8 de jun. de 2016

Dirigindo a Onda da Transformação Global — Parte 1

Autor: Carl Teichrib, Forcing Change, Edição 11, Volume 5. Leia a Parte 2


   
Tantas "transformações globais" estão ocorrendo e com uma intensidade tão grande, que é impossível se manter atualizado. Estamos sobre a crista de um tsunami de transformação — uma extensa onda com raízes que se iniciam nas profundezas, depois crescem e atingem um volume que não pode ser contido. Onde, quando e como a onda chega até a praia ainda é algo que está aberto para o debate. Mas, os muitos tremores que liberaram sua energia, alguns históricos e outros contemporâneos, são inegáveis. Basta você ouvir as notícias. Entretanto, o que está faltando no noticiário da grande mídia é igualmente importante, talvez até mais importante.

Esta edição de Forcing Change examinará alguns dos eventos dos últimos meses, incluindo notícias que apareceram de forma bem rápida na tela do radar das informações. Também trataremos o tópico maior da unificação europeia, agora que a Europa se tornou o ponto de foco para os olhos do mundo. Entretanto, o artigo sobre a Europa não será uma análise de seus problemas atuais; ao contrário, será uma cronologia que tem o objetivo de demonstrar uma continuidade importante. Sem ver o quadro maior você se encontrará perdido em um labirinto de notícias e reportagens conflitantes.

Neste artigo, examinaremos quatro acontecimentos que são diferentes, porém que estão entrelaçados:
  1. O recente endosso do Vaticano a uma autoridade política internacional.
  2. As atividades interfé mundiais.
  3. O discurso de Mikhail Gorbachev no campus das Faculdades Lafayette.
  4. Seu "direito" a ter um governo mundial democrático.


Uma Autoridade Política Internacional para a Crise Financeira Global


Em 24 de outubro de 2001, o Conselho Pontifício Justiça e Paz do Vaticano lançou um documento intitulado Para uma Reforma do Sistema Monetário e Financeiro Internacional no Contexto de uma Autoridade Pública Global. [Nota: As citações extraídas do documento serão encontradas em todo este artigo e não serão listadas na forma de notas de rodapé devido à sua natureza repetitiva.].

Esta última oferta do Vaticano afirma que "todo indivíduo e toda comunidade compartilha e é responsável por promover o bem comum.". Essa frase nebulosa leva a uma maior reflexão; o documento pergunta "se a família humana tem meios adequados à sua disposição para obter o bem comum global."


Esta declaração permite alguns questionamentos: quem determina o bem comum, como ele é atendido e qual instituição fornece orientação e garante o cumprimento? Isto tudo não estaria debaixo do domínio de um governo mundial?

Com base em recomendações feitas no passado pelos papas João XXIII e Bento XVI, uma "autoridade política mundial" é exatamente o que é necessário, segundo o Conselho Pontifício Justiça e Paz:

"O estabelecimento de uma autoridade política mundial deve ser precedido por uma fase preliminar de consulta a partir da qual uma instituição com legitimidade surgirá e que estará em condições de ser um guia eficaz", explicou o documento.

Em seguida, depois que estiver operacional, essa "instituição supranacional" trabalhará de um modo "consistente com o valor preeminente da dignidade humana" dentro de uma sociedade globalizada.

"Em um mundo que está caminhando para a rápida globalização, a referência a uma autoridade mundial se torna o único horizonte compatível com as novas realidade do nosso tempo e as necessidades da humanidade."

"Foi explicado que, de modo a impedir que essa "autoridade mundial" se torne uma perigosa burocracia, o princípio da subsidiariedade "governará o relacionamento" entre a autoridade global e as entidades nacionais e regionais. A sociedade civil, também conhecida como organizações não governamentais ou grupos de pressão, que já é uma força poderosa nos assuntos globais, será um dos elos nesse sistema de subsidiariedade em escala global.

Para aqueles que não estão familiarizados com a ideia de subsidiariedade, ela pode ser resumida da seguinte forma: onde os problemas podem ser tratados no nível local, estadual/provincial, ou nacional, que eles sejam tratados dentro nesses domínios. Por outro lado, quando os problemas forem globais e não puderem ser tratados de forma adequada nos níveis mais baixos, então uma autoridade mundial é necessária. A subsidiariedade também permite a tomada de decisão pelos grupos de raiz popular e de autodireção, mas é dentro do contexto de uma perspectiva mais ampla — ela busca sintetizar "os interesses do indivíduo com os da comunidade." [1].

