Euronews, 07/05/2016
Por António Oliveira e Silva | Com AFP, GAZETA WYBORCZA.
Mais de 240 mil pessoas manifestaram-se na capital polaca, Varsóvia, para protestar contra o governo conservador de Beata Szydlo (Partido Lei e Justiça) e para defender a presença da Polónia na União Europeia.
Os números foram avançados pelas autoridades locais e por alguns meios de comunicação social polacos. As marchas deste sábado, organizadas pelo Comité para a Defesa da Democracia ou KOD (pela sigla em língua polaca), feroz crítico das medidas implementadas pelo governo nos últimos tempos, seriam assim as mais importantes na Polónia desde 1989, quando a era do regime comunista chegou ao fim.
Os manifestantes disseram “querer preservar o lugar da Polónia na Europa”, lugar que estaria ameaçado devido às políticas conservadoras do Executivo polaco.
#Marsz7maja demonstracje w Warszawie: Parada Schumana, manifestacja KOD... "Jesteśmy w Europie" [NA ŻYWO] https://t.co/DXEU9CKr9w— Gazeta Wyborcza.pl (@gazeta_wyborcza) 7 de maio de 2016
Estiveram reunidos a maioria dos partidos da oposição no parlamento, como a Plataforma Cívica (PO, tendência liberal), o Nowoczesna (também de tendência liberal) e o Partido dos Camponeses (PSL), assim como outras forças atualmente não representadas no parlamento, como os sociais-democratas do SLD ou Os Verdes.
Juntos, os manifestantes gritaram palavras de ordem como “Estamos e ficaremos na Europa”, exibindo bandeiras polacas e símbolos associados à União Europeia.
O antigo Presidente Bronislaw Komorowski esteve presente na manifestação em Varsóvia.
“Estamos aqui porque queremos lutar pela Polónia e pela democracia”, disse aos jornalistas.
— KOD International (@Kom_Obr_Dem_Int) 7 de maio de 2016
Uma segunda manifestação teve lugar também na capital polaca, organizada por um conjunto de movimentos nacionalistas. O objetivo era pedir a saída da Polónia da União Europeia e contra o que entendem como “a ditadura de Bruxelas.“ Estiveram presentes cerca de 2500 pessoas.
Nota do editorAgora preste atenção nisso: a maioria dos partidos pró superestado europeu são liberais, e estão de mãos dadas com os esquerdistas e verdes. Também tem outra curiosidade aí, que é que à esquerda é favorável a integração europeia, enquanto a Rússia, a mãe de todos esses partidos, não é. Isso é bem interessante. A Polônia tem uma miscelânea de partidos liberais e de esquerda, e embora sua população seja constituída em sua maioria por conservadores, é muito difícil que não haja um conflito político e social no país, por conta da crise na União Europeia. Esse prólogo só poderá ficar por isso mesmo, pois desconheço muita coisa sobre a Polônia. Mas duma coisa eu sei: essa mistura de ideologias, do (infelizmente, isso é verdadeiro) fascismo ao neonazismo, ao socialismo, e o liberalismo pode acabar sendo um fator desestabilizador para o país. Ou o país pode acabar se aproximando de Putin, por conta das escolhas de uma parcela da população, ou uma crise política interna pode se estabelecer, e gerar uma verdadeira dor de cabeça para a Europa.
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