29 de ago. de 2016

O que está por trás da recusa da China sobre extração forçada de órgãos?

Praticantes do Falun Gong fazem protesto em frente ao local da conferência (Minghui)



EpochTimes, 29 de agosto de 2016.




Por Minghui



A extração forçada de órgãos sancionada pelo regime chinês de prisioneiros de consciência, incluindo praticantes do Falun Gong, tornou-se foco de atenção da mídia durante o 26º Congresso Internacional da Sociedade de Transplantes em Hong Kong, realizado de 19 a 23 de agosto, algo que o regime chinês não esperava.

O jornal The New York Times publicou quatro relatórios sobre o assunto. Em 19 de agosto, o presidente da Sociedade de Transplantes, Dr. Philip J. O’Connell, foi citado dizendo: “A afirmação dos chineses de que o mundo aceita o seu sistema de transplante de órgãos é refutada”.

O Dr. O’Connell disse àqueles que falam mandarim na convenção: “É importante que vocês entendam que a comunidade global está consternada com as práticas [de extração forçada de órgãos] que os chineses tenham realizado no passado”, de acordo com o artigo do The New York Times.

Em 18 de agosto, na noite anterior à convenção, duas associações estatais chinesas realizaram uma sessão especial sobre o transplante de órgãos na China. Os oradores na sessão especial incluíram Huang Jiefu, ex-vice-ministro da saúde, e Zheng Shusen, diretor do hospital afiliado à Universidade de Zhejiang, duas figuras principais na comunidade de transplante de órgãos chinês.

Surpreendentemente, ou talvez não, os únicos repórteres permitidos na sessão especial chinesa eram dos jornais estatais chineses e estações de TV e alguns da mídia pró-comunista de Hong Kong.

No dia seguinte, mais de 20 mídias chinesas contaram ao mundo a mesma história, que esta reunião especial de transplante de órgãos mostrou que o sistema de transplante de órgão chinês havia sido realmente aceito pela Sociedade de Transplantes, e Huang Jiefu negou veementemente a acusação feita pela comunidade internacional contra a extração forçada de órgãos na China.

No artigo do The New York Times de 19 de agosto, o Dr. O’Connell disse: “Eles podem dizer isso, mas essa não é a verdade”.

Um artigo do The New York Times de 17 de agosto cobriu a discussão acalorada sobre a extração forçada de órgãos antes da convenção. Várias organizações de direitos humanos e médicos queriam boicotar a convenção porque alguns dos porta-vozes eram suspeitos de estarem envolvidos na extração forçada de órgãos, incluindo Huang Jiefu e Zheng Shusen.

Um grupo de médicos e especialistas em ética publicou um artigo no American Journal of Transplantation, criticando “a decisão de realizar a conferência na China como prematura” de acordo com o artigo do The New York Times: “Debate Flares on China’s Use of Prisoners’ Organs as Experts Meet in Hong Kong” on the 17th (Debate se prolonga sobre a utilização de órgãos de prisioneiros da China quando especialistas se reúnem em Hong Kong).

Mais de dez pesquisas submetidas à convenção foram rejeitadas por causa das fontes obscuras de órgãos. O diretor do hospital afiliado à Universidade de Zhejiang, Zheng Shusen, foi convidado a falar, mas seu discurso foi cancelado, e seu papel está sob investigação. Zheng perdeu a cerimônia de abertura e voltou para casa antes da reunião começar.

Na conferência de imprensa em 19 de agosto, o Dr. Jeremy Chapman, ex-presidente da Sociedade de Transplantes, disse que o artigo de Zheng pode ter violado o consenso de que órgãos de prisioneiros executados não devem ser usados na pesquisa, embora o nome de Zheng não tenha sido mencionado.

Se for verificado que os autores violaram a regra, “então eles serão advertidos e execrados, e serão excluídos de nossas reuniões para sempre – e de publicações em jornais sobre transplante”, disse Dr. Chapman.

Em junho de 2016, três investigadores independentes do Canadá e dos EUA, David Kilgour, David Matas, e Ethan Gutmann, publicaram um relatório conjunto de 680 páginas sobre a extração de órgãos sancionada pelo regime comunista na China. O relatório estima que 60 mil a 100 mil cirurgias de transplantes de órgãos foram realizados na China anualmente, a maioria dos quais utilizaram órgãos de praticantes do Falun Gong.

As próprias experiências de Zheng Shusen ofereceram provas indiretas de apoio a esta acusação.

Zheng Shusen, 66, é um dos mais experientes cirurgiões de transplante de fígado na China. De acordo com a publicação estatal Guangmingwang e da Associação Chinesa para Ciência e Tecnologia, Zheng realizou 1.850 transplantes de fígado a partir de março de 2016.

De acordo com um artigo no site do seu instituto, o Centro de Transplantes de Fígado, em 28 de janeiro de 2005, Zheng realizou cinco transplantes de fígado em um dia e um total de 11 somente naquele semana.

Zheng disse à imprensa em 2006 que, de 1992 a 1998, apenas 78 transplantes de fígado haviam sido realizados em todo o país, mas este número tem aumentado dramaticamente desde 1999, o que coincide com o início da perseguição ao Falun Gong no mesmo ano.

O que se destaca na experiência de Zheng são os “transplantes de fígado para insuficiência hepática aguda” (LTAHF), que refere-se aos pacientes que precisam receber um transplante de fígado em 72 horas ou morrem. Com base nos dados da pesquisa de Zheng publicada em 2005, o instituto realizou 46 procedimentos LTAHF de janeiro de 2000 a dezembro de 2004.


Uma vez que este tipo de transplante não pode ser pré-arranjado, é extremamente raro em países ocidentais. No entanto, entre 4.331 casos referidos no relatório oficial chinês em Registro de Transplantes de Fígado em 2016, 1.150 eram procedimentos LTAHF, ou um quarto do total.

O grande número de casos LTAHF é considerado uma forte evidência da existência de extração de órgãos de pessoas ainda vivas na China.

Vale ressaltar que Zheng é vice-presidente da Associação Anti-Culto na província de Zhejiang. Uma das principais funções desta associação estatal nas últimas duas décadas tem sido a de ajudar e estimular a perseguição do regime comunista contra o Falun Gong.

Zheng tem estado ativamente envolvido na calúnia e difamação do Falun Gong. Ele foi o editor-chefe de um livro publicado em 2009, que difama o Falun Gong.

Embora Zheng nunca tenha revelado a fonte dos seus órgãos em seus relatórios, seu papel na campanha anti-Falun Gong certamente sugere uma fonte conveniente de órgãos para abastecer a imensa indústria de transplante de órgãos na China.


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Fonte:https://www.epochtimes.com.br/o-que-esta-por-tras-recusa-china-sobre-extracao-forcada-orgaos/

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