A subsidiariedade parece muito boa como uma salvaguarda. Mas, ela é ilusória. Existe autonomia em um sistema de subsidiariedade, desde que ele trabalhe com vistas ao bem comum prescrito. E quem define esse padrão?

Como já foi observado, de acordo com o Conselho Pontifício, uma "autoridade política mundial" é necessária para ordenar o bem comum. Essencialmente, a subsidiariedade garante uma hierarquia de poder na forma de uma pirâmide.



Jurgen Appelo, um autor e palestrante holandês sobre as práticas de administração, reconhece a estrutura da subsidiariedade. O diagrama ao lado, fornecido pelo Sr. Appelo, ilustra esse conceito de gestão do poder. Jurgen observa que: "Estamos lidando com uma hierarquia de autoridade, cada uma das quais tem uma abrangência de atuação diferente e cada uma monitora as autoridades inferiores." [2; ênfase no original]. Ele então comenta sobre o diagrama, lembrando-nos que "o posicionamento real dos idiotas, trapaceiros, patetas e marionetes pode variar..."

A subsidiariedade não é necessariamente ruim, como o próprio Jurgen demonstra em seu estudo sobre as práticas de gestão. Como um modelo organizacional, existem benefícios; a ideia que cada nível de administração opere dentro de um papel definido e relacionado com um objetivo prescrito. Todavia, afirmar, como faz o Conselho Pontifício, que a subsidiariedade será uma salvaguarda para impedir que "a autoridade política mundial" se torne uma burocracia centralizada inchada é risível. Ao contrário, a subsidiariedade nos dá o esqueleto estrutural com base em que múltiplos níveis de burocracias inchadas podem ser criados. Tenha em mente que as Nações Unidas e a União Europeia foram concebidas com base no princípio da subsidiariedade. [3].

Apesar disto, como o Conselho Pontifício escreveu com relação "à criação de uma autoridade pública com jurisdição universal...":

"Pode parecer lógico que o processo da reforma siga tendo as Nações Unidas como sua referência por causa da abrangência mundial de suas responsabilidades, sua capacidade de reunir as nações do mundo e a diversidade de suas tarefas e as de suas agências especializadas."

A ONU, segundo o Vaticano, é o ponto inicial para uma "autoridade política mundial". Além disso, o Conselho detalhou a necessidade de uma reestruturação econômica global. Atenção específica deve ser dada à reforma do sistema monetário internacional e, em particular, ao comprometimento de criar algum tipo de gestor monetário global.

"Na verdade, é possível ver um requisito emergente para um organismo que desempenhará as funções de uma espécie de 'banco central mundial'..."

O documento do Vaticano então sugere que o processo financeiro precisa incluir o fortalecimento dos bancos regionais, como o Banco Central Europeu. Mas, isso não pode acontecer em um vácuo. Será necessário um comprometimento político para "garantir a unidade e a consistência das decisões comuns".

Em outras palavras, os países europeus precisam abrir mão mais do que de sua independência monetária sob o euro e o BCE. Eles também precisam abrir mão de suas políticas fiscais, que são essencialmente políticas em sua natureza, e entregá-las a uma autoridade unificadora. [Nota: Defendo a opinião que esta é exatamente a raiz da crise do euro — a última disputa real entre o nacionalismo europeu e o estabelecimento de um superestado europeu via Banco Central Europeu.].

A partir de uma "autoridade política mundial — isto é, um governo mundial — para um novo sistema monetário internacional — um "banco central mundial" — até a implicação do domínio bancário regional, as propostas que emanam desse prestigioso órgão do Vaticano são ominosos em sua natureza. Elas nos fazem lembrar as famosas palavras do historiador católico Lord Acton: "O poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente." [4].


Acontecimentos no Movimento Interfé Mundial

Eventos interfé significativos ocorreram nos últimos meses. Aqui estão dois que merecem atenção especial.

Vigésimo Quinto Aniversário do Encontro de Assis

Em 27 de outubro de 2011, cerca de 300 líderes espirituais estiveram reunidos em Assis, na Itália, a convite do papa Bento XVI. Esse evento marcou o vigésimo quinto aniversário do histórico encontro interfé promovido pelo papa João Paulo II. Estiveram presentes representantes de diversas religiões: 60 católicos romanos, 60 líderes ortodoxos e protestantes, 65 muçulmanos, 65 budistas, 8 líderes judaicos, 7 hindus, 6 seguidores do xintoísmo, 5 representantes sikhs, 4 agnósticos, 3 confucionistas, 3 taoístas, 1 jainista, 1 da fé Bahá'í e 1 zoroastrista. [5]

O tema que emanou foi a necessidade de as religiões mundiais "se unirem para lutar pela paz". Para este fim, um compromisso foi pronunciado:

"Assumimos o compromisso de educar as pessoas a se respeitarem e honrarem mutuamente umas às outras de modo a ajudar a produzir uma coexistência pacífica e fraterna entre as pessoas de diferentes grupos étnicos, culturais e religiosos." [6].

