Euronews, 19 de maio de 2016.
Forças leais ao Governo de união nacional líbio, apoiado pelas Nações Unidas, dizem ter feito recuar os jihadistas do Estado Islâmico (EI) ou Daesh, pela sigla em língua árabe, até ao feudo que mantém na cidade de Sirte. Uma vitória que não conseguiram sem um custo elevado: mais de 30 dos homens envolvidos nos combates terão morrido, incluindo sete mortos num atentado com um carro armadilhado em Buayrat al-Hasun, acerca de 90 quilômetros a oeste de Sirte. Os combatentes aliados do Governo disseram aos jornalistas que 50 homens ficaram feridos, alguns com gravidade.
Mohamed al-Gasri, porta-voz do exército líbio, disse que as forças em combate “tinham libertado” a pequena cidade de Abu Grain, a 140 quilômetros a oeste de Sirte, assim como duas localidades na região.
Os militantes do Daesh semearam o terror em diversas povoações na região de Abu Grain com ataques suicidas em pontos chave no passado no dia 5 de maio, o que levou o Governo líbio a lançar novas operações em Misrata e em Sirte.
#ISIS terrorizes population from Libyan stronghold. Executions for sorcery & “insulting God” https://t.co/GxWaOKhDcd pic.twitter.com/nDKyohhYXy— Human Rights Watch (@hrw) 18 de maio de 2016
A Human Rights Watch publicou um estudo na passada quarta-feira onde dá conta de dezenas de pessoas executadas pelos militantes do Daesh na Líbia, na cidade de Sirte. As 49 vítimas foram acusadas dos mais diferentes crimes, puníveis com a pena capital para os jihadistas, como espionagem, feitiçaria e blasfêmia, entre fevereiro de 2015 e 2016. O relatório da Human Rights Watch dá conta de mais de 1800 combatentes do Daesh em Sirte, 70% dos quais seriam cidadãos estrangeiros.
Os jihadistas do Estado Islâmcio na Líbia
Os jihadistas do Daesh conquistaram a cidade de Sirte em 2015, estabelecendo assim a mais importante base do EI fora de território Sírio e Iraquiano naquela cidade da costa da Líbia. No entanto, o Daesh nunca conseguiu instalar-se de forma permanente no resto do território.
O Ocidente tem apostado no novo Governo de unidade nacional na Líbia e nos movimentos armados que o apoiam para derrotar a presença dos jihadistas do Daesh no país megrebino. Os Estados Unidos e a União Europeia esperam também que o governo consiga harmonizar as vontades das diferentes fações que coexistem no complexo mosaico político que é a Líbia depois da era Khadaffi. Mas, instalado em Tripoli desde o passado mês de março, o novo Governo líbio tem ainda de dar provas da sua autoridade sobre todo o território.
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