DN, 31/03/2016
Por João Francisco Guerreiro e Abel Coelho de Morais
Alegados jihaditas ou seus simpatizantes supostamente identificados nas zonas de 'free shop' e serviços de bagagem
Os agentes de polícia do aeroporto de Zaventem enviaram ontem uma carta aos superiores hierárquicos, na qual denunciam a presença de simpatizantes do Estado Islâmico entre os funcionários do próprio aeroporto, que na semana passada foi alvo de um atentando, reivindicado por este grupo terrorista.
"Ainda hoje há pelo menos 50 apoiantes do Estado Islâmico que trabalham no aeroporto de Zaventem. Quando fomos controlar esses funcionários fomos surpreendidos mais do que uma vez (...) com um longo histórico por trás deles e com uma ideologia radical", lê-se na carta.
Os agentes dizem que é entre o pessoal das lojas de free shop, dos serviços de bagagem e especialmente entre os funcionários da limpeza que estão infiltrados simpatizantes do estado islâmico.
"Têm um crachá de segurança e podem ter acesso ao cockpit de um avião", refere a carta em que se aponta ainda o número relativamente elevado de pessoas com "problemas a nível criminal", que trabalham no transporte de bagagens, tem "acesso à placa do aeroporto e também aos aviões".
Salah Abdeslam extraditado
A denúncia surge no mesmo dia em que as autoridades judiciais belgas aprovaram a extradição para França de Salah Abdeslam, que foi capturado em 18 de março no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, e se encontra detido numa prisão de segurança máxima. O islamita é suspeito de organizar os atentados de Paris de novembro de 2015, sendo o único sobrevivente do grupo de atacantes que causou a morte de 130 pessoas.
O Ministério Público belga "não se opõe" à entrega de Abdeslam à França, disse à AFP um porta-voz da instituição. As autoridades belgas e francesas vão agora estudar o modo como se fará a extradição, não estando ainda definida data.
Segundo o seu advogado, Abdeslam, nascido em Bruxelas mas detentor de nacionalidade francesa, aceita a extradição e quer colaborar com as autoridades de Paris.
Detido em Molenbeek quatro dias antes dos atentados de 22 de março em Bruxelas, que causaram 32 mortos, Abdeslam mostrou-se inicialmente disposto a colaborar, mas veio, mais tarde, a remeter-se ao silêncio. Interrogado novamente a 22 de março, logo após os atentados, manteve-se em silêncio.
Por outro lado, ainda em Bruxelas, estiveram reunidos especialistas de segurança e aviação da UE que concluíram pela necessidade de uma maior partilha de informações entre os serviços dos 28 Estados membros. Estas entidades devem ser "mais eficientes" nas questões de segurança, afirmou a comissária dos Transportes Violeta Bulc.
Nota do editorNão estou surpreso, aliás, isso não deveria ser surpresa, só o é para o governo incompetente belga e para uma parte da imprensa internacional. Na França, isso ocorre também: num artigo do Gastestone Institute, embora eu já tenha publicado aqui, só que por outra fonte, diz que na Polícia Francesa há centenas de funcionários de polícia “radicalizados” no Islã extremista. Isso significa que é esperado que, mais cedo ou mais tarde, um policial mate o outro por questões religiosas, ou ideológicas, pois para mim o Islã não passa disso – uma ideologia.Nos Estados Unidos, ocorre o mesmo no estado e na cidade mais liberal de todos: Nova York e Nova York City. Essa incompetência brutal e essa complacência com o Islã são a causa do colapso institucional na Bélgica, assim como nos demais países pertencentes ao bloco.
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