"Este compromisso foi concluído pelo papa Bento que acrescentou: "Em nome de Deus, que toda religião traga sobre a Terra justiça e paz, perdão, vida e amor!" Um delegado sikh descreveu o compromisso como "um marco importante na harmonia inter-religiosa em que nós nos recomprometemos com a paz e a justiça..." [7].

Centro Interfé Saudita

Um acordo foi assinado em 13 de outubro de 2011 pelo ministro saudita das Relações Exteriores, o príncipe Saud al-Faisal, a ministra espanhola das Relações Exteriores, Trinidad Jimenez, e o vice-chanceler austríaco Michael Spindelegger. O propósito: criar e abrigar uma nova organização internacional, que será sediada em Viena, e estará dedicada a unir as religiões do mundo em torno da compreensão cultural. Essa instituição, uma criação do rei Abdullah e do príncipe Saud al-Faisal, será financiada principalmente por meio do governo saudita. [8]. Dois representantes do Conselho Pontifício do Vaticano para o Diálogo Inter-religioso participaram da cerimônia de assinatura: o cardeal Jean-Louis Taura e o arcebispo Pier Luigi Celata. [9].

Quando concluído, o Centro Internacional Rei Abdullah Bin Abdulaziz para o Diálogo Inter-religioso e Intercultural abrigará um órgão de 12 representantes das principais fés: Islão, Cristianismo, Budismo, Hinduísmo e Judaísmo. Um grupo de consulta adicional formado por 100 representantes de diferentes fés apoiará o trabalho dos doze. [10].

Este acontecimento não ocorreu sem controvérsia. O Vienna Review observou que muitos dólares estão associados com esse empreendimento e sugere que o governo saudita está promovendo sua variedade Wahhabi do Islão. A publicação também observou que a cerimônia de assinatura aconteceu durante Sucote, a Festa dos Tabernáculos, "deixando praticamente nenhum convidado judeu presente". [11].


A Nova Ordem Mundial de Mikhail Gorbachev


Mikhail Gorbachev esteve no campus das Faculdades Lafayette (Easton, PA) em 19 de outubro, divulgando a necessidade de um novo internacionalismo. Falando para uma multidão de 3.600 ouvintes, Gorbachev vinculou-se abertamente com o papa João Paulo II ao propor um "sistema de governança global":

"O papa João Paulo II, que eu considerava meu amigo — éramos muito próximos — disse em certa ocasião: 'Precisamos de uma nova ordem mundial, uma ordem que seja mais estável, mais humana e mais justa.' Ele disse muito bem; ninguém foi capaz de aprimorar essa caracterização de uma nova ordem mundial. Mas, ainda estamos enfrentando o problema de construir essa ordem mundial. Temos crises: estamos enfrentando problemas no meio ambiente, subdesenvolvimento, pobreza e escassez de alimentos. Todos esses problemas existem porque não temos um sistema de governança global. Estamos vivendo em um mundo global. Os pré-requisitos políticos para um mundo global existem, eles já foram criados. Mas, não estávamos prontos e ainda temos de aprender a viver em um mundo global. Este é o problema principal e muito depende de como países como os EUA atuarão, como a Europa se comportará, como a Rússia se comportará." [12].

Em uma matéria publicada alguns dias depois na página na Internet da instituição de ensino, apropriadamente intitulada "Mikhail Gorbachev Diz Que os Protestos Sinalizam uma Emergente Nova Ordem Mundial", sua visão global foi conectada com o Movimento "Ocupemos Wall Street" — principalmente no sentido que "A América precisa ter sua própria Perestroika". [13].

É interessante que o ex-líder soviético tenha estruturado grande parte de sua palestra em um contexto histórico da Guerra Fria, lembrando-se de Ronald Reagan e do primeiro Encontro de Cúpula que tiveram. Ele também falou sobre a Perestroika soviética, a Glasnost e os resultados da Décima Nona Conferência do Partido Comunista. Falando sobre essa Conferência Geral, Gorbachev disse à multidão que a liberdade era o principal objetivo:

"Proclamamos o movimento rumo à liberdade de expressão, liberdade de religião e liberdade de escolha política — todas as liberdades. As pessoas precisam ser livres... Também decidimos que, efetivamente, mudaríamos todo o sistema e construiríamos um sistema para um país livre, um sistema de democracia política..." [14].

