Euronews, 21 de junho de 2016.
Por Rodrigo Barbosa.
“Unidos Podemos”, um nome em jeito de premonição, que pode fazer história em Espanha. Depois de ser a terceira formação mais votada há seis meses, o partido de Pablo Iglesias saído do movimento dos Indignados, juntou-se à Esquerda Unida numa coligação que é apontada como a segunda mais votada nas legislativas do próximo domingo.
Alguns estudos colocam-na mesmo muito perto do Partido Popular governante, razão pela qual Iglesias sublinha que “eles estão muito preocupados com o que isso significa”.
Favorito com curta margem, o primeiro-ministro conservador ameaça não se apresentar à investidura, caso se repitam os resultados de dezembro, quando o PP venceu sem maioria para formar executivo, nem parceiros dispostos a uma associação governativa.
Mariano Rajoy volta, no entanto, a admitir a possibilidade de uma “grande coligação” com os socialistas.
O líder conservador diz que uma recusa em negociar “não é mais do que uma demonstração de fraqueza daquele que não ousa dialogar e chegar a acordo com outro que é diferente dele”.
Mas é certo que, tal como durante os meses de diálogo infrutífero que obrigaram à repetição das eleições, o líder do PSOE, Pedro Sánchez, continua a recusar falar com Rajoy.
A confirmar-se as sondagens, os socialistas serão relegados para terceira força política do país, pela primeira vez desde o fim da ditadura.
Tudo indica que o parlamento continuará fragmentado e a plataforma liberal Ciudadanos – quarta força política – espera ter um papel crucial. O líder, Albert Rivera, exclui abrir a porta à coligação Unidos Podemos, mas propôs ao PP e ao PSOE uma negociação, logo após o escrutínio do próximo domingo. No entanto, no caso do Partido Popular, Rivera exige abertamente o afastamento de Rajoy o que, apesar de improvável, seria uma condição que os socialistas também estariam dispostos a aceitar, segundo os analistas, num cenário de grande coligação.
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