Euronews, 30 de maio de 2016.
A Líbia tornou-se no principal ponto de partida em direção à Europa depois do encerramento da rota dos Balcãs e do Mar Egeu. A travessia é mais perigosa mas, mesmo assim, não faltam candidatos. Vêm de toda a África e do Médio Oriente uma vez que chegar e passar pela Líbia é a tarefa mais fácil.
Não há fronteiras ou qualquer tipo de controlo. Aliás, o país está dividido entre Este e Oeste, entre o governo de União Nacional, em Tripoli, liderado por Fayez al-Saaraj e a força que está instalada em Tobruk encabeçada pelo general Khalifa Haftar. Entre os dois está Sirte, cidade controlada pelo autoproclamado Estado Islâmico.
Fayez-al Sarraj assumiu o poder em Tripoli a 30 de março deste ano. Pôs em marcha o governo de União Nacional, apoiado pela ONU. Sarraj conseguiu juntar uma série de autoridades não reconhecidas pela comunidade internacional e que ditavam as leis em Tripoli desde agosto de 2014.
O chamado GNA controla vários aerportos, o banco central, a companhia nacional de petróleo mas está confinado à base naval de Tripoli.
A Este, este poder não então é reconhecido. As várias autoridades existentes preferem apoiar as unidades do exército comandadas pelo controverso Khalifa Haftar.
Esta clivagem entre o Este e o Oeste impede as forças líbias de se unificar e lutar contra o Daesh que aproveita este caos para ganhar poder na região de Sirte. Não há um exército organizado, apenas um conjunto descoordenado de milícias que agora entra em competição para saber quem vai lançar primeiro uma ofensiva contra Sirte.
Cinco anos país a queda de Kaddafi, a situação política e militar está a destruir a economia líbia. Wahid Jabbo é analista económico e lembra que “existem muitas explicações para a falência económica mas a principal é ausência de exportações de petróleo a partir dos portos e campos de exploração. Este fator está a matar a economia líbia e levou ao perda de cerca de 70 mil milhões de euros só nos últimos dois anos.”
O governo de União Nacional mostra-se incapaz de reverter a situação: a inflação bate recordes desde 2015 e com a chegada do ramadão, os analistas acredita que o cenário pode agravar-se.
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