A maioria dos alunos das Faculdades Lafayette provavelmente ainda não tinha nascido no tempo em que esse encontro marcante ocorreu, pois a Décima Nona Conferência Geral do Partido Comunista da União Soviética ocorreu de 28 de julho a 1 de julho de 1988. Todavia, o discurso de Gorbachev sobre governança global, a busca por liberdade e a necessidade de uma transformação mundial deve ter sido suave aos ouvidos daqueles jovens: Perestroika ("Reestruturação"), Glasnost ("Abertura") e uma nova ordem mundial — "governança global". Agora, chegou a hora para a América participar.

Ter uma compreensão da Décima Nona Conferência do PCUS é útil para entendermos o que é esta "nova ordem mundial". Isto, porém, requer algum exame dos textos preparatórios, discursos e resoluções que constituíram a Décima Nona Conferência.

Sim, a escolha do mercado foi explorada — provavelmente o principal fator na Conferência — e "liberdade" foi discutida, mas em um sentido bastante fechado. Ao se preparar para essa Conferência, o líder soviético colocou "liberdade" em perspectiva durante um discurso em 11 de maio de 1988:

"Precisamos de novas abordagens, novos métodos, novas descobertas para defender a Perestroika. Lembremos das palavras de Lenin: Não tente solucionar os novos problemas usando os métodos antigos... Portanto, precisamos fazer uma busca por novos métodos..."

"... Portanto, repito que precisamos compreender o conceito de Lenin de uma sociedade socialista de modo a aplicá-lo de forma criativa, levando em conta nossas condições atuais..."

"... com o potencial econômico, intelectual e cultural acumulado ao longo de sete décadas da nossa história, devemos implementar um modelo contemporâneo de sociedade garantindo para todos seus membros padrões de vida civilizados e multiformes oportunidades de alcançar as necessidades espirituais e culturais, a liberdade de escolha e de expressão das opiniões. Mas, tudo isto deve ser implementado dentro da estrutura de nossa escolha socialista, dentro da estrutura da nossa democracia e moralidade socialista. Essa sociedade inevitavelmente será mais multicamada, porém permanecerá socialista e não se afastará nem um milímetro dos princípios da justiça social, da camaradagem e do internacionalismo. Por que menciono isto? Falando em termos gerais, nossa sociedade inteira é a favor do socialismo..." [15].

Mais socialismo, mais democracia, mais leninismo, mais internacionalismo, mais transformação.

Como outro líder soviético explicou durante a fase preparatória da Décima Nova Conferência: "Sim, a união das nações é um longo processo dialético..." [16].


Socialismo, Perestroika e Glasnost:

A Décima Nona Conferência Geral do Partido Comunista da União Soviética


A "reestruturação" e a "abertura" propostas por Mikhail Gorbachev tinham objetivos de longo alcance. Um ano antes da Conferência de 1988, Gorbachev falou sobre a necessidade de "uma nova ordem econômica mundial", maior cooperação entre as Nações Unidas e organizações regionais e um "sistema abrangente de segurança... e um sistema de lei e ordem universais que garantissem a primazia da lei internacional na política."

Ele também sugeriu a formação de um "conselho consultivo mundial sob a ONU", formado por importantes cientistas, intelectuais, líderes religiosos, chefes das organizações internacionais, e políticos em posições-chaves. Em resumo, ele desejava um sistema de gestão mundial, um sonho que o Sr. Gorbachev reiterou durante vários anos.

A seguir estão citações extraídas de seus relatórios e discursos feitos durante a Décima Nona Conferência, da publicação da embaixada da URSS, Documentos e Materiais:

"A vida espiritual do país se tornou mais diversa, mais interessante e mais rica. Muitas ideias de Karl Marx e de Vladimir Lenin, que anteriormente eram tratadas de forma unilateral, ou até negligenciadas, estão sendo repensadas. A natureza criativa do socialismo científico e humano está sendo reavivada na luta contra o dogmatismo." (pág. 5). "O que precisamos é de um genuíno avanço das ciências sociais em uma filosofia marxista-leninista e base metodológica." [pág. 27].

"A Perestroika na URSS se tornou um fator de significado global. As mudanças cardeais em nosso próprio país propõem também novas abordagens para as questões internacionais." [pág. 30].

"O PCUS (Partido Comunista da União Soviética) considera-se uma parte inalienável do movimento comunista mundial, que no presente está realizando uma difícil busca do caminho para um novo estágio em seu desenvolvimento histórico. E iremos — com base em direitos absolutamente iguais e respeito — tomar uma parte ativa nessa busca. Hà um crescente potencial internacional em nossas novas relações com numerosas forças cívicas que representam a ciência e a cultura mundiais, com partidos políticos de uma diferente orientação ideológica, acima de tudo com socialistas, social-democratas, membros dos Partidos Trabalhistas e outros círculos e movimentos da Esquerda." [pág. 37].

"... o papel exercido hoje pela Liga Comunista Juvenil é de imensa importância... Hoje, como antes, a principal coisa em sua atividade é preparar os jovens para se tornarem comunistas, para buscarem ativamente a política do Partido Comunista." [pág. 71].

"Mas, desejo dizer aos delegados desta Conferência e ao povo em geral a coisa principal: as tarefas da Perestroika não podem ser realizadas sem a atividade orientadora do Partido, sem dar efeito ao seu curso político. Sem tudo isso, a Perestroika estará condenada política, ideológica e organizacionalmente." [pág. 75].

"Precisamos trabalhar firme e continuamente para reavivar os princípios leninistas na direção dos assuntos do Partido." [pág. 85].

"Quero dizer categoricamente, aqui na Conferência, que continuaremos a desenvolver todos os valores verdadeiramente socialistas, e firmemente eliminar tudo que distorça a teoria revolucionária e a imagem do socialismo." [pág. 90].

"Vemos o socialismo como um sistema da verdadeira igualdade de todas as nações e nacionalidades... em que o internacionalismo e a fraternidade das nações reinam supremas." [pág. 92].

"Estamos convencidos da vitalidade do ensino marxista-leninista que tem cientificamente substanciado a possibilidade de construir uma sociedade com justiça social e uma civilização de pessoas livre e iguais... Nossos objetivos são mais democracia, mais socialismo..." [pág. 93].

"Todo comunista precisa se transformar em um combatente pela Perestroika, para a renovação revolucionária da sociedade. Que seja este o principal preceito da nossa Conferência." [pág. 108].

O Direito a um Governo Mundial Democrático


Uma série de resoluções foram aprovadas durante a Décima Oitava Sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU em setembro passado. Um texto, o Item 3 da Agenda, Promoção de uma Ordem Internacional Democrática e Equitativa, deu reconhecimento às Nações Unidas como o órgão principal para a gestão mundial. No preâmbulo dessa resolução, o Conselho dos Direitos Humanos enfatizou que:

"... a responsabilidade pela gestão dos problemas sociais e econômicos mundiais, bem como das ameaças à paz e à segurança internacionais, precisa ser compartilhada entre as nações do mundo e deve ser exercida multilateralmente e que neste sentido, o papel central precisa ser desempenhado pelas Nações Unidas, como a organização mais universal e representativa no mundo."

Reconhecendo o estresse econômico global, os desastres naturais e uma série de desafios sociais, o texto apresenta uma proposta para uma nova ordem mundial democrática:

"Resolvido a tomar todas as medidas dentro de sua capacidade para garantir uma ordem internacional equitativa e democrática... afirma que todos têm o direito a uma ordem internacional equitativa e democrática..."

Em seguida, o documento afirma uma série de plataformas socialistas: "uma ordem econômica internacional baseada na equidade", "solidariedade internacional" e a nacionalização dos recursos naturais sob o disfarce do "direito dos povos e nações à soberania permanente sobre seus recursos e riquezas naturais".

Para estes fins, o Conselho dos Direitos Humanos da ONU concordou em estabelecer durante três anos um grupo de trabalho formado por especialistas internacionais. O trabalho deles será identificar "possíveis obstáculos", "melhores práticas... para uma ordem internacional equitativa e democrática nos níveis locais, nacionais, regionais e internacional", trabalhar com os governos nacionais para desenvolver "propostas concretas que expandam a cooperação sub-regional, regional e internacional", e despertem a conscientização ao direito "a uma ordem internacional equitativa e democrática".

Ai está. Você tem direito a um sistema democrático e socialista de gestão mundial. Além disso, um grupo não eleito de "especialistas internacionais" nos dirá como esse objetivo pode ser alcançado.


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