DN, 19/07/2016
Washington elogia coragem do povo turco ao enfrentar ação violenta dos militares que tentavam tomar o poder
O Presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu hoje ao seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, ajuda na investigação do golpe de estado fracassado, mas também apelou ao homólogo o respeito pelo Estado de direito, segundo a Casa Branca.
Durante um telefonema, Obama enfatizou a necessidade de conduzir as investigações sobre os autores da tentativa de golpe na Turquia, que ocorreu na noite de sexta-feira para sábado, adotando métodos que "reforcem a confiança das pessoas nas instituições democráticas e do Estado de direito".
As autoridades turcas querem que o clérigo muçulmano Fethullah Gullen, exilado nos Estados Unidos e acusado por Ancara de planear o golpe, seja extraditado para a Turquia.
Washington alertou Ancara em diversas ocasiões sobre a questão das liberdades civis.
Confrontados com expurgos, desde o golpe de Estado falhado, entre os militares, a polícia e o judiciário, os Estados Unidos têm sido mais insistente nesse ponto das liberdades civis e a manutenção da democracia.
Obama elogiou "a determinação do povo turco ao enfrentar esta ação violenta e seu compromisso com a democracia".
A Turquia foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado na sexta-feira à noite, mas o Presidente, Recep Erdogan, e Governo recuperaram o controlo do país no sábado.
O último balanço do governo turco aponta para 308 mortos entre revoltosos, civis e forças leais a Erdogan e mais de 1.400 feridos.
Segundo o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, mais de 7.500 pessoas foram detidas no âmbito do inquérito à tentativa de golpe de Estado na Turquia, incluindo 6.038 militares, 755 magistrados e 100 agentes da polícia.
Nota do editorBarack Obama prepara-se para pôr o último prego no caixão da política externa americana. Desta vez, envolvendo-se nas intrigas políticas de Ancara, e seu simulacro de golpe de estado. A Rússia instou diversas vezes a Ancara sair do Iraque, e, assim, abrir caminho para que eles e Teerã ocupem aos poucos a região e expurguem os Estados Unidos de lá. Aparentemente Obama quer atender à solicitação, sem precisar que Erdoğan dê um passo. Ancara promete retomar laços com a Síria, e já retomou os seus laços com Moscou, com quem nunca desatou. Agora Ancara, Teerã e Moscou poderão trabalhar juntos para extirpar o Ocidente da região, o Iraque poderá finalmente ser do Irã, e Moscou poderá tomar o lugar dos Estados Unidos na liderança do mundo.Gullen de fato é um muçulmano devoto, e com uma visão similar à de Erdoğan, mas ao dar apoio, nem que seja moral, a Ancara e sua "limpeza," Obama está abrindo precedentes para que Erdoğan valide a perseguição sob quaisquer circunstâncias que ele julgue próprias. O estado de direito – que por um acaso o Ocidente tem desrespeitado cada vez mais com seu politicamente correto – seria dissolvido em questão de tempos. Bruxelas poderia apenas fazer barulho, e rezar para que Erdoğan não dissolva o pacto feito para parar o fluxo de refugiados, que, aliás, já obteve outro meio de mantê-lo em alta. A cada dia a situação para a Europa piora, e Obama entra em cena para piorar as coisas ainda mais. Obama ainda elogia o poder das massas: a Turquia, infelizmente, é de maioria muçulmana. No Irã também havia uma maioria, quando ocorreu a maldita revolução de 1979, que foi apoiada pelo ocidente e os Estados Unidos do então presidente Jimmy Carter. Obama quer repetir a façanha de Carter.
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