30 de abr. de 2016

A Finlândia corre o risco de entrar numa “grave crise” com a Rússia caso resolva se juntar a OTAN - advertem os peritos

O Presidente russo, Vladimir Putin aperta a mão do seu homólogo finlandês, Sauli Niinistö, durante uma reunião na residência do Estado Novo em Ogaryovo nos arerdores de Moscou, em 22 de Março, de 2016. 




DefenseNews, 30 de abril de 2016.




HELSINK – Se a Finlândia aderir à OTAN poderá provocar uma “grave crise” com a vizinha Rússia, diz um relatório de peritos encomendado pelo governo nessa sexta-feira.

O relatório também disse que a Finlândia e a Suécia devem decidir em conjunto se querem juntar-se a Aliança Militar Transatlântica. 





“A Finlândia ao ingressar na OTAN com a Suécia ficará de fora de criar uma situação embaraçosa estrategicamente, deixando o país na qualidade dum posto avançado estratégico sem contiguidade territorial com a OTAN”, disse a análise. 

“Ao se associar provavelmente, também vai trazer consigo uma grave crise com a Rússia, por um período indefinido de tempo”. 

O relatório foi encomendado pelo governo do primeiro-ministro, Juha Sipila, em face do aumento da atividade militar russa na região do Mar Báltico e do seu papel no conflito na Ucrânia. 

A Finlândia – que compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros (830 milhas) com a Rússia – foi atacada pelo seu poderoso vizinho durante a Segunda Guerra Mundial, mas tem mantido relações de paz com Moscou desde então. 






A OTAN manteve-se aberto à ideia de adesão da Finlândia, mas até agora Helsínquia tem sido relutante em se juntar e se contentou em ter apenas uma estreita cooperação com a aliança. 

“A Finlândia estaria mais exposta e vulnerável do que está atualmente se somente a Suécia aderisse à OTAN”, conclui o relatório. 

O Chanceler russo, Sergei Lavrov advertiu em uma entrevista com o jornal sueco Dagens Nyheter que o seu país não hesitaria em “reagir” se a Suécia aderisse à OTAN. 

“Se sua infraestrutura militar se aproximar das fronteiras russas, isso irá, naturalmente, se converter em medidas tecno-militares necessárias”, disse Lavrov, mas não deu mais detalhes. 

A Suécia tem mantido uma política de não alinhamento estratégico desde a Guerra Fria. 

Sipila disse que seu governo tinha que estar pronto para buscar adesão à OTAN, se necessário, acrescentando que: “Tal como a Suécia, nos prometemos não surpreendermos uns aos outros nesses assuntos.”.


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