DefenseNews, 30 de abril de 2016.
HELSINK – Se a Finlândia aderir à OTAN poderá provocar uma “grave crise” com a vizinha Rússia, diz um relatório de peritos encomendado pelo governo nessa sexta-feira.
O relatório também disse que a Finlândia e a Suécia devem decidir em conjunto se querem juntar-se a Aliança Militar Transatlântica.
“A Finlândia ao ingressar na OTAN com a Suécia ficará de fora de criar uma situação embaraçosa estrategicamente, deixando o país na qualidade dum posto avançado estratégico sem contiguidade territorial com a OTAN”, disse a análise.
“Ao se associar provavelmente, também vai trazer consigo uma grave crise com a Rússia, por um período indefinido de tempo”.
O relatório foi encomendado pelo governo do primeiro-ministro, Juha Sipila, em face do aumento da atividade militar russa na região do Mar Báltico e do seu papel no conflito na Ucrânia.
A Finlândia – que compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros (830 milhas) com a Rússia – foi atacada pelo seu poderoso vizinho durante a Segunda Guerra Mundial, mas tem mantido relações de paz com Moscou desde então.
A OTAN manteve-se aberto à ideia de adesão da Finlândia, mas até agora Helsínquia tem sido relutante em se juntar e se contentou em ter apenas uma estreita cooperação com a aliança.
“A Finlândia estaria mais exposta e vulnerável do que está atualmente se somente a Suécia aderisse à OTAN”, conclui o relatório.
O Chanceler russo, Sergei Lavrov advertiu em uma entrevista com o jornal sueco Dagens Nyheter que o seu país não hesitaria em “reagir” se a Suécia aderisse à OTAN.
“Se sua infraestrutura militar se aproximar das fronteiras russas, isso irá, naturalmente, se converter em medidas tecno-militares necessárias”, disse Lavrov, mas não deu mais detalhes.
A Suécia tem mantido uma política de não alinhamento estratégico desde a Guerra Fria.
Sipila disse que seu governo tinha que estar pronto para buscar adesão à OTAN, se necessário, acrescentando que: “Tal como a Suécia, nos prometemos não surpreendermos uns aos outros nesses assuntos.”.
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