com idades entre 12-18 anos em áreas social e economicamente desafiadoras em Gotemburgo, dos quais 11% disseram que sentiam simpatia por extremistas religiosos, e 13% disseram que conhece alguém com esse tipo de simpatia.
Um estudo anterior realizado pela mesma organização em Estocolmo foi criticado por não ser adequadamente e academicamente revisto. Já os estudos em Gotemburgo, foram, portanto, analisados por, entre outros, Hans Ekbrand, um professor no departamento da Universidade de Gotemburgo, de sociologia e ciência do trabalho.
“O estudo não deve ser visto como uma imagem de toda a cidade, porque foi feito nessas áreas e escolas onde se acredita que o problema é muito pior. Ao mesmo tempo, mais de 130 alunos responderam que simpatizam com o Estado Islâmico ou extremistas semelhantes, o que em si é muito grave, e significa que, naturalmente, deve ser levado a sério”, disse Ekbrand ao GP.
O MP liberal Hannah insistiu que uma investigação sobre a propagação do islã radical nos bairros afetados é necessária.
“Gotemburgo precisa de uma investigação crítica para parar a propagação do islã radical nestes bairros. Às organizações radicais não deve ser dado subsídios, e escolas com perfis religiosos devem ser proibidas”, ela propôs.
“No entanto, eu não tenho esperança de que as mudanças necessárias virão desde que o governo atual ainda está em negação sobre como ameaçadora a situação em Gotemburgo, verdadeiramente é.”
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