George Soros |
Euronews, 30 de junho de 2016.
Por Patrícia Cardoso | Com REUTERS, EFE
George Soros estima que a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE) provocou uma crise nos mercados financeiros semelhante à de 2007/2008.
Face ao parlamento europeu, o milionário norte-americano defendeu que o “‘Brexit’ acelerou uma crise que se desenrolava em câmara lenta” e que vai reforçar as tendências deflacionárias já predominantes.
Soros adiantou: “A vitória do ‘Brexit’ foi um grande choque para mim e, imagino, para a maioria das pessoas presentes. Na sexta-feira, a desintegração da UE parecia inevitável. Mas, após a descrença inicial, passou-se algo de inesperado e a tragédia já não parece um facto consumado. Nas últimas semanas, o hipotético tornou-se realidade. A libra afundou, a Escócia ameaça sair do Reino Unido e alguns dos trabalhadores que apoiaram a campanha pela ‘saída’ 'começaram' a tomar consciência do futuro sombrio que tanto o país como eles enfrentam. Mesmo os campeões da ‘saída’ estão a recuar nas alegações desonestas reveladas antes do referendo sobre o ‘Brexit’. Numa resposta espontânea, mais de 4 milhões de pessoas pediram ao parlamento a realização de um segundo referendo”.
Remarks by @georgesoros this morning in the #EP on #Brexit and #refugeecrisis https://t.co/z1uNhINgp4 @JeanArthuis #EUBudget— BUDG Committee Press (@EP_Budgets) 30 de junho de 2016
George Soros tinha afirmado que o “Brexit” tornava a desintegração da UE irreversível”. Mas o magnata norte-americano alterou o discurso. Estima que a UE tem agora a oportunidade para implementar reformas para criar uma Europa melhor e mais forte.
Antes do referendo, George Soros alertou para o colapso da libra e dos padrões de vida dos britânicos.
O milionário ganhou fama e fortuna em 1992, quando especulou sobre a desvalorização da divisa britânica, obrigando o Banco de Inglaterra a sair do mecanismo europeu de câmbio. Na altura ganhou 10 mil milhões de libras.
Com o “Brexit”, a divisa britânica afundou para mínimos de 31 anos face ao dólar. Soros, 86 anos, reconhece ter ganho dinheiro com a vitória do “Brexit”, não com a libra mas com outros investimentos.
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