22 de set. de 2016

Áustria – eleições austríacas definidas para ocorrerem no início de dezembro, depois de ‘gluegate’

edifício do parlamento austríaco. 



The Local AT, 21 de setembro de 2016. 



O Parlamento da Áustria aprovou para 04 de dezembro a data das novas eleições presidenciais, por conta da corrida eleitoral anterior alvo de um escândalo, o que poderá também ser o início de uma dor de cabeça a União Europeia, caso a “extrema-direita” ganhe. 

Inicialmente prevista para 02 de outubro, o governo foi forçado a adiar a votação depois que verificou-se que cola em envelopes de voto por correspondência não estava pegajosa o suficiente, o que significa que as cédulas poderiam ser adulteradas. 

Apelidado de “gluegate”, esta foi a última reviravolta de uma saga embaraçosa, que eclodiu em julho, quando o mais alto tribunal anulou o resultado das eleições de maio, depois de atender aos pedidos do derrotado [no caso o Hofer] que foi privado dos seus direitos por conta de irregularidades processuais. 

A decisão deu ao popular político anti-imigração de 45 anos de idade, Nobert Hofer do Partido da Liberdade (FPO) outra oportunidade para ganhar a eleição, que ele perdeu em maio por apenas 31.000 votos para o ecologista independente Alexander Van der Ballen, de 72 anos. 

Se ele se sair vitorioso desta vez, Hofer se tornaria o primeiro chefe de estado de extrema-direita da Europa desde 1945. As últimas pesquisas mostram que os rivais estão pescoço a pescoço. 

O caos eleitoral deixou a Áustria sem um presidente desde 08 de julho, quando Heinz Fischer renunciou. 

Uma lei posta em votação na quarta-feira passada para resolver o impasse precisava de dois terços dos votos da casa, mas os membros do FPO votaram contra, exigindo que o voto por correspondência – usado por 17% dos eleitores em maio – fosse abolida.

O projeto também prevê uma atualização das listas eleitorais para incluir 49.000 austríacos recém-elegíveis, a maioria dos quais completou 16 anos, enquanto que 45.000 nomes serão removidos porque já morreram desde a última cédula. 

No início desta semana, o parlamento anunciou que o futuro presidente não será empossado até 26 de janeiro, para dar às autoridades tempo suficiente para investigarem quaisquer potenciais novas irregularidades. 

O papel do presidente da Áustria é em grande parte cerimonial, mas não inteiramente. Ele ou ela pode, em teoria, demitir o governo – algo que Hofer, no passado, ameaçou dizendo que faria. 

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