Enquete: rejeição total do Islã na França e de todo o espectro político.
Por Virginia Hale.
Uma pesquisa Ifop para o Le Fígaro procurou descobrir o que as pessoas acham do Islã, e acabou constatando que uma média crescente de pessoas têm tido um crescente sentimento de inquietação sobre o seu papel na França.
O que é notável sobre os resultados é que onde uma vez tais sentimentos eram vistos como sentimentos de preservação da “extrema-direita”, eles agora são sentidos em todo o espectro político. Voltando a 2010, 39% dos eleitores do Partido Socialista sentiram que o Islã era muito proeminente dentro da sociedade francesa – uma maioria de 52% sente que isso será o caso de daqui a seis anos.
Le Fígaro diz que a pesquisa confirma uma “total rejeição” da religião na França, depois que viram em 2015 sua capital sofrer dois ataques terroristas islâmicos mortais.
Dezessete pessoas foram assassinadas durante três dias em janeiro, incluindo a maioria dos escritores da revista satírica Charlie Hebdo. Então, no dia 13 de novembro uma série coordenadas de ataques tiraram 130 vidas inocentes, incluindo 89 pessoas mortas a tiro no teatro Bataclan.
A pesquisa também descobriu que 47% das pessoas consideram a presença de comunidades muçulmanas uma ameaça à identidade da França, até cinco pontos a mais a partir de 2010. No entanto, 19% acredita que os muçulmanos enriquecem culturalmente o país.
Pesquisas feitas por Ifop que remontam 1989 tinham atitudes em relação á aspectos do Islã na sociedade francesa medida de forma consistente, e as mudanças ao longo dos anos pintam um retrato duma nação cuja tolerância tem se desgastado.
Em 1989, 33% dos franceses responderam que estavam “em favor” da construção de mesquitas, enquanto que o valor hoje é 13%. Naquele ano, 31% se opunham ao uso do véu em geral, um número que em 2016 subiu para 63%.
A desconfiança crescente do papel do Islã no país e do povo francês vem com dados de toda a Europa Ocidental que mostra que, em vez de se tornarem mais assimilados ao longo do tempo, os pontos de vista da segunda e terceira geração de muçulmanos tornam-se cada vez mais linha-dura.
Anouar Kbibech, presidente do Conselho Francês da Fé Muçulmana, respondeu aos resultados da pesquisa dizendo que a percepção negativa do Islã causa muito sofrimento para os muçulmanos que vivem na França.
Os franceses, ele comenta, devem olhar para os muçulmanos como cidadãos plenos de direito. Ele nota que nos últimos anos os muçulmanos exigiram o direito de “divergência”, Le Fígaro brinca que agora os muçulmanos na França vão exigir o direito de “Indiferença”.
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