As milícias pró-russas da autoproclamada república popular de Lugansk (RPL), na zona este da Ucrânia, denunciaram hoje o envio de armamento pesado para a linha de separação de forças por parte do Exército ucraniano, o que consideram uma violação do acordo de Minsk.
Em declarações à agência de notícias RPL, citada pela EFE, o porta-voz das milícias, Andréi Marochko, disse que a Ucrânia está a aproveitar o cessar-fogo para "aumentar o potencial militar das unidades que estão destacadas na zona da chamada operação antiterrorista".
A zona a que Andréi Marochko se refere foi assim denominada por Kiev no âmbito da campanha militar contra os separatistas.
Segundo o porta-voz, na passada sexta-feira, os ucranianos colocaram seis carros de combate ao longo do rio Derkul, nas proximidades da linha de separação das duas forças.
Acrescenta que no sábado chegou à estação de Oljóvskaya, que está sob controlo dos militares ucranianos, um comboio com tanques e canhões autopropulsados.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, advertiu no sábado que o atraso no cumprimento dos acordos de Minsk, pelo qual responsabilizou a Ucrânia, poderá ter "consequências irreparáveis".
"Não há progressos. Do ponto de vista da segurança, a situação na linha de separação de forças é frágil. Há uma enorme quantidade de provocações", disse Peskov à televisão russa.
Na sua opinião, a única coisa que pode salvar o processo é que "Kiev reconsidere e o presidente (da Ucrânia, Petró) Poroshenko promulgue as leis que deve promulgar e tome as decisões que deve tomar".
O porta-voz do Kremlin referia-se ao pacote de reformas políticas, em particular a descentralização da Ucrânia, que engloba os acordos de Minsk.
Kiev defende que as tais reformas poderão ser levadas a cabo assim que sejam cumpridos os aspetos militares dos acordos, em primeiro lugar, referindo-se ao restabelecimento do controlo total pela Ucrânia da fronteira com a Rússia na zona de conflito.
De acordo com as autoridades ucranianas, é através desse setor fronteiriço que os separatistas pró-russos das regiões de Lugansk e Donetsk recebem reforços e material militar.
A Ucrânia denunciou a participação de tropas regulares russas no conflito, acusação que Moscovo nega terminantemente.
O conflito na zona este da Ucrânia arrasta-se há quase dois anos e, segundo dados das Nações Unidas, provocou já mais d 9 mil mortos, entre civis e combatentes.
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