17 de abr. de 2016

"O Islã não é compatível com a Constituição alemã," diz líder do partido AfD - republicação

Beatrix Von Storch






Reuters, 17/04/2016




O partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AFD), disse no domingo, por meio de sua porta-voz, que o Islã não é compatível com a Constituição Alemã, e prometeu pressionar pela proibição de minaretes e burcas no seu congresso do partido dentro de duas semanas.

O AfD puniu os “conservadores” democratas “cristãos” da Chanceler Ângela Merkel em três eleições regionais no mês passado, se beneficiando da revolta popular sobre como a Alemanha está lidando com o afluxo de imigrantes, mais de um milhão dos quais chegaram ano passado.
O Islã é em si mesmo uma ideologia política que não é compatível com a Constituição”, disse a vice-líder do AfD Beatrix Von Storch ao Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung.

Somos a favor duma proibição de mesquitas em muezzinis e a proibição completa de véus”, acrescentou Storch, que é um membro do Parlamento Europeu.

Conservadores de Merkel também pediram para que seja posto em vigor a proibição de burcas, dizendo que elas servem para cobrir o corpo inteiro de algumas mulheres muçulmanas que não podem aparecer em público sem o uso. Mas eles não disseram que o Islã é incompatível com a Constituição da Alemanha.

O crescimento do AfD coincide com fortes ganhos de outros partidos anti-imigrante europeus incluindo a Frente Nacional da França (FN), que entrou em um consenso centrista em torno do qual os partidos tradicionais têm formado alianças na Alemanha.

No mês passado, o partido ganhou 24% dos votos no estado da Saxônia-Anhalt, superando até mesmo os sociais democratas (SPD), parceiro de coalizão de Merkel em Berlim. A AfD, fundado em 2013, também teve um forte desempenho em dois outros estados.

A ascensão do partido tem sido controverso. O vice-chanceler Sigmar Gabriel, um social democrata, disse que a extrema-direita da Alemanha, liderada pelo partido AfD, está usando uma linguagem semelhante à dos nazistas de Hitler.

Tais acusações não tem perturbado o partido em seu curso anti-imigração.

O Islã não é uma religião como a católica ou o Cristianismo protestante, mas sim uma ideologia intelectualmente associada com a aquisição do estado”, disse Alexander Gauland, que lidera a AfD em Brandenburg.

É por isso que a islamização da Alemanha é um perigo”, disse ele ao Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung.


Nota do editor 

Beatrix Von Storch diz algo que é verdadeiro, no entanto, o que ela diz para o que pretende fazer pode tornar sua atuação um tanto controversa. É um fato que a imigração na Alemanha é um problema, assim como para o resto da Europa e, mesmo assim, é preciso mais do que isso quando se ocupa um cargo político e quando se administra a vida e segurança das pessoas. O partido de fato é conservador, e bem distante do esquerdismo, porém, não mostra prudência no que se refere à Política Externa. O partido e sua líder mostram certa simpatia pela Rússia de Vladimir Putin, e isso é realmente embaraçoso e perigoso. 

E o membro de coalizão com o qual o AfD se juntou - o UKIP - seu líder é totalmente favorável, não só a uma abertura de mercado com o governo de Moscou, mas também a sua forma de fazer política no exterior, com ameaças e luta armada contra os seus vizinhos. Quando o partido mostra simpatia com o Kremlin, e ainda elogia seu modo de tratar seus vizinhos, isso é preocupante. O viés econômico não minimiza que o partido está dando o benefício da dúvida à Rússia, enquanto um de seus aliados dá total apoio às políticas externas de Moscou. Von Storch ao não saber disso, ou a ignorar isso, somente prova que não é de fato uma oposição, mas apenas mais uma peça desse sistema de dominação global, assim como os seus homólogos da Frente Nacional (FN) e do Partido Para Independência do Reino Unido (UKIP). 

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