LISBOA, 09 Mai. 16 / 03:00 pm (ACI).- Pascale Warda é ex-ministra iraquiana e atual presidente da “Organização Hammurabi para os Direitos Humanos”. Neste fim de semana, em Évora, Portugal, ela alertou sobre a necessidade de das Nações Unidades (ONU) reconhecerem, sem margem de dúvida, o “genocídio” dos cristãos e de outras minorias religiosas no Oriente Médio.
A ativista católica dos direitos humanos fez uma das intervenções no 3º Encontro Nacional de Leigos, que reuniu cerca de 700 de participantes. Ela advertiu sobre o genocídio que tem sido consequência da perseguição realizada por grupos jihadistas e defendeu que é preciso agir sem demora para “proteger os nossos irmãos perseguidos”.
Segundo Warda, as perseguições contra as comunidades cristãs atingiram já um “número sinistro” e esta situação se agravou profundamente com o aparecimento do autoproclamado Estado Islâmico (ISIS), que atua essencialmente no Iraque e na Síria, mas que tem estendido também as suas ações terroristas a outros países da região, como a Líbia.
Pascale Warda reconheceu que não são apenas os cristãos as vítimas principais do terror jihadista. De acordo com ela, a instituição que preside, a “Organização Hammurabi para os Direitos Humanos”, tem ajudado “milhares” de famílias cristãs, yazidis e muçulmanas, “deslocadas pelas atrocidades dos jihadistas”.
Em sua intervenção, a ex-ministra iraquiana fez ainda referência à situação particularmente grave em que se encontram as mulheres, meninas e jovens, capturadas pelos jihadistas e que sofrem “todas as espécies de abusos sexuais degradantes” apenas por pertencerem a minorias religiosas.
Pascale Warda recordou ainda os genocídios de armênios e caldeus em 1915, sob o Império Otomano, que ocorreram perante o que classificou como tendo sido o “silêncio” cúmplice da comunidade internacional.
Este silêncio, segundo ela, se repetiu em 1988, quando mais de duas centenas de aldeias cristãs – incluindo a sua – foram “completamente arrasadas com os seus mosteiros e igrejas”, pelas forças do regime de Saddam Hussein.
Reconhecimento do genocídio
Em março deste ano, os Estados Unidos reconheceram que o Estado Islâmico está cometendo um genocídio contra os cristãos no Oriente Médio. Um mês antes, o Parlamento Europeu aprovou uma declaração semelhante.
No dia 29 de abril, por ocasião do congresso internacional sobre liberdade religiosa WeAreN2016, que aconteceu na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, as plataformas CitizenGO, MasLibres.org e Em Defesa dos Cristãos (IDC) apresentaram cerca de 400 mil assinaturas ante a ONU exigindo que se reconheça o genocídio contra cristãos e outras minorias religiosas Oriente Médio e exigindo proteção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário