18 de jun. de 2016

Noruega aumenta defesa contra a ameaça russa

Primeira-ministra norueguesa Erna Solberg anunciou a decisão de aumentar o orçamento de defesa da Noruega. Foto: NTB Scanpix



The Local Noruega, 18 de junho de 2016. 




A Noruega anunciou planos sexta-feira para o seu maior esforço para atualização militar desde o fim da Guerra Freia, para reforçar as suas defesas contra uma “cada vez mais imprevisível” Rússia. 

O país escandinavo, membro da OTAN, anunciou planos para novos aviões de combate e submarinos para aumentar a sua capacidade de proteger-se de seu vasto vizinho, com o qual compartilha uma fronteira no Ártico. 

Em mais de 20 anos a Noruega iria aumentar seu orçamento de defesa em 165 milhões de coroas (17, 5 milhões de euros à taxa de câmbio atual), de acordo com detalhes de uma lei de programação militar apresentada pelo governo. 

“Infelizmente, as circunstâncias geopolíticas mudaram significativamente, de uma maneira ruim, nos últimos anos”, disse a primeira-ministra Erna Solberg em uma conferência de imprensa em Oslo. 

“Temos um vizinho cada vez mais imprevisível ao leste, e que está a reforçar a sua capacidade militar, e mostrando vontade de usar a força militar como uma ferramenta política”, acrescentou. 

A lei de programação militar tem por objetivo melhorar o exército tanto pelos esforços em manter os recursos existentes, como pela compra de novos equipamentos. 

Ela [a lei] prevê a compra de 52 caças F-35 e quatro submarinos, assim como novos aviões de vigilância naval para substituir seis envelhecidos aviões P-3 Orion. 

A despesa extra vai trazer o orçamento militar da Noruega para perto de 2,0% do PIB meta fixado pela OTAN, apesar de não alcança-lo. 

Solberg disse que a atual força militar do país pode “não estar adaptada à situação geopolítica”, descrevendo um “esforço de defesa histórico, o maior desde o fim da Guerra Fria”. 

Mas é menos do que os 180 milhões de coroas buscados no ano passado pelo chefe das Forças Armadas Haakon Bruun-Hanssen. 

Antes que os planos militarem possam ser implementados o governo de direita tem de ter suas propostas adotadas no Parlamento onde está em minoria, e poderia, portanto, ter de fazer alterações. 

A Finlândia, por sua vez, disse sexta-feira em uma perspectiva de segurança que “não pode excluir” o uso da força militar contra o seu território por parte de sua vizinha Rússia. 

O país, que compartilha a maior fronteira da União Europeia com a Rússia, tem vindo a intensificar a sua cooperação com a OTAN depois da Rússia ter apreendido e anexado a Crimeia em 2014, onde tornou-se envolvido no conflito em curso no leste da Ucrânia. 

O ministro do Exterior da Finlândia, Timo Soini disse que as ações da Rússia constituem uma “mudança fundamental” para a segurança da Europa. 

“O ambiente político de segurança da Finlândia, um membro da comunidade ocidental, se transformou”, escreveu o ministério no seu relatório, citando “uma situação de segurança mais tensa na Europa e na região do Mar Báltico”. 

“O uso ou ameaça de força militar contra a Finlândia não pode ser ignorada”, acrescentou, embora Soini salientou que a Finlândia não considera a Rússia como uma ameaça “no momento”.  

A Finlândia – que compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros (830 milhas) com a Rússia – foi atacada por seu vizinho durante a Segunda Guerra Mundial, mas tem tentado manter relações amistosas com Moscou desde então. 

Mas as tensões têm crescido em torno da Finlândia, enquanto aviões de combate russos zumbia [sobrevoava] em torno de um navio da Marinha dos Estados Unidos no Mar Báltico em abril, e enquanto a OTAN aumentava sua presença militar e os seus exercícios na área. 


“Nós não fazemos segredo de nossa atitude negativa para a política da OTAN de mover a sua infraestrutura militar para mais perto de nossa fronteira e envolvendo outros estados em suas atividades militares”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov aos repórteres sobre a recente visita de Soini a Moscou

Embora a Finlândia não está ativamente planejando se juntar à aliança de defesa, Soini disse que pretende “manter a possibilidade de aliar-se militarmente” se for necessário. 


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