7 de mar. de 2016

Pelo menos 45 mortos na Tunísia em ataque jihadista

Soldados tunisinos participaram na operação contra os jihadistas perto da fronteira com a Líbia





DN, 07 de março de 2016.




O presidente tunisino condenou o que classificou como "um ataque sem precedentes". 28 dos mortos são presumíveis jihadistas

Pelo menos 45 pessoas morreram hoje num ataque terrorista cometido por um comando de jihadistas infiltrados via Líbia contra uma esquadra de polícia e um quartel na cidade tunisina de Ben Guerdan, próxima da fronteira.

O Presidente tunisino, Béli Caïd Essebsi, já reagiu, condenando o que classificou como "um ataque sem precedentes e coordenado".

"Tratou-se de um ataque sem precedentes, coordenado. [Os atacantes] tinham talvez como objetivo controlar esta região e proclamar uma nova província" para os grupos extremistas, declarou. "Os tunisinos estão em guerra contra esta barbárie e aqueles ratos que vamos exterminar", afirmou, em declarações difundidas pela televisão pública.

Foi decretado um recolher obrigatório em Ben Guerdan, das 19:00 às 05:00 locais (18:00 às 04:00 de Lisboa), e o primeiro-ministro, Habib Essid, apelou aos habitantes para se manterem "vigilantes". Os estabelecimentos públicos mantiveram-se encerrados, segundo testemunhas.

A operação defensiva ainda está em curso, já que unidades da luta antiterrorista procuram agora casa a casa e bairro a bairro, em Ben Guerdan e nas zonas próximas da fronteira com a Líbia, presumíveis jihadistas que se terão misturado com a população e fugido para zonas desérticas.

Fontes da segurança citadas pela agência de notícias espanhola, Efe, explicaram que vários dos terroristas conseguiram apoderar-se de uma ambulância e fugir para a vizinha ilha de Djerba, cujos acessos foram fechados, bem como os que levam às regiões do deserto meridional.

Os ministérios do Interior e da Defesa enviaram para a região mais helicópteros, veículos militares e tropas especiais de assalto, agentes dos serviços secretos e unidades da luta antiterrorista.

"A operação continua em marcha. Estamos à procura de cúmplices e possíveis participantes no ataque" que fez, até ao momento, 45 vítimas mortais, precisou a fonte, que preferiu não ser identificada. Perante esta situação, o Governo da Tunísia ordenou também o encerramento absoluto dos postos fronteiriços de Ras Jedir e Dehiba, de passagem para a Líbia.

O ataque ocorreu pelas 04:00 locais (03:00 em Lisboa) e nele morreram 28 presumíveis 'jihadistas', um guarda-fronteiriço, seis agentes da Guarda Nacional, dois agentes privados, um soldado e sete civis, segundo um comunicado conjunto emitido pelos ministérios do Interior e da Defesa.

De acordo com a nota, outros sete presumíveis atacantes ficaram feridos e foram capturados e um segundo agente aduaneiro, três agentes privados, quatro soldados e um guarda nacional ficaram também feridos e foram hospitalizados com prognóstico reservado.

"Os atacantes atravessaram a fronteira em vários veículos e usaram armamento ligeiro e até lança-granadas RPG no ataque", que ocorreu numa zona de Ben Guerdan onde estão concentrados vários edifícios relacionados com as forças de segurança, acrescentaram as mesmas fontes.

Este é o segundo incidente armado desta natureza que acontece em Ben Guerdan nos últimos cinco dias, depois de na passada quarta-feira outros cinco presumíveis 'jihadistas' terem atravessado a fronteira da mesma forma e se terem entrincheirado numa casa, antes de serem abatidos por unidades especiais de combate ao terrorismo.

As forças de segurança tunisinas indicaram então que os presumíveis terroristas estavam ligados ao ramo líbio do grupo extremista Estado Islâmico e que entraram no país de forma irregular, pela fronteira, a bordo de vários veículos todo-o-terreno.

Testemunhas referiram que os infiltrados eram dez e que cinco deles tinham conseguido fugir após a primeira troca de tiros.

Ben Guerdan, situada a cerca de 50 quilómetros a leste da fronteira com a Líbia, é considerada a capital do tráfico ilegal na Tunísia e a localidade da qual partiram mais fanáticos para se juntarem à 'jihad' mundial e a grupos armados no Iraque, desde a criação da organização terrorista internacional Al-Qaeda.


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