Euronews, 16 de junho de 2016.
O grupo Estado Islâmico (EI) continua a levar a cabo um genocídio contra a comunidade yazidi na Síria. A denúncia foi apresentada esta quinta-feira pela Comissão Independente de Inquérito da ONU sobre os Direitos Humanos no país.
Um relatório, baseado em 45 entrevistas a sobreviventes e personalidades no terreno, revela que o grupo armado mantém escravizadas mais de 3.200 crianças e mulheres yazidis na Síria, deslocados à força da província iraquiana de Sinjar (bastião da comunidade).
#ISIS crimes against #Yazidis qualify as genocide. States have an obligation to prevent and punish genocide. pic.twitter.com/WnSMe6RtoO— UN Geneva (@UNGeneva) 16 de junho de 2016
Segundo o brasileiro Paulo Pinheiro, que chefia a Comissão Independente de Inquérito da ONU, “o abuso de homens, mulheres e crianças Yazidi por parte do grupo EI revela um genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Desde o ataque a Sinjar (em Agosto de 2014), até hoje, o EI quis ‘apagar’ os Yazidis através de assassínios, escravidão sexual, escravidão, tortura, maus tratos desumanos e degradantes e deslocações forçadas, provocando danos mentais e físicos”.
O documento, remetido ao Conselho de Segurança da ONU, denuncia igualmente o desaparecimento de milhares de rapazes e homens da comunidade étnico-religiosa – cujo credo monoteísta se inspira tanto no Cristianismo como no Islão – considerada herética pelos islamitas.
A Comissão de inquérito da ONU exige que as provas sejam remetidas ao Tribunal Penal Internacional para abrir um processo contra o grupo Estado Islâmico.
A primeira versão (resumida) do relatório da Comissão de Inquérito da ONU pode ser consultada aqui